Epidemiologia da Otite Média Aguda nos Primeiros 18 Meses de Vida

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silveira, Helena
Data de Publicação: 2014
Outros Autores: Spratley, Jorge, Lunet, Nuno, Pais-Clemente, Manuel
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.25754/pjp.2003.5115
Resumo: Introdução: A Otite Média Aguda (OMA) é uma das infecções mais frequentes na criança. Constitui um problema de saúde pública relevante, relacionado com uma morbilidade e custos económicos importantes. O reconhecimento e controle dos vários factores de risco continua a desempenhar um papel primordial no tratamento eficaz desta afecção. Objectivos: Conhecer aspectos da epidemiologia descritiva da OMA em crianças da região do Porto, com idade inferior a 18 meses. Material e Métodos: Elaborou-se um inquérito, que foi respondido através de uma entrevista telefónica. Estudou-se uma amostra recolhida da população de todos os nados-vivos ocorridos no Serviço de Obstetrícia do Hospital de S. João nos meses de Abril e Setembro de 1998. Os critérios de admissão para este estudo foram os seguintes: gravidez de baixo risco, parto de termo não complicado, ausência de malformações craneo-faciais congénitas e acesso telefónico. Registaram-se apenas os episódios de OMA diagnosticado por um médico. Foram calculados os Odds Ratio (OR), e respectivos intervalos de confiança a 95% (IC 95%), como medida da associação entre as características das crianças ou do seu agregado familiar e a ocorrência de pelo menos 1 episódio de OMA. Resultados: Incluídos na análise dados referentes a 204 participantes.A idade média das crianças foi 17,2 ±1,7 meses, sendo 45,1% do sexo feminino. Verificou-se que 44% de todas as crianças já tinham tido pelo menos 1 episódio de OMA, e que destas, foi instituído tratamento antibiótico a 97%.Identificou-se um risco significativamente aumentado de OMA nos primeiros 6 meses de vida, para aleitamento com a criança deitada, história familiar de alergias, aleitamento exclusivo com leite artificial, e profissão paterna de "colarinho azul". No período correspondente aos seis meses que precederam o inquérito, o risco foi significativamente superior para crianças com história de OMA nos primeiros 6 meses de vida, cujos pais eram fumadores, e fumavam habitualmente em casa, alimentadas exclusivamente com leite artificial, com mães de profissão "colarinho azul" e com história familiar de alergias. Conclusões: O presente estudo revelou que a prevalência de OMA nos primeiros 18 meses no Norte de Portugal é elevada (44%), e a utilização de antibióticos ocorre em quase todos os doentes (97%), confirmando esta patologia como um importante problema de saúde pública. Foram identificados factores de risco susceptíveis de intervenção como é o caso do fumo do tabaco e da alimentação, pelo que é essencial a continuação de campanhas de sensibilização para as vantagens do aleitamento materno, e chamar a atenção para os malefícios do tabaco.
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