INSTALAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE RAÇÃO USANDO O MÉTODO AHP

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Madeira, Filipe
Data de Publicação: 2019
Outros Autores: Madeira, Henrique, Vieira, Rute
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.25746/ruiips.v7.i1.18310
Resumo: Este artigo visa apresentar um caso de estudo de um problema de decisão real, com o objetivo principal de auxiliar uma empresa de produção animal sobre a instalação uma nova fábrica de produção de rações.   Na avaliação das diversas alternativas, as organizações procuram critérios claros, objetivos e, se possível, representados matematicamente. No entanto, a tomada de decisão envolve um processo mental cognitivo resultante da seleção do curso de ação mais adequado, baseado em vários critérios tangíveis e intangíveis (Saaty, 2000), arbitrariamente escolhidos por quem toma a decisão. Para além dos diferentes critérios, temos ainda a participação de vários decisores com um objetivo comum, caracterizado pela escolha do melhor local que garanta o maior crescimento da empresa. Diversos métodos foram desenvolvidos para auxiliar a decisão neste cenário.   No caso descrito, foi usado um desses métodos – a saber, AHP (Analytic Hierarchy Process) -, para hierarquizar os locais possíveis de instalação da nova fábrica, de entre as seguintes localidades: Carregado, Benavente e Covilhã.   Em 1980, o professor L. Saaty da Universidade de Pittsburgh, criou o AHP, que permite o uso de critérios qualitativos e/ou quantitativos no processo de avaliação. Este método começa com a construção de uma árvore de decisão onde ficam definidos critérios, subcritérios e as várias alternativas disponíveis para alcançar o objetivo previamente definido. Numa segunda etapa, os critérios são comparados entre os vários elementos do mesmo nível da hierarquia, usando a matriz criada pelo autor - Escala Fundamental de Saaty –, com valores de 1 a 9, consoante a sua relevância, sendo o 1 de igual importância e o 9 de importância absoluta. A terceira etapa do modelo consiste no cálculo da prioridade relativa de cada critério e na análise da consistência dos julgamentos dos decisores (ou seja, na coerência das suas respostas/ comparações). Como resultado da etapa final é obtida a matriz de prioridade composta para as diversas alternativas, que espelha uma hierarquização das mesmas, ao nível da decisão a considerar.   De acordo com Forman e Peniwati (1998), o comportamento do grupo de decisores é um fator que determinará a forma como as informações serão analisadas e agregadas. No caso do grupo que atua como uma unidade (quando indivíduos de um grupo desejam acima de tudo o bem da organização que representam, a despeito de suas próprias preferências, valores e objetivos, eles agem em sintonia e realizam os seus julgamentos de modo a que o grupo se comporte como um novo indivíduo) utiliza-se uma variante do AHP conhecida como Agregação Individual de Julgamentos (AIJ). Já para grupos que preferem manter a análise individual, existe a Agregação Individual de Prioridades (AIP). Em ambos os casos pode-se atribuir diferentes pesos aos decisores no processo ou então considerá-los num mesmo grau de importância para a decisão, sendo esta sempre tratada matematicamente.   Na aplicação do AHP ao caso em estudo, dois decisores consideraram 3 critérios subdivididos em vários subcritérios: implementação (subcritérios: distância aos fornecedores, custo de instalação e distância aos clientes atuais), mão de obra (subcritérios: disponibilidade e qualificação) e incentivos fiscais (subcritérios: segurança social e derrama). Em termos de decisão em grupo optou-se pelo consenso dos decisores, ou seja, usando a agregação individual de julgamentos (AIJ).   A aplicação deste método a este caso real permitiu criar um modelo de análise e de apoio à decisão, constituindo mais uma ferramenta num processo de decisão complexo.
