Potencial de comportamento do fogo em manchas de pinhal bravo remanescentes de incêndio

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, João Henrique Cruz Loureiro da
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/6040
Resumo: As manchas de pinhal bravo (Pinus pinaster) remanescentes de incêndios florestais são ecologicamente importantes e poderão dar orientações úteis no âmbito da mitigação do risco de incêndio, já que as suas características estruturais e de acumulação de combustível poderão ser extrapoladas para povoamentos de produção ou faixas de gestão de combustível e adotadas como recomendações de silvicultura preventiva. Neste trabalho estudaram-se 50 manchas remanescentes de pinhal distribuídas por três zonas nas serras do Alvão, Marão e Montemuro. Simulou-se o comportamento potencial de fogo para cada uma das manchas utilizando dois programas de simulação, respetivamente BehavePlus 5 e CFIS, e com as equações de transição para fogo de copas e de altura de copa dessecada de Van Wagner. Os dados das simulações foram analisados estatisticamente para se quantificar os efeitos das variáveis envolvidas no comportamento do fogo e de que forma aquelas determinam o tipo de fogo e o seu efeito no povoamento. O modelo de combustível mais frequente nestas manchas é o V-MH com 44% do total de parcelas. É também aquele com menor carga de combustível e que origina fogos de menor intensidade. Globalmente, de todas as simulações realizadas o fogo de superfície predominou largamente, representando 85% das observações. O cenário mais grave, fogo ativo de copas, representou apenas 9% das observações, mostrando que estas manchas têm uma resistência estrutural natural ao fogo. Concluiu-se que a direção do vento combinada com a direção de propagação do fogo é a variável que mais influência tem no tipo de fogo e nos danos provocados no povoamento. A variável do povoamento mais significativa foi a altura da base da copa viva, seguida do modelo de combustível (com os modelos de menor carga de combustível a favorecer a sobrevivência das árvores). Na análise CART do tipo de fogo a área basal e o número de árvores por hectare foram identificadas como variáveis importantes pela sua ligação à densidade foliar da copa. O efeito dominante da interação entre o vento e a topografia pode portanto ser mitigado pela silvicultura preventiva, a qual deve ser feita forma integrada com intervenções em todas as variáveis que condicionam a severidade do fogo, pois em condições mais extremas a intervenção num só estrato do povoamento pode não ser suficiente. As intervenções devem assim considerar a redução da carga dos combustíveis de superfície, com desramas e desbastes para aumentar a distância ao solo e diminuir a densidade de copas, e incluir o posicionamento adequado das infraestruturas de apoio ao combate como as faixas de gestão de combustível.
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Os dados das simulações foram analisados estatisticamente para se quantificar os efeitos das variáveis envolvidas no comportamento do fogo e de que forma aquelas determinam o tipo de fogo e o seu efeito no povoamento. O modelo de combustível mais frequente nestas manchas é o V-MH com 44% do total de parcelas. É também aquele com menor carga de combustível e que origina fogos de menor intensidade. Globalmente, de todas as simulações realizadas o fogo de superfície predominou largamente, representando 85% das observações. O cenário mais grave, fogo ativo de copas, representou apenas 9% das observações, mostrando que estas manchas têm uma resistência estrutural natural ao fogo. Concluiu-se que a direção do vento combinada com a direção de propagação do fogo é a variável que mais influência tem no tipo de fogo e nos danos provocados no povoamento. A variável do povoamento mais significativa foi a altura da base da copa viva, seguida do modelo de combustível (com os modelos de menor carga de combustível a favorecer a sobrevivência das árvores). Na análise CART do tipo de fogo a área basal e o número de árvores por hectare foram identificadas como variáveis importantes pela sua ligação à densidade foliar da copa. O efeito dominante da interação entre o vento e a topografia pode portanto ser mitigado pela silvicultura preventiva, a qual deve ser feita forma integrada com intervenções em todas as variáveis que condicionam a severidade do fogo, pois em condições mais extremas a intervenção num só estrato do povoamento pode não ser suficiente. As intervenções devem assim considerar a redução da carga dos combustíveis de superfície, com desramas e desbastes para aumentar a distância ao solo e diminuir a densidade de copas, e incluir o posicionamento adequado das infraestruturas de apoio ao combate como as faixas de gestão de combustível.Post-fire remnants of maritime pine (Pinus pinaster) are ecologically important and can provide useful guidance to mitigate fire severity, since their structural and fuel accumulation characteristics could be extrapolated to managed stands or fuel breaks and adopted as hazard-reduction silvicultural recommendations. This study examined 50 patches of remaining pines spread over three areas in northern Portugal mountains, respectively Alvão, Marão and Montemuro. Potential fire behaviour was simulated for each of the patches using two simulation programs, respectively BehavePlus 5 and CFIS, and Van Wagner equations for the transition of surface to crown fire and crown scorch height. Data from the simulations were statistically analysed to quantify the effects of variables involved in fire behaviour and how these determine the type of fire and its effect on the stand. The most frequent fuel type was V-MH with 44% of the number of plots, which is also the one with lowest fuel load and that leads to lower fire intensity. This in turn determined that surface fire was the most frequent simulation output with 85% of the observations. The worst-case scenario, active crown fire, represented only 9% of the observations, showing that these sites are naturally fire resistant. Wind direction combined with the direction of fire spread is the most influential variable on the type of fire and damage to the stand. Crown base height is the most significant stand variable, followed by fuel model, with lower fuel loading models favoring tree survival. The CART analysis of the fire type of fire identified basal area and the number of trees per ha as important variables for their connection to canopy bulk density. The aforementioned wind-topography effect can consequently be mitigated by preventive silviculture, which should integrate treatments in all the variables that determine fire severity, because under more extreme conditions the intervention in a single stand stratum may not be enough. The interventions should then assure low fuel loading in the surface fuels layers in combination with tree pruning and thinning to increase horizontal and vertical discontinuity in the canopy, and include adequate placement of fire-suppression infrastructures, e.g. fuel breaks.2016-06-03T14:33:00Z2016-06-03T00:00:00Z2016-06-03info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10348/6040porSilva, João Henrique Cruz Loureiro dainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-02T12:37:29Zoai:repositorio.utad.pt:10348/6040Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:01:46.754108Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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