Estudo comparativo de dissecções arteriais extracranianas: série hospitalar de 61 doentes
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2007 |
Outros Autores: | , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.10/1476 |
Resumo: | Introdução: As dissecções arteriais extracranianas constituem uma causa importante de AVC no individuo jovem. A fisiopatologia e o tratamento adequado não estão estabelecidos assumindo-se semelhantes nas Dissecções da artéria Carótida Interna (DACI) e Dissecções da artéria Vertebral (DAV). Objectivos e Métodos: Estudo retrospectivo de casos consecutivos de DACI e DAV entre Janeiro de 1997 e Dezembro de 2005 no Serviço de Neurologia de um hospital distrital, caracterizando aspectos demográficos, desencadeantes, factores de risco vascular (FRV), apresentação clínica, terapêutica e evolução clínica e imagiológica. Resultados: Foram incluídos 61 doentes (41 DACI, 20 DAV) com 48 + 10 anos. 90% (n=57) apresentaram-se com sinais de isquemia cerebral. 11% (n=6) dos AVC foram precedidos de ATT, o que ocorreu preferencialmente nas DAV (20% vs. 5%, p=0.065) A dor foi tendencialmente mais frequente nas DAV (70% vs. 42%, p=0.087). Em 53% dos casos documentou-se oclusão arterial, mais frequente nas DAV (73% vs. 44%, p=0.062). Não havia diferença entre a frequência dos FRV nas DACI e DAV. Na alta, 40% dos doentes apresentava mRS ≥ 3, sendo estes menos frequentemente hipocoagulados (50% vs. 75%, p=0.043). A recuperação foi total em 25%, não se correlacionando com idade, sexo, localização da dissecção ou terapêutica instituída. A taxa de recanalização arterial foi de 48% superior nas DACI (54% vs. 40%, p=0.529). A persistência de oclusão correlacionava-se com uma menor recuperação clínica (p=0.001). Não foram descritas recorrências. Discussão: Na nossa série, a apresentação clínica e os FRV parecem ser semelhantes ao descrito na literatura; contudo a recuperação funcional e a taxa de repermeabilização arterial foram inferiores. Foram encontradas diferenças entre as DAV e as DACI, na apresentação clínica e comportamento imagiológico, que poderão surgir diferentes sinais de de alarme e abordagens terapêuticas . A interpretação e a comparação dos resultados estão limitadas por se tratar de um estudo retrospectivo, justificando-se a realização de estudos prospectivos multicêntricos. |
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Estudo comparativo de dissecções arteriais extracranianas: série hospitalar de 61 doentesA comparison study of cervical artery dissections: hospital series of 61 patientsDissecção da artéria carótidaDissecção da artéria vertebralAcidente vascular cerebralEstudo comparativoIntrodução: As dissecções arteriais extracranianas constituem uma causa importante de AVC no individuo jovem. A fisiopatologia e o tratamento adequado não estão estabelecidos assumindo-se semelhantes nas Dissecções da artéria Carótida Interna (DACI) e Dissecções da artéria Vertebral (DAV). Objectivos e Métodos: Estudo retrospectivo de casos consecutivos de DACI e DAV entre Janeiro de 1997 e Dezembro de 2005 no Serviço de Neurologia de um hospital distrital, caracterizando aspectos demográficos, desencadeantes, factores de risco vascular (FRV), apresentação clínica, terapêutica e evolução clínica e imagiológica. Resultados: Foram incluídos 61 doentes (41 DACI, 20 DAV) com 48 + 10 anos. 90% (n=57) apresentaram-se com sinais de isquemia cerebral. 