Processos de transição: da Educação Pré-Escolar à entrada no 1.º Ciclo do Ensino Básico

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Figueiredo, Cátia Neves
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.19/8141
Resumo: O presente Relatório Final de Estágio (RFE) foi desenvolvido no âmbito do Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1.º Ciclo do Ensino Básico, da Escola Superior de Educação de Viseu. Este organiza-se em duas partes, sendo que a primeira remete para uma reflexão crítica acerca da Prática de Ensino Supervisionada em contexto de 1.º Ciclo do Ensino Básico (1.º CEB) e em Educação Pré-Escolar (EPE) e a segunda reporta-se a uma investigação empírica que alude, essencialmente, ao processo de transição entre a EPE e o 1.º CEB. O processo de transição entre a EPE e o 1.º CEB nos últimos anos tem sido valorizado, visto que é considerado um fator relevante para o bem- estar emocional e sucesso educativo das crianças que ingressam numa nova realidade educativa. O processo de transição entre as duas valências educativas é marcante na vida das crianças, sendo bastante desafiante por envolver múltiplos fatores, tais como a construção da identidade e a mudança de contexto relacional. O modo como a transição é percecionada (re)pensada e planeada pelos agentes educativos reflete-se no comportamento das crianças e traduz-se no (in)sucesso escolar das mesmas, assim sendo, a comunidade educativa deve promover momentos de transição que se foquem na conexão entre ambas as valências educativas numa ótica de continuidade educativa. O estudo foi desenvolvido num Agrupamento de Escolas do concelho de Viseu. Para a recolha de dados recorremos a inquéritos por entrevista e por questionário. As entrevistas foram efetivadas a Educadores de Infância, Professores do 1.º CEB, a crianças que frequentavam o último ano da EPE e a alunos que frequentavam o 1.º ano do 1.º CEB. Os questionários foram aplicados a pais/ encarregados de educação (EE) das a crianças que frequentavam o último ano da EPE e a pais/EE dos alunos que frequentavam o 1.º ano do 1.º CEB. Os dados recolhidos permitiram-nos compreender as perceções dos diversos agentes educativos face ao processo de transição entre a EPE e o 1.º CEB, o modo como se assegura a adaptação ao novo contexto; assim como, as estratégias mobilizadas para garantir a continuidade educativa. Os resultados indicam-nos que as temáticas da transição e da continuidade educativa são valorizadas pelos agentes educativos que participaram no presente estudo. Os profissionais educativos reconheceram a relevância do processo de transição da EPE para o 1.º CEB, evidenciando a sua complexidade e cariz desafiante, demostrando que existem algumas dificuldades na construção/desenvolvimento de estratégias facilitadoras para o ingresso no 1.º CEB, nomeadamente na articulação coesa entre as duas valências educativas. Compreendemos que as crianças perspetivavam a entrada no 1.º CEB de uma forma dispare, isto é, algumas demostram sentimentos de medo e receio enquanto outras espelham interesse e sentimentos almejantes de contacto com novos conhecimentos, focando-se essencialmente na leitura e na escrita. Os pais/ EE consideram que o facto de as crianças frequentarem a EPE contribuiu para a sua adaptação à nova realidade educativa, mencionando que a EPE possibilita que as crianças construam uma panóplia de aprendizagens essenciais para este processo transitório. Contudo, a maioria dos pais/EE mencionam que vivenciam este momento de forma angustiante, temendo pelo bem estar- emocional das crianças.
