O levantamento popular de Olhão contra os franceses
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2008 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.1/7364 |
Resumo: | Entre Fevereiro e Março de 1808, um destacamento francês a mando do general Maurin ocupou o Algarve. Para o pequeno “Reino” – epíteto honorífico, a que nunca correspondeu qualquer realidade institucional – era uma invasão sem precedentes, pois, consoante notava pelo último quartel do século XVIII um escritor local, “nas guerras com Castela ordinariamente a barreira dos montes e do Guadiana o faz ser lugar de descanso”1. As ameaças vinham antes do mar, sobretudo da crónica pirataria magrebina; e ainda se recordava o terrível ataque dos ingleses do conde de Essex, que em 25 de Julho de 1596 desembarcaram perto de Faro, a cidade episcopal que assaltaram, saquearam e incendiaram. Em Faro se intalou Maurin, obsequiosamente acolhido pela aristocracia local, quer civil quer eclesiástica. Recepções e banquetes oferecidos pelos magnates e, da parte do bispo D. Francisco Gomes de Avelar, uma pastoral emitida a 21 de Maio exortava os diocesanos “a que vos lembreis que a nossa Santa Lei e Religião nos manda que procuremos sempre viver em paz com todos, e sujeitar-nos a quem governa com uma perfeita sujeição e obediência”2. Legítimo ou intruso – questão que se não punha, porquanto era sempre de instituição divina –, o poder soberano, assim caucionado pela doutrina do absolutismo jusdivinista, requeria submissão incondicionada. |
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O levantamento popular de Olhão contra os francesesEntre Fevereiro e Março de 1808, um destacamento francês a mando do general Maurin ocupou o Algarve. Para o pequeno “Reino” – epíteto honorífico, a que nunca correspondeu qualquer realidade institucional – era uma invasão sem precedentes, pois, consoante notava pelo último quartel do século XVIII um escritor local, “nas guerras com Castela ordinariamente a barreira dos montes e do Guadiana o faz ser lugar de descanso”1. As ameaças vinham antes do mar, sobretudo da crónica pirataria magrebina; e ainda se recordava o terrível ataque dos ingleses do conde de Essex, que em 25 de Julho de 1596 desembarcaram perto de Faro, a cidade episcopal que assaltaram, saquearam e incendiaram. Em Faro se intalou Maurin, obsequiosamente acolhido pela aristocracia local, quer civil quer eclesiástica. Recepções e banquetes oferecidos pelos magnates e, da parte do bispo D. Francisco Gomes de Avelar, uma pastoral emitida a 21 de Maio exortava os diocesanos “a que vos lembreis que a nossa Santa Lei e Religião nos manda que procuremos sempre viver em paz com todos, e sujeitar-nos a quem governa com uma perfeita sujeição e obediência”2. Legítimo ou intruso – questão que se não punha, porquanto era sempre de instituição divina –, o poder soberano, assim caucionado pela doutrina do absolutismo jusdivinista, requeria submissão incondicionada.Universidade do Algarve, FCHSSapientiaMendes, António Rosa2015-12-17T13:51:27Z20082008-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.1/7364por1645-8052AUT: AME00966;info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-07-24T10:18:29Zoai:sapientia.ualg.pt:10400.1/7364Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T19:59:46.034059Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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