Caracterização geoquímica e cartografia regional de sedimentos de corrente do sul de Portugal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Morgado, Paulo Jorge da Conceição
Data de Publicação: 1997
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/17010
Resumo: Este trabalho teve como principal objectivo a elaboração de uma base de dados geoquímicos georreferenciados e de mapas geoquímicos de pequena escala da parte sul do território continental português, numa área com cerca de 45 000 km2. Foram colhidas amostras de sedimentos de corrente em 294 locais de amostragem correspondendo a uma densidade de amostragem de uma amostra por cada 150 km2. As amostras de sedimentos de corrente foram colhidas em linhas de água com bacias de drenagem de dimensão média de 30 a 40 km2. Das amostras foi seleccionada a fracção inferior a 188 micra @O#) para a análise química que foi feita recorrendo ao método analítico de espectrometria ICP. Foram 32 os elementos analisados: Ag, Al, As, Au, B, Ba, Bi, Ca, Cd, Co, Cr, Cu, Fe, Hg, K, La, Mg, Mn, Mo, Na, Ni, P, Pb, Sb, Sr, Th, Ti, TI, U, V, W e Zn. Destes e após uma observação aos resultados da análise química, foram excluídos para efeito de tratamento estatístico os elementos Ag, Au, B, Bi, Cd, Hg, Mo, Sb, Ti, T1, U e W pois apresentam grande número de amostras (mais de 30 %) com teores abaixo do limite de detecção do método de análise química, chegando mesmo aos 100 % para os elementos Au e W. Por este motivo estes dois elementos foram os únicos não seleccionados para a cartografia espacial das classes de teores. O controlo de qualidade da análise química foi estimado estatisticamente recorrendo i análise repetida de um padrão geoquímico (padrão C-2), e através das amostras que possuem duplicados. A reprodutibilidade analítica mais baixa verifica-se para os elementos U, Sb, Bi e Hg. Através da distribuição espacial das classes de teores verifica-se que certos elementos caracterizam bem os grandes traços da litologia como é caso dos elementos Al, As, B, Ba, Ca, Co, Cr, Cu, Fe, K, Mg, Mn, Mo, Ni, P, Sr e Zn. Também as grandes unidades geoestmh~rais ficam bem definidas por alguns elementos como é o caso do Al, B, Ca, Co, Cr, Fe, K, La, Mg, Mn, Sr, Ni, Th, Ti, V e Zn. O estudo estatístico bivariado revelou 48 pares de elementos com correlações positivas significativas (> 0,5) sendo as mais elevadas (> 0,s) verificadas para os pares AI-Mg, Ca-Sr, Co-Fe, Co-Mn, Co-Ni, Cr-Mn e Fe-Ni. Pelo estudo estatístico multivariado, baseado no método de Análise em Componentes Principais (ACP), concluiu-se que o plano factorial 1 traduz a variabilidade geoquímica natural da área de influência da bacia que os sedimentos representam. Verificou-se que o grupo de elementos Fe, AI, Co, Mg, Mn, Cr, V e Ni aparece associado à área correspondente à litologia dos xistos. Por outro lado verificou-se que a área correspondente às rochas sedimentares não carbonatadas é pobre nestes elementos. No plano factoria12 verificou-se a existência da associação das variáveis Mn, Co, Fe, Ni, Cu e Zn que poderá indicar as mineralizações associadas à faixa piritosa alentejana. Foram caracterizadas sub-bacias de composição litológica homogénea (xistos, rochas carbonatadas e rochas sedimentares não carbonatadas), determinando-se os parâmetros estatísticos das distribuições de teores dos elementos As, Co, Cr, Cu, Ni, Pb e Zn, obtidos nas amostras que correspondem a essas sub-bacias. Foram também caracterizadas bacias de conlposição litológica heterogénea (bacias hidrográficas dos rios Cobres, Degebe, Sorraia, Sado, Mira e Arade), segundo os mesmos sete elementos referidos acima. Verificou-se que a bacia do rio Sorraia é caracterizada por possuir baixos teores em todos os elementos, exceptuando-se a sua zona mais alta onde tem teores elevados para os elementos As, Cr, Cu e Ni. A bacia do rio Degebe é caracterizada por possuir teores baixos para todos os elementos em toda a sua área. A bacia do rio Sado apresenta teores baixos, ocorrendo no entanto, na sua zona mais alta teores intermédios para os elementos Cu Ni, Pb e Zn e elevados para os elementos As, Co e Cr. A bacia do rio Cobres apresenta em toda sua extensão valores intermédios para todos os elementos. A bacia do rio Mira apresenta um padrão de teores elevados para os elementos Co, Ni, Pb e Zn. Finalmente, a bacia do rio Arade apresenta um padrão de teores elevados para os elementos Ni e Zn.
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Por outro lado verificou-se que a área correspondente às rochas sedimentares não carbonatadas é pobre nestes elementos. No plano factoria12 verificou-se a existência da associação das variáveis Mn, Co, Fe, Ni, Cu e Zn que poderá indicar as mineralizações associadas à faixa piritosa alentejana. Foram caracterizadas sub-bacias de composição litológica homogénea (xistos, rochas carbonatadas e rochas sedimentares não carbonatadas), determinando-se os parâmetros estatísticos das distribuições de teores dos elementos As, Co, Cr, Cu, Ni, Pb e Zn, obtidos nas amostras que correspondem a essas sub-bacias. Foram também caracterizadas bacias de conlposição litológica heterogénea (bacias hidrográficas dos rios Cobres, Degebe, Sorraia, Sado, Mira e Arade), segundo os mesmos sete elementos referidos acima. Verificou-se que a bacia do rio Sorraia é caracterizada por possuir baixos teores em todos os elementos, exceptuando-se a sua zona mais alta onde tem teores elevados para os elementos As, Cr, Cu e Ni. A bacia do rio Degebe é caracterizada por possuir teores baixos para todos os elementos em toda a sua área. A bacia do rio Sado apresenta teores baixos, ocorrendo no entanto, na sua zona mais alta teores intermédios para os elementos Cu Ni, Pb e Zn e elevados para os elementos As, Co e Cr. A bacia do rio Cobres apresenta em toda sua extensão valores intermédios para todos os elementos. A bacia do rio Mira apresenta um padrão de teores elevados para os elementos Co, Ni, Pb e Zn. 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