Atitudes dos Profissionais em relação à Homossexualidade de Pessoas Idosas Institucionalizadas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Almeida, Daniela Sofia Pereira
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/10491
Resumo: As pessoas idosas LGBT são, frequentemente, alvo de dupla discriminação. Por um lado, devido à idade e, por outro lado, devido à orientação sexual. Este tipo de atitudes e comportamentos poderão comprometer a saúde e o bem-estar e, inclusivamente, os direitos das pessoas, nomeadamente, no contexto de prestação de cuidados a idosos. Nas Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas (ERPI’s), tende a ser mais difícil a expressão dos interesses sexuais dos residentes, principalmente, dos idosos homossexuais, uma vez que, vivem com mais desafios. A discriminação face a pessoas idosas homossexuais, poderá levar à negação da sua orientação sexual e à permanência ou regresso ao “armário”. O principal objetivo deste estudo é analisar as atitudes e comportamentos dos profissionais que trabalhem em ERPI’s em relação a pessoas idosas homossexuais institucionalizadas. Tratase de um estudo quantitativo, exploratório e transversal. Participaram no estudo 538 profissionais que trabalham em ERPI’s portuguesas. A maioria dos inquiridos são do género feminino (90%), com média de idades de 41.29 (DP=11.70), casadas ou em união de facto (61.2%), com o 12º ano de escolaridade (33.5%), auxiliares (55%) e com formação profissional em envelhecimento (37.9%). Foi utilizada a Escala de Atitudes em relação à Sexualidade de Pessoas Idosas Institucionalizadas (Villar, Celdrán, Fabà & Serrat, 2017), traduzida para a população portuguesa no âmbito deste estudo. O mesmo avalia a forma como os profissionais que trabalham em ERPI’s percecionam e vivenciam a sexualidade e a homossexualidade de pessoas idosas institucionalizadas. Os resultados revelam que quando se procede à comparação das respostas em relação a situações de relações sexuais heterossexuais e homossexuais, existem atitudes mais benevolentes, permissivas e tolerantes em relação às relações sexuais heterossexuais do que às homossexuais, principalmente se se tratarem de relações sexuais gays. Os profissionais consideram que a reação mais frequente, quando colegas se confrontam com situações de relações sexuais heterossexuais, é “Comentar o sucedido com a supervisão ou direção”, seguida de “Pedir desculpa aos utentes” e “Aconselhá-los a fazerem-no de forma mais privada”. Todavia, quando se trata de relações sexuais homossexuais, além das reações mencionadas, também, é frequente, assinalarem as opções de resposta, “Tomar ou exigir medidas para que não volte a acontecer” e “Chamá-los à atenção/ralhar-lhes”. Este estudo contribui para o conhecimento das atitudes dos profissionais de ERPI’s em relação à sexualidade dos utentes e, mais especificamente, sobre as vivências homossexuais, assinalando a necessidade de formação e apoio aos profissionais sobre estas temáticas. São necessárias práticas, atitudes e políticas sensíveis e inclusivas para que as pessoas possam desfrutar do seu direito à sexualidade e intimidade em contextos institucionais.
