Contributo para a correlação entre a hiperglicemia e o delirium

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Vale,Sofia Oliveira
Data de Publicação: 2019
Outros Autores: Machado,Ana Catarina, Meneses,Adriana, Alves,Sílvia Castro
Tipo de documento: Relatório
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-51732019000500011
Resumo: Introdução: O delirium é uma das patologias mentais presente nos cuidados de saúde primários, particularmente nos idosos. Pode apresentar várias condições médicas subjacentes, nomeadamente o descontrolo metabólico com hiperglicemia, sendo fundamental um diagnóstico etiológico rápido. Descrição do caso: Mulher, 80 anos, caucasiana, 4º ano de escolaridade, autónoma. Antecedentes de obesidade, hipertensão arterial, dislipidemia, valvulopatia e depressão. Trazida ao médico de família (MF) pela filha por quadro intermitente com dois meses de evolução de polifagia, comprometimento da memória imediata e recente, discurso incoerente, bradifasia, défice de atenção, perturbação do sono e irritabilidade. Flutuação diária da clínica, com agravamento nos três dias anteriores à consulta. Negava perda de peso, poliúria ou polidipsia. Ao exame objetivo, tensão arterial de 136/57mmHg, movimentos estereotipados e Mini-Mental State Examination (MMSE): 22/30. Fez estudo para causa secundária de declínio cognitivo, estabelecendo-se o diagnóstico de diabetes mellitus tipo 2 (hemoglobina glicada (HbA1c): 14%), sem outras alterações. Iniciou cuidados higieno-dietéticos, metformina e insulinoterapia. Foi reavaliada dois meses e meio depois, referindo cumprir rigorosamente plano alimentar e de exercício físico diário e melhoria do quadro cognitivo. Ao exame objetivo tensão arterial de 110/86mmHg, MMSE: 25/30, teste do relógio sem alterações e HbA1c de 7,8%. Comentário: O reconhecimento de que a hiperglicemia é uma das possíveis etiologias de delirium pode acelerar a resolução do quadro e diminuir o seu impacto na morbimortalidade dos doentes. O MF deve prestar um acompanhamento próximo e contínuo e estar alerta para o facto de que patologias comuns se podem apresentar com quadros clínicos variados.
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