Desinfeção do cordão umbilical: revisão baseada na evidência

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Barbosa,Manuel
Data de Publicação: 2017
Outros Autores: Moreira,Sara, Ferreira,Sara
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-51732017000100005
Resumo: Objetivo: A laqueação e secção do cordão umbilical são procedimentos universais ao nascimento, marcando o início do processo de cicatrização do coto remanescente. Os cuidados ao coto umbilical, com vista à redução do risco infeccioso e morbimortalidade associada, variam com a tradição do país e a prática das diferentes unidades de saúde, persistindo controvérsia acerca dos melhores cuidados a instituir. O objetivo desta revisão é determinar, à luz da evidência atual, se a desinfeção do cordão umbilical contribui para uma redução da morbilidade perinatal dos recém-nascidos com parto em contexto hospitalar nos países desenvolvidos. Fontes de dados: MEDLINE, National Guideline Clearinghouse, NICE Guidelines Finder, Canadian Medical Association Practice Guidelines Infobase, The Cochrane Library, DARE, Bandolier, sítios de medicina baseada na evidência e referências bibliográficas dos artigos selecionados. Métodos de revisão: Foi feita uma pesquisa de normas de orientação clínica, meta-análises, revisões sistemáticas e ensaios clínicos aleatorizados. Foram utilizados os termos MeSH Chlorhexidine , Disinfectants e Umbilical cord e pesquisados artigos publicados desde agosto 2005 até agosto 2015, em inglês, castelhano e português. Para avaliação dos níveis de evidência e atribuição das forças de recomendação foi usada a escala Strength of recommendation taxonomy, da American Family Physicians. Resultados: Da pesquisa efetuada foram encontrados 315 artigos, dos quais três cumpriam os critérios de inclusão: uma meta-análise, que revelou não haver diferenças significativas na incidência de onfalite com a aplicação de antisséptico comparando com placebo; e duas normas de orientação clínica, que referiam que a aplicação de antimicrobianos não é superior à lavagem e secagem do cordão umbilical para a prevenção de infeções e colonização bacteriana do cordão. Conclusões: A evidência disponível não é suficiente para a recomendação de uso de antissépticos no cordão umbilical em contexto hospitalar nos países desenvolvidos (força de recomendação A). Neste contexto aconselha-se, portanto, apenas a lavagem e secagem do cordão. Contudo, existe ainda a necessidade de mais estudos de elevada qualidade (nomeadamente ensaios controlados e aleatorizados), de metodologia homogénea e amostras relevantes que suportem esta evidência.
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