Panorâmica sobre os recursos de lítio em países africanos de língua portuguesa

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gomes, C. Leal
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1822/73018
Resumo: Com base no estado dos conhecimentos atuais, nos Países Africanos de Língua Portuguesa (PALP), em particular em Angola e Moçambique, os recursos de Li em pegmatitos graníticos têm mais importância que os recursos associados a salmouras e bacias endorreicas com evaporitos (hipoteticamente, apenas equacionáveis nas zonas áridas do SW de Angola). Na estruturação do Gondwana as Províncias Pegmatíticas com maiores potencialidades em pegmatitos litiníferos ocorrem na região do Namibe, Angola, na Bacia do Rio Giraúl, onde a espodumena é um minério prevalecente em zonas nucleares de alguns pegmatitos ou em rochas granulares de feição pegmatóide a brechóide leucogranítica. Também ocorre espodumena nos pegmatitos do Distrito Alto Ligonha, na Província Pegmatítica da Zambézia. Devido à alteração que a espodumena apresenta, com forte lixiviação do Li, e também devido aos baixos conteúdos e irregularidade da sua distribuição, em núcleos de quartzo, este mineral dificilmente virá a ser considerado interessante. Aqui as unidades tardias com “lepidolite” são as massas litiníferas principais. No Distrito Sul Zambeziano, da mesma Província, a espodumena, estando mais preservada, volta a interessar como fonte do metal.Na generalidade dos casos o acolhimento dos diferenciados pegmatíticos em ambientes exo-graníticos ocorre em estrutras de transporte tangencial afetadas posteriormente por transporte transcorrente. Na base das sequências de mantos de carreamento parece mais preservado o portador espodumena, em fácies mais granulares e em que este portador prevalece sem alteração significativa. Em distritos e campos pegmatíticos, alojados no topo das mesmas sequências, e afetados por deformação cizalhante dúctil-frágil polifásica, a espodumena está decomposta e a lepidolite torna-se o portador de Li mais interessante por se manter em equilíbrio após a sua formação. Em todas estas ocorrências a presença de petalite será relevante apenas em alguns casos muito especiais, dos quais até agora ainda não há notícia, mas que deverão ser mais prováveis no Distrito Sul Zambiano em Moçambique. A investigação atual das ocorrências litiníferas está centrada em regiões mineiras e grandes jazidas pegmatíticas que em alguns casos já têm uma história de mais de um século de prospeção, pesquisa e exploração para outras substâncias. É o que sucede no Distrito Alto Ligonha. É pois recomendável que à luz das revisões cartográficas recentes e da revisão do quadros estruturais e téctónicos prevalecentes do Câmbrico ao Paleozóico se reavaliem também e revalorizem indícios do alojamento mais profundo dos pegmatitos, nas sequências de acreção e obdução (transporte cavalgante de terrenos). Aqui, a análise estrutural detalhada desempenhará um papel fundamental sobretudo no caso dos Distrito Sul Zambeziano em Moçambique e no caso dos campos pegmatíticos do Giraúl em Angola.
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