Isquemia Aguda Renal, uma Emergência Cirúrgica Vascular com Evolução Ainda Desconhecida
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Data de Publicação: | 2021 |
Outros Autores: | , , , , , , , , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.17/3761 |
Resumo: | Introdução: A incidência de isquemia aguda renal é baixa. A experiência publicada do seu tratamento cirúrgico resume-se a séries de casos e não há indicações bem definidas para a revascularização renal em caso de isquemia aguda. Métodos: Estudo observacional retrospetivo realizado com base na consulta de processos clínicos de doentes submetidos a revascularização de artéria renal por isquemia aguda renal, num hospital universitário terciário, de Janeiro de 2011 a Junho de 2020. O endpoint primário foi a taxa de diálise aos 30 dias e os endpoints secundários foram a taxa de doença renal crónica de novo aos 30 dias e a sobrevida aos 30 dias. Resultados: Foram incluídos 11 doentes com isquemia aguda renal. As causas da oclusão arterial renal foram: disseção aórtica (N=3), trombose de artéria renal nativa (N=3), trombose de revascularização renal prévia (N=3), embolia (N=1) e trauma fechado (N=1). Dois dos casos corresponderam a doentes com rim único. A mediana de tempo desde o início do quadro até à revascularização cirúrgica foi de 24 horas. Dois doentes apresentavam doença renal crónica prévia conhecida. A apresentação clínica foi de dor lombar ou abdominal (n=8), HTA não controlada (N=5) e/ou oligoanúria (N=5). O diagnóstico foi realizado em todos com recurso a angio-TC. Em todos os doentes, a artéria renal principal estava afetada (N=9 desde o seu óstio) e havia algum grau de captação de contraste pelo rim afetado. Em todos os casos, foi realizada a revascularização unilateral de uma artéria renal com sucesso angiográfico, com exceção de um dos três casos em que a isquemia renal era bilateral, em que ambas as artérias renais ocluídas foram revascularizadas. Com exceção de um doente com oclusão de stent (submetido a angioplastia com DCB), todos foram submetidos a angioplastia com stent (6 com stents cobertos). Dois doentes apresentaram oligoanúria no pós-operatório e quatro necessitaram de pelo menos uma sessão dialítica. Aos 30 dias, a taxa de diálise foi de 11% (doente com isquemia aguda renal bilateral de etiologia traumática com 13 horas de evolução) e a taxa de doença renal crónica de novo de 22%. A sobrevida aos 30 dias foi de 90%. Conclusão: Nesta população de doentes, pode-se verificar a reversão da isquemia aguda renal mesmo após oclusões prolongadas das artérias renais. No entanto, com os dados disponíveis, não é possível anteceder quais os doentes que recuperarão a função renal prévia após revascularização urgente com sucesso angiográfico. Por ser rápido e pouco invasivo, o tratamento endovascular é a primeira linha no tratamento cirúrgico da isquemia aguda renal na nossa instituição. |
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Isquemia Aguda Renal, uma Emergência Cirúrgica Vascular com Evolução Ainda DesconhecidaAcute Renal Ischemia, a Surgical Vascular Emergence with a Still Unknown EvolutionHSM CIR VASCIsquemiaAngioplastiaStentsIntrodução: A incidência de isquemia aguda renal é baixa. A experiência publicada do seu tratamento cirúrgico resume-se a séries de casos e não há indicações bem definidas para a revascularização renal em caso de isquemia aguda. Métodos: Estudo observacional retrospetivo realizado com base na consulta de processos clínicos de doentes submetidos a revascularização de artéria renal por isquemia aguda renal, num hospital universitário terciário, de Janeiro de 2011 a Junho de 2020. O endpoint primário foi a taxa de diálise aos 30 dias e os endpoints secundários foram a taxa de doença renal crónica de novo aos 30 dias e a sobrevida aos 30 dias. Resultados: Foram incluídos 11 doentes com isquemia aguda renal. As causas da oclusão arterial renal foram: disseção aórtica (N=3), trombose de artéria renal nativa (N=3), trombose de revascularização renal prévia (N=3), embolia (N=1) e trauma fechado (N=1). Dois dos casos corresponderam a doentes com rim único. A mediana de tempo desde o início do quadro até à revascularização cirúrgica foi de 24 horas. Dois doentes apresentavam doença renal crónica prévia conhecida. A apresentação clínica foi de dor lombar ou abdominal (n=8), HTA não controlada (N=5) e/ou oligoanúria (N=5). O diagnóstico foi realizado em todos com recurso a angio-TC. Em todos os doentes, a artéria renal principal estava afetada (N=9 desde o seu óstio) e havia algum grau de captação de contraste pelo rim afetado. Em todos os casos, foi realizada a revascularização unilateral de uma artéria renal com sucesso angiográfico, com exceção de um dos três casos em que a isquemia renal era bilateral, em que ambas as artérias renais ocluídas foram revascularizadas. Com exceção de um doente com oclusão de stent (submetido a angioplastia com DCB), todos foram submetidos a angioplastia com stent (6 com stents cobertos). Dois doentes apresentaram oligoanúria no pós-operatório e quatro necessitaram de pelo menos uma sessão dialítica. Aos 30 dias, a taxa de diálise foi de 11% (doente com isquemia aguda renal bilateral de etiologia traumática com 13 horas de evolução) e a taxa de doença renal crónica de novo de 22%. A sobrevida aos 30 dias foi de 90%. Conclusão: Nesta população de doentes, pode-se verificar a reversão da isquemia aguda renal mesmo após oclusões prolongadas das artérias renais. No entanto, com os dados disponíveis, não é possível anteceder quais os doentes que recuperarão a função renal prévia após revascularização urgente com sucesso angiográfico. Por ser rápido e pouco invasivo, o tratamento endovascular é a primeira linha no tratamento cirúrgico da isquemia aguda renal na nossa instituição.Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia VascularRepositório do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, EPECorreia, RCatarino, JVieira, IBento, RGarcia, RPais, FRibeiro, TCardoso, JSoares Ferreira, RGarcia, ABastos Gonçalves, FFerreira, ME2021-07-01T13:49:56Z20212021-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.17/3761porAngiol Cir Vasc 2021;17(1):7-12info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-03-10T09:44:14Zoai:repositorio.chlc.min-saude.pt:10400.17/3761Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T17:21:04.975679Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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