11% (n=6) dos AVC foram precedidos de ATT, o que ocorreu preferencialmente nas DAV (20% vs. 5%, p=0.065) A dor foi tendencialmente mais frequente nas DAV (70% vs. 42%, p=0.087). Em 53% dos casos documentou-se oclusão arterial, mais frequente nas DAV (73% vs. 44%, p=0.062). Não havia diferença entre a frequência dos FRV nas DACI e DAV. Na alta, 40% dos doentes apresentava mRS ≥ 3, sendo estes menos frequentemente hipocoagulados (50% vs. 75%, p=0.043). A recuperação foi total em 25%, não se correlacionando com idade, sexo, localização da dissecção ou terapêutica instituída. A taxa de recanalização arterial foi de 48% superior nas DACI (54% vs. 40%, p=0.529). A persistência de oclusão correlacionava-se com uma menor recuperação clínica (p=0.001). Não foram descritas recorrências. Discussão: Na nossa série, a apresentação clínica e os FRV parecem ser semelhantes ao descrito na literatura; contudo a recuperação funcional e a taxa de repermeabilização arterial foram inferiores. Foram encontradas diferenças entre as DAV e as DACI, na apresentação clínica e comportamento imagiológico, que poderão surgir diferentes sinais de de alarme e abordagens terapêuticas . A interpretação e a comparação dos resultados estão limitadas por se tratar de um estudo retrospectivo, justificando-se a realização de estudos prospectivos multicêntricos.Sociedade Portuguesa de NeurologiaRepositório do Hospital Prof. Doutor Fernando FonsecaSimões, RBiscoito, LParreira, EPinto, A2015-08-12T08:45:21Z2007-01-01T00:00:00Z2007-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.10/1476porSinapse. 2007 Maio;7(1):36-431645-281Xinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-09-20T15:52:15Zoai:repositorio.hff.min-saude.pt:10400.10/1476Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T15:52:32.186259Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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Introdução: As dissecções arteriais extracranianas constituem uma causa importante de AVC no individuo jovem. A fisiopatologia e o tratamento adequado não estão estabelecidos assumindo-se semelhantes nas Dissecções da artéria Carótida Interna (DACI) e Dissecções da artéria Vertebral (DAV). Objectivos e Métodos: Estudo retrospectivo de casos consecutivos de DACI e DAV entre Janeiro de 1997 e Dezembro de 2005 no Serviço de Neurologia de um hospital distrital, caracterizando aspectos demográficos, desencadeantes, factores de risco vascular (FRV), apresentação clínica, terapêutica e evolução clínica e imagiológica. Resultados: Foram incluídos 61 doentes (41 DACI, 20 DAV) com 48 + 10 anos. 90% (n=57) apresentaram-se com sinais de isquemia cerebral. 11% (n=6) dos AVC foram precedidos de ATT, o que ocorreu preferencialmente nas DAV (20% vs. 5%, p=0.065) A dor foi tendencialmente mais frequente nas DAV (70% vs. 42%, p=0.087). Em 53% dos casos documentou-se oclusão arterial, mais frequente nas DAV (73% vs. 44%, p=0.062). Não havia diferença entre a frequência dos FRV nas DACI e DAV. Na alta, 40% dos doentes apresentava mRS ≥ 3, sendo estes menos frequentemente hipocoagulados (50% vs. 75%, p=0.043). A recuperação foi total em 25%, não se correlacionando com idade, sexo, localização da dissecção ou terapêutica instituída. A taxa de recanalização arterial foi de 48% superior nas DACI (54% vs. 40%, p=0.529). A persistência de oclusão correlacionava-se com uma menor recuperação clínica (p=0.001). Não foram descritas recorrências. Discussão: Na nossa série, a apresentação clínica e os FRV parecem ser semelhantes ao descrito na literatura; contudo a recuperação funcional e a taxa de repermeabilização arterial foram inferiores. Foram encontradas diferenças entre as DAV e as DACI, na apresentação clínica e comportamento imagiológico, que poderão surgir diferentes sinais de de alarme e abordagens terapêuticas . A interpretação e a comparação dos resultados estão limitadas por se tratar de um estudo retrospectivo, justificando-se a realização de estudos prospectivos multicêntricos. |
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