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O processo de transição entre a EPE e o 1.º CEB nos últimos anos tem sido valorizado, visto que é considerado um fator relevante para o bem- estar emocional e sucesso educativo das crianças que ingressam numa nova realidade educativa. O processo de transição entre as duas valências educativas é marcante na vida das crianças, sendo bastante desafiante por envolver múltiplos fatores, tais como a construção da identidade e a mudança de contexto relacional. O modo como a transição é percecionada (re)pensada e planeada pelos agentes educativos reflete-se no comportamento das crianças e traduz-se no (in)sucesso escolar das mesmas, assim sendo, a comunidade educativa deve promover momentos de transição que se foquem na conexão entre ambas as valências educativas numa ótica de continuidade educativa. O estudo foi desenvolvido num Agrupamento de Escolas do concelho de Viseu. Para a recolha de dados recorremos a inquéritos por entrevista e por questionário. As entrevistas foram efetivadas a Educadores de Infância, Professores do 1.º CEB, a crianças que frequentavam o último ano da EPE e a alunos que frequentavam o 1.º ano do 1.º CEB. Os questionários foram aplicados a pais/ encarregados de educação (EE) das a crianças que frequentavam o último ano da EPE e a pais/EE dos alunos que frequentavam o 1.º ano do 1.º CEB. Os dados recolhidos permitiram-nos compreender as perceções dos diversos agentes educativos face ao processo de transição entre a EPE e o 1.º CEB, o modo como se assegura a adaptação ao novo contexto; assim como, as estratégias mobilizadas para garantir a continuidade educativa. Os resultados indicam-nos que as temáticas da transição e da continuidade educativa são valorizadas pelos agentes educativos que participaram no presente estudo. Os profissionais educativos reconheceram a relevância do processo de transição da EPE para o 1.º CEB, evidenciando a sua complexidade e cariz desafiante, demostrando que existem algumas dificuldades na construção/desenvolvimento de estratégias facilitadoras para o ingresso no 1.º CEB, nomeadamente na articulação coesa entre as duas valências educativas. Compreendemos que as crianças perspetivavam a entrada no 1.º CEB de uma forma dispare, isto é, algumas demostram sentimentos de medo e receio enquanto outras espelham interesse e sentimentos almejantes de contacto com novos conhecimentos, focando-se essencialmente na leitura e na escrita. Os pais/ EE consideram que o facto de as crianças frequentarem a EPE contribuiu para a sua adaptação à nova realidade educativa, mencionando que a EPE possibilita que as crianças construam uma panóplia de aprendizagens essenciais para este processo transitório. Contudo, a maioria dos pais/EE mencionam que vivenciam este momento de forma angustiante, temendo pelo bem estar- emocional das crianças.This Final Internship Report (RFE) was developed as part of the Master's Degree in PreSchool Education and Teaching in the 1st Cycle of Basic Education at Viseu School of Education. It is organized in two parts, the first referring to a critical reflection on the Supervised Teaching Practice in the context of the 1st Cycle of Basic Education (1st CEB) and in Pre-School Education (EPE) and the second regarding an empirical investigation that essentially refers to the transition process between EPE and 1st CEB. In recent years, the transition process between EPE and 1st CEB has been valorized, as it is considered a relevant factor for the emotional well-being and educational success of children entering a new educational reality. The process of the transition between the two educational establishments is an important one in children's lives, and is very challenging because it involves multiple factors, such as the construction of identity and the change of relational context. The way in which the transition is seen, (re)thought and planned by the educational agents is reflected in the children's behavior and translates into their (in)success at school. Therefore, the educational community should promote moments of transition that focus on the connection between the two educational services from the point of view of educational continuity. The study was conducted in a school grouping in the municipality of Viseu. For data collection, we used interview and questionnaire surveys. The interviews were done with kindergarten teachers, primary school teachers, children in their final year of primary school and students in their first year of primary school. The questionnaires were submitted to parents/guardians (EE) of children attending the last year of EPE and to parents/EE of students attending the 1st year of CEB. The data collected allowed us to understand the perceptions of the various educational agents regarding the transition process between the EPE and the 1st CEB, the way in which adaptation to the new context is ensured, as well as the strategies mobilized to guarantee educational continuity. The results show that the themes of