Espacialização musical : a banda sonora de “Bom Dia, Alegria!”

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Mendes, Manuel João de Almeida Costeira e Sousa
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.14/19494
Resumo: O espaço, o tempo e o som, são paradigmas inerentes à condição humana. A paisagem sonora que nos rodeia chega até nós de todos os lados, e o cérebro tem a capacidade, juntamente com fenómenos físicos, de perceber exatamente de onde vem determinado som, mesmo não estando em contato visual com a fonte sonora. Sendo tão natural ao Homem esta noção de “espaço sonoro”, era também natural a aplicação da espacialização sonora nas expressões artísticas onde o som é fundamental. A música seria a primeira expressão artística onde, conscientemente, se pensaria uma peça que oferecesse ao espetador uma sensação de espaço distinta do habitual concerto. No cinema, o primeiro filme onde é usada a espacialização sonora, mais frequentemente denominado surround, foi no “Fantasia” de Walt Disney (1941). A orquestra, responsável por sonorizar o filme foi dividida em quatro secções, e captada em quatro pistas independentes, que foram posteriormente reproduzidas em quatro altifalantes distintos. Na música, a espacialização é um assunto debatido desde muito cedo. Já em 1600 Giovanni Gabrieli, músico veneziano e organista principal da basílica de S. Marcos, dispôs vários instrumentistas por vários pontos da basílica, interpretando composições musicais da sua própria autoria, que criou especialmente para serem tocadas na basílica. Isto representa o conceito base de espacialização e mostra que, como referido anteriormente, desde cedo músicos e compositores se debatem com este tema. Pierre Boulez, por exemplo, compôs “Répons”. Esta é uma peça importantíssima no estudo da espacialização, onde o objecto central é uma orquestra, e à sua volta encontra-se a audiência. Espalhados por seis pontos distintos encontram-se diferentes instrumentistas solistas que, captados por microfones, são processados em tempo real e reproduzidos em diferentes espaços da sala. Esta peça “obrigou” ao desenvolvimento de software e hardware específico para a sua concretização. A espacialização da banda sonora de “Bom Dia, Alegria!” resulta do estudo da relação entre a perceção auditiva, o espaço acústico e a arte musical, dando assim origem à presente dissertação.
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No cinema, o primeiro filme onde é usada a espacialização sonora, mais frequentemente denominado surround, foi no “Fantasia” de Walt Disney (1941). A orquestra, responsável por sonorizar o filme foi dividida em quatro secções, e captada em quatro pistas independentes, que foram posteriormente reproduzidas em quatro altifalantes distintos. Na música, a espacialização é um assunto debatido desde muito cedo. Já em 1600 Giovanni Gabrieli, músico veneziano e organista principal da basílica de S. Marcos, dispôs vários instrumentistas por vários pontos da basílica, interpretando composições musicais da sua própria autoria, que criou especialmente para serem tocadas na basílica. Isto representa o conceito base de espacialização e mostra que, como referido anteriormente, desde cedo músicos e compositores se debatem com este tema. Pierre Boulez, por exemplo, compôs “Répons”. Esta é uma peça importantíssima no estudo da espacialização, onde o objecto central é uma orquestra, e à sua volta encontra-se a audiência. Espalhados por seis pontos distintos encontram-se diferentes instrumentistas solistas que, captados por microfones, são processados em tempo real e reproduzidos em diferentes espaços da sala. Esta peça “obrigou” ao desenvolvimento de software e hardware específico para a sua concretização. A espacialização da banda sonora de “Bom Dia, Alegria!” resulta do estudo da relação entre a perceção auditiva, o espaço acústico e a arte musical, dando assim origem à presente dissertação.Space, time and sound are paradigm connected to human condiction. Soundscape that around us, arrives all over the place, and the brain has capacity with physical phenomenal to realize exactly where comes an particular sound, even if not in visual contact with the sound source. Being so natural to man this notion of "sound space" was also the application of natural spatial sound in artistic expression where the sound is critical. The music would be the first artistic expression which consciously one would think a piece that offers the spectator a distinct feeling from the usual concert space. In Cinema, the first film where the sound spatialization was used more often called surround, was in "Fantasia " Walt Disney (1941). ! The orchestra responsible to make the sound to the film was divided into four sections, and captured four independent tracks, which were later reproduced in four different speakers. In music, the spatial distribution is a subject debated since long ago. Already in year of 1600 Giovanni Gabrieli, Venetian musician and principal organist of St. Mark's Basilica, arranged several musicians for several points of the basilica, playing musical compositions of his own composition, which created especially to be played in the basilica. This is the basic concept of spatial and shows that, as mentioned above, early musicians and composers are struggling with this issue. Boulez, for example, composed "Répons". This is a very important part in the study of spatialization, where the central object is an orchestra, and around it is the audience. Spread across six distinct points are different instrumentalists soloists who, captured by microphones are processed in real time and played in different room spaces. This piece "forced" to software development and specific hardware to achieve them. The spatialization of the "Bom dia, Alegria!" soundtrack, results of the study of the relationship between auditory perception, the acoustic space and the art of music, thus giving rise to this dissertation.Lopes, Paulo FerreiraVeritati - Repositório Institucional da Universidade Católica PortuguesaMendes, Manuel João de Almeida Costeira e Sousa2016-04-04T13:12:08Z2015-12-1120152015-12-11T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.14/19494TID:201023830porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-07-12T17:25:33Zoai:repositorio.ucp.pt:10400.14/19494Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T18:16:22.482439Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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