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O principal objetivo deste estudo é analisar as atitudes e comportamentos dos profissionais que trabalhem em ERPI’s em relação a pessoas idosas homossexuais institucionalizadas. Tratase de um estudo quantitativo, exploratório e transversal. Participaram no estudo 538 profissionais que trabalham em ERPI’s portuguesas. A maioria dos inquiridos são do género feminino (90%), com média de idades de 41.29 (DP=11.70), casadas ou em união de facto (61.2%), com o 12º ano de escolaridade (33.5%), auxiliares (55%) e com formação profissional em envelhecimento (37.9%). Foi utilizada a Escala de Atitudes em relação à Sexualidade de Pessoas Idosas Institucionalizadas (Villar, Celdrán, Fabà & Serrat, 2017), traduzida para a população portuguesa no âmbito deste estudo. O mesmo avalia a forma como os profissionais que trabalham em ERPI’s percecionam e vivenciam a sexualidade e a homossexualidade de pessoas idosas institucionalizadas. Os resultados revelam que quando se procede à comparação das respostas em relação a situações de relações sexuais heterossexuais e homossexuais, existem atitudes mais benevolentes, permissivas e tolerantes em relação às relações sexuais heterossexuais do que às homossexuais, principalmente se se tratarem de relações sexuais gays. Os profissionais consideram que a reação mais frequente, quando colegas se confrontam com situações de relações sexuais heterossexuais, é “Comentar o sucedido com a supervisão ou direção”, seguida de “Pedir desculpa aos utentes” e “Aconselhá-los a fazerem-no de forma mais privada”. Todavia, quando se trata de relações sexuais homossexuais, além das reações mencionadas, também, é frequente, assinalarem as opções de resposta, “Tomar ou exigir medidas para que não volte a acontecer” e “Chamá-los à atenção/ralhar-lhes”. Este estudo contribui para o conhecimento das atitudes dos profissionais de ERPI’s em relação à sexualidade dos utentes e, mais especificamente, sobre as vivências homossexuais, assinalando a necessidade de formação e apoio aos profissionais sobre estas temáticas. São necessárias práticas, atitudes e políticas sensíveis e inclusivas para que as pessoas possam desfrutar do seu direito à sexualidade e intimidade em contextos institucionais.LGBT older people are often subject to double discrimination. On the one hand, because of age and, on the other hand, because of sexual orientation. Such attitudes and behaviours can compromise health and well-being and even people's rights, especially in the context of care for the elderly. In Residential Structures for Older People (ERPI’s), it tends to be more difficult to express the sexual interests of residents, especially older homosexuals, since they live with more challenges because, due to discrimination, they deny their sexual orientation, remain or return to the "closet". The main objective of this study is to analyse the attitudes and behaviours of ERPI’s professionals towards institutionalised homosexual elderly people. This is a quantitative, exploratory and transversal study. A total of 538 professionals working in Portuguese ERPI’s participated in the study. Most of the respondents were female (90%), with an average age of 41.29 (SD = 11.70), married or in a consensual union (61.2%), with the 12th year of schooling (33.5%), aids (55%) and with vocational training in ageing (37.9%). The Scale of Attitudes towards the Sexuality of Institutionalised Older People (Villar, Celdrán, Fabà & Serrat, 2017), translated for the Portuguese population in this study, was used to assess how professionals work in ERPI’s perceive and experience the sexuality and homosexuality of institutionalised elderly people. The results reveal that, when comparing the responses to situations of heterosexual and homosexual sexual relations, reveals more benevolent, permissive and tolerant reactions when it comes to heterosexual sexual relations than towards homosexuals, especially, if they are gay sexual relations. Professionals consider that the most frequent reaction, when colleagues are confronted with heterosexual sexual relations situations, is "Commenting on what happened with supervision or direction", followed by "Apologize to users" and "Advising them to do it in a more private way". However, in the case of homosexual sexual relations, in addition to the reactions mentioned above, they also often mark the response options, "Take or demand measures so that it does not happen again" and "Call them to attention/scold them". This study contributes to the knowledge of the attitudes of ERPI's professionals in relation to the sexuality of users and, more specifically, about homosexual experiences, highlighting the need for training and support to professionals on these thematic. Sensitive and inclusive practices, attitudes and policies are needed so that people can enjoy their right to sexuality and intimacy in institutional settings/contexts.Afonso, Rosa Marina Lopes Brás MartinsPosada, Feliciano VillarFernandes, Ana Paula André MartinsuBibliorumAlmeida, Daniela Sofia Pereira2020-11-04T16:01:23Z2020-01-312019-12-202020-01-31T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/10491TID:202467481porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:52:22Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/10491Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:50:26.083685Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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