transition and educational continuity are valued by the educational agents who took part in this study. The educational professionals recognized the importance of the transition process from EPE to 1st CEB, highlighting its complexity and challenging nature, showing that there are some difficulties in building/developing facilitating strategies for entry into 1st CEB, namely in the cohesive articulation between the two educational levels. We understand that the children's perspectives on entering the 1st CEB were mixed, i.e. some showed feelings of fear and hesitation, while others showed interest and feelings of desire in coming into contact with new knowledge, focusing essentially on reading and writing.Parents/EE consider that the fact that the children attend EPE has contributed to their adaptation to the new educational reality, mentioning that EPE enables the children to build up a wide range of learning that is essential for this transitional process. However, the majority of parents/EEs mention that they experience this moment in a distressful way, fearing for the children's emotional well-being.Rocha, JoãoMendes, CristianaRepositório Científico do Instituto Politécnico de ViseuFigueiredo, Cátia Neves2024-01-08T11:25:35Z2023-11-162023-11-16T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.19/8141TID:203452712porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-01-13T02:30:52Zoai:repositorio.ipv.pt:10400.19/8141Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T01:36:18.051210Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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description O presente Relatório Final de Estágio (RFE) foi desenvolvido no âmbito do Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1.º Ciclo do Ensino Básico, da Escola Superior de Educação de Viseu. Este organiza-se em duas partes, sendo que a primeira remete para uma reflexão crítica acerca da Prática de Ensino Supervisionada em contexto de 1.º Ciclo do Ensino Básico (1.º CEB) e em Educação Pré-Escolar (EPE) e a segunda reporta-se a uma investigação empírica que alude, essencialmente, ao processo de transição entre a EPE e o 1.º CEB. O processo de transição entre a EPE e o 1.º CEB nos últimos anos tem sido valorizado, visto que é considerado um fator relevante para o bem- estar emocional e sucesso educativo das crianças que ingressam numa nova realidade educativa. O processo de transição entre as duas valências educativas é marcante na vida das crianças, sendo bastante desafiante por envolver múltiplos fatores, tais como a construção da identidade e a mudança de contexto relacional. O modo como a transição é percecionada (re)pensada e planeada pelos agentes educativos reflete-se no comportamento das crianças e traduz-se no (in)sucesso escolar das mesmas, assim sendo, a comunidade educativa deve promover momentos de transição que se foquem na conexão entre ambas as valências educativas numa ótica de continuidade educativa. O estudo foi desenvolvido num Agrupamento de Escolas do concelho de Viseu. Para a recolha de dados recorremos a inquéritos por entrevista e por questionário. As entrevistas foram efetivadas a Educadores de Infância, Professores do 1.º CEB, a crianças que frequentavam o último ano da EPE e a alunos que frequentavam o 1.º ano do 1.º CEB. Os questionários foram aplicados a pais/ encarregados de educação (EE) das a crianças que frequentavam o último ano da EPE e a pais/EE dos alunos que frequentavam o 1.º ano do 1.º CEB. Os dados recolhidos permitiram-nos compreender as perceções dos diversos agentes educativos face ao processo de transição entre a EPE e o 1.º CEB, o modo como se assegura a adaptação ao novo contexto; assim como, as estratégias mobilizadas para garantir a continuidade educativa. Os resultados indicam-nos que as temáticas da transição e da continuidade educativa são valorizadas pelos agentes educativos que participaram no presente estudo. Os profissionais educativos reconheceram a relevância do processo de transição da EPE para o 1.º CEB, evidenciando a sua complexidade e cariz desafiante, demostrando que existem algumas dificuldades na construção/desenvolvimento de estratégias facilitadoras para o ingresso no 1.º CEB, nomeadamente na articulação coesa entre as duas valências educativas. Compreendemos que as crianças perspetivavam a entrada no 1.º CEB de uma forma dispare, isto é, algumas demostram sentimentos de medo e receio enquanto outras espelham interesse e sentimentos almejantes de contacto com novos conhecimentos, focando-se essencialmente na leitura e na escrita. Os pais/ EE consideram que o facto de as crianças frequentarem a EPE contribuiu para a sua adaptação à nova realidade educativa, mencionando que a EPE possibilita que as crianças construam uma panóplia de aprendizagens essenciais para este processo transitório. Contudo, a maioria dos pais/EE mencionam que vivenciam este momento de forma angustiante, temendo pelo bem estar- emocional das crianças.
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