id RCAP_ab0706e8f915058df515454f88b7a13b
oai_identifier_str oai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/18310
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling INSTALAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE RAÇÃO USANDO O MÉTODO AHPINSTALAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE RAÇÃO USANDO O MÉTODO AHPArtigosEste artigo visa apresentar um caso de estudo de um problema de decisão real, com o objetivo principal de auxiliar uma empresa de produção animal sobre a instalação uma nova fábrica de produção de rações.   Na avaliação das diversas alternativas, as organizações procuram critérios claros, objetivos e, se possível, representados matematicamente. No entanto, a tomada de decisão envolve um processo mental cognitivo resultante da seleção do curso de ação mais adequado, baseado em vários critérios tangíveis e intangíveis (Saaty, 2000), arbitrariamente escolhidos por quem toma a decisão. Para além dos diferentes critérios, temos ainda a participação de vários decisores com um objetivo comum, caracterizado pela escolha do melhor local que garanta o maior crescimento da empresa. Diversos métodos foram desenvolvidos para auxiliar a decisão neste cenário.   No caso descrito, foi usado um desses métodos – a saber, AHP (Analytic Hierarchy Process) -, para hierarquizar os locais possíveis de instalação da nova fábrica, de entre as seguintes localidades: Carregado, Benavente e Covilhã.   Em 1980, o professor L. Saaty da Universidade de Pittsburgh, criou o AHP, que permite o uso de critérios qualitativos e/ou quantitativos no processo de avaliação. Este método começa com a construção de uma árvore de decisão onde ficam definidos critérios, subcritérios e as várias alternativas disponíveis para alcançar o objetivo previamente definido. Numa segunda etapa, os critérios são comparados entre os vários elementos do mesmo nível da hierarquia, usando a matriz criada pelo autor - Escala Fundamental de Saaty –, com valores de 1 a 9, consoante a sua relevância, sendo o 1 de igual importância e o 9 de importância absoluta. A terceira etapa do modelo consiste no cálculo da prioridade relativa de cada critério e na análise da consistência dos julgamentos dos decisores (ou seja, na coerência das suas respostas/ comparações). Como resultado da etapa final é obtida a matriz de prioridade composta para as diversas alternativas, que espelha uma hierarquização das mesmas, ao nível da decisão a considerar.   De acordo com Forman e Peniwati (1998), o comportamento do grupo de decisores é um fator que determinará a forma como as informações serão analisadas e agregadas. No caso do grupo que atua como uma unidade (quando indivíduos de um grupo desejam acima de tudo o bem da organização que representam, a despeito de suas próprias preferências, valores e objetivos, eles agem em sintonia e realizam os seus julgamentos de modo a que o grupo se comporte como um novo indivíduo) utiliza-se uma variante do AHP conhecida como Agregação Individual de Julgamentos (AIJ). Já para grupos que preferem manter a análise individual, existe a Agregação Individual de Prioridades (AIP). Em ambos os casos pode-se atribuir diferentes pesos aos decisores no processo ou então considerá-los num mesmo grau de importância para a decisão, sendo esta sempre tratada matematicamente.   Na aplicação do AHP ao caso em estudo, dois decisores consideraram 3 critérios subdivididos em vários subcritérios: implementação (subcritérios: distância aos fornecedores, custo de instalação e distância aos clientes atuais), mão de obra (subcritérios: disponibilidade e qualificação) e incentivos fiscais (subcritérios: segurança social e derrama). Em termos de decisão em grupo optou-se pelo consenso dos decisores, ou seja, usando a agregação individual de julgamentos (AIJ).   A aplicação deste método a este caso real permitiu criar um modelo de análise e de apoio à decisão, constituindo mais uma ferramenta num processo de decisão complexo.This article aims to present a case study of a real decision problem, with the main objective of assisting an animal production company, on the installation of a new factory.   When evaluating the various alternatives, organizations seek clear, objective and, if possible, mathematically represented criteria. However, decision-making involves a cognitive mental process resulting from the selection of the most appropriate course of action, based on various tangible and intangible criteria (Saaty, 2000) arbitrarily chosen by decision makers. In addition to the various criteria, we also have the participation of several decision makers with the common objective of choosing of the best place to guarantee the highest growth of the company. Several methods have been developed to aid decision-making in this scenario.   In the described case, we used one of those methods, namely AHP (Analytic Hierarchy Process), to hierarchize the possible location for the installation of the new factory, being the alternatives the following: Carregado, Benavente and Covilhã.   In 1980, Professor L. Saaty of the University of Pittsburgh, created AHP, which allows using qualitative and/or quantitative criteria in the evaluation process. This method starts with the construction of a decision tree where the criteria, sub-criteria and the various alternatives are detailed. In a second step, those criteria are compared among the various elements at the same level of hierarchy, using a matrix created by the author - Fundamental Ratio Scale in pair-wise comparison of Saaty -, with values from 1 to 9, depending on their relevance, being 1 of equal importance and the 9 of absolute importance. The third step in the model is to calculate the relative priority of each criteria and to analyze the consistency of the judgments of the decision makers (i.e. the consistency of their responses/ comparisons). At final step, the composite priority matrix for the various alternatives is obtained, reflecting the alternatives hierarchy.   According to Forman and Peniwati (1998), the behavior of a decision makers’ group is a factor that will determine how the information will be analyzed and aggregated. Should the group acts as a unit (when individuals in a group essentially desire the best for the organization they represent, regardless of their own preferences, values and goals, acting in tune and making their judgments so that the group behaves as a new individual), a variant of the AHP known as Individual Judgment Aggregation (IJA) is used. For groups that prefer to maintain individual analysis, there is Individual Priority Aggregation (IPA) alternative. In both cases it is possible to assign different weights to the decision makers in the process or to consider them with same degree of importance in terms of the decision. In both cases, the group decision is treated mathematically.   