Migração de regresso para Portugal: revisitar o passado, compreender o presente

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Azevedo, Liliana
Data de Publicação: 2022
Outros Autores: Desille, Amandine, Pinho, Filipa
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/53468
Resumo: A produção científica dedicada ao estudo da emigração portuguesa, seja em Portugal, seja no estrangeiro, continua a considerar preponderantemente aqueles e aquelas que deixaram o país como “emigrantes”, e não como “migrantes”. Apesar da mudança que se tem operado desde os finais dos anos 1980 com o sociólogo Abdelmalek Sayad (1999a, 1999b), que viu a necessidade absoluta de restabelecer a integridade do emigrante/imigrante reconciliando estas duas figuras aparentemente diferentes numa só, os/as portugueses/as que partiram continuam a ser referidos/as nos dias de hoje como os/as “emigrantes”. Estes títulos posteriores ao ano 2000 são disso testemunho (não obstante, consideramo-los essenciais à compreensão do fenómeno migratório português!): Desenvolvimento em meio rural: contributos da emigração e do regresso (Gonçalves, 2007); Portugal 2010: The return of the country of emigration? (Malheiros, 2011); L’émigration au Portugal, avatar d’un pays “semipériphérique” (Santos, 2013); Regresso e circulação de emigrantes portugueses no início do século XXI (Oliveira et al., 2016); Regresso ao futuro: A nova emigração e a sociedade portuguesa (Peixoto et al., 2016); L’émigration à l’écran: la rhétorique du succès. La série documentaire Portugueses pelo mundo (Cunha, 2017); A mobilidade académica e a emigração portuguesa qualificada (Gomes, 2019); New and old routes of Portuguese emigration (Pereira & Azevedo, 2019); A emigração portuguesa no século XXI (Pires et al., 2020), etc. Uma série de ideias preconcebidas acompanham a partida destes “emigrantes” e a expectativa do seu regresso, deixando um rasto nos discursos, nas políticas desenhadas para os recuperar, na forma como são representados nos meios de comunicação social ou ainda na forma como são vistos nas comunidades de onde partiram. Assim, o binómio “emigração/regresso” pode representar uma armadilha, no sentido em que inviabiliza uma análise mais ampla e complexa das diversas experiências de movimento(s), espera(s) e imobilidade(s) – entre múltiplas combinações possíveis – que uma mesma pessoa ou família vivencia.
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