In the application of the AHP to our case, two decision makers considered 3 criteria subdivided into several sub-criteria: implementation (sub-criteria: suppliers, cost of installation and distance to current clients), labor (sub-criteria: availability and qualification) and incentives (sub-criteria: social security, and taxes). In this case study, decision-makers' consensus was chosen, using IJA.   The application of this method to this real case allowed us to create a model of analysis and support decision, contributing with another tool for this complex decision process.Research Unit of Polytechnic Institute of Santarém2019-07-16T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttps://doi.org/10.25746/ruiips.v7.i1.18310por2182-9608Madeira, FilipeMadeira, HenriqueVieira, Ruteinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-09-22T17:11:39Zoai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/18310Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T16:02:03.967380Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv INSTALAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE RAÇÃO USANDO O MÉTODO AHP
INSTALAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE RAÇÃO USANDO O MÉTODO AHP
title INSTALAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE RAÇÃO USANDO O MÉTODO AHP
spellingShingle INSTALAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE RAÇÃO USANDO O MÉTODO AHP
Madeira, Filipe
Artigos
title_short INSTALAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE RAÇÃO USANDO O MÉTODO AHP
title_full INSTALAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE RAÇÃO USANDO O MÉTODO AHP
title_fullStr INSTALAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE RAÇÃO USANDO O MÉTODO AHP
title_full_unstemmed INSTALAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE RAÇÃO USANDO O MÉTODO AHP
title_sort INSTALAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE RAÇÃO USANDO O MÉTODO AHP
author Madeira, Filipe
author_facet Madeira, Filipe
Madeira, Henrique
Vieira, Rute
author_role author
author2 Madeira, Henrique
Vieira, Rute
author2_role author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Madeira, Filipe
Madeira, Henrique
Vieira, Rute
dc.subject.por.fl_str_mv Artigos
topic Artigos
description Este artigo visa apresentar um caso de estudo de um problema de decisão real, com o objetivo principal de auxiliar uma empresa de produção animal sobre a instalação uma nova fábrica de produção de rações.   Na avaliação das diversas alternativas, as organizações procuram critérios claros, objetivos e, se possível, representados matematicamente. No entanto, a tomada de decisão envolve um processo mental cognitivo resultante da seleção do curso de ação mais adequado, baseado em vários critérios tangíveis e intangíveis (Saaty, 2000), arbitrariamente escolhidos por quem toma a decisão. Para além dos diferentes critérios, temos ainda a participação de vários decisores com um objetivo comum, caracterizado pela escolha do melhor local que garanta o maior crescimento da empresa. Diversos métodos foram desenvolvidos para auxiliar a decisão neste cenário.   No caso descrito, foi usado um desses métodos – a saber, AHP (Analytic Hierarchy Process) -, para hierarquizar os locais possíveis de instalação da nova fábrica, de entre as seguintes localidades: Carregado, Benavente e Covilhã.   Em 1980, o professor L. Saaty da Universidade de Pittsburgh, criou o AHP, que permite o uso de critérios qualitativos e/ou quantitativos no processo de avaliação. Este método começa com a construção de uma árvore de decisão onde ficam definidos critérios, subcritérios e as várias alternativas disponíveis para alcançar o objetivo previamente definido. Numa segunda etapa, os critérios são comparados entre os vários elementos do mesmo nível da hierarquia, usando a matriz criada pelo autor - Escala Fundamental de Saaty –, com valores de 1 a 9, consoante a sua relevância, sendo o 1 de igual importância e o 9 de importância absoluta. A terceira etapa do modelo consiste no cálculo da prioridade relativa de cada critério e na análise da consistência dos julgamentos dos decisores (ou seja, na coerência das suas respostas/ comparações). Como resultado da etapa final é obtida a matriz de prioridade composta para as diversas alternativas, que espelha uma hierarquização das mesmas, ao nível da decisão a considerar.   De acordo com Forman e Peniwati (1998), o comportamento do grupo de decisores é um fator que determinará a forma como as informações serão analisadas e agregadas. No caso do grupo que atua como uma unidade (quando indivíduos de um grupo desejam acima de tudo o bem da organização que representam, a despeito de suas próprias preferências, valores e objetivos, eles agem em sintonia e realizam os seus julgamentos de modo a que o grupo se comporte como um novo indivíduo) utiliza-se uma variante do AHP conhecida como Agregação Individual de Julgamentos (AIJ). Já para grupos que preferem manter a análise individual, existe a Agregação Individual de Prioridades (AIP). Em ambos os casos pode-se atribuir diferentes pesos aos decisores no processo ou então considerá-los num mesmo grau de importância para a decisão, sendo esta sempre tratada matematicamente.   Na aplicação do AHP ao caso em estudo, dois decisores consideraram 3 critérios subdivididos em vários subcritérios: implementação (subcritérios: distância aos fornecedores, custo de instalação e distância aos clientes atuais), mão de obra (subcritérios: disponibilidade e qualificação) e incentivos fiscais (subcritérios: segurança social e derrama). Em termos de decisão em grupo optou-se pelo consenso dos decisores, ou seja, usando a agregação individual de julgamentos (AIJ).   A aplicação deste método a este caso real permitiu criar um modelo de análise e de apoio à decisão, constituindo mais uma ferramenta num processo de decisão complexo.
publishDate 2019
dc.date.none.fl_str_mv 2019-07-16T00:00:00Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://doi.org/10.25746/ruiips.v7.i1.18310
url https://doi.org/10.25746/ruiips.v7.i1.18310
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 2182-9608
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Research Unit of Polytechnic Institute of Santarém
publisher.none.fl_str_mv Research Unit of Polytechnic Institute of Santarém
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799130485792702464