Educação bilingue de alunos surdos : estudo de caso sobre as percepções dos professores

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Carneiro, Maria João Coutinho Maia de Carvalho Baptista
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.14/10256
Resumo: Este trabalho de investigação insere-se no âmbito do mestrado em Ciências da Educação, área de Educação Especial. É um estudo de natureza qualitativa que visa conhecer como está a ser operacionalizado o quadro legislativo em sete Escolas de Referência para o Ensino Bilingue de Alunos Surdos (EREBAS). Para esse efeito utilizámos entrevistas semi-directivas, de forma a conhecer a percepção e o grau de satisfação dos inquiridos sobre o apoio, a organização e o espírito das escolas de referência previstos no referido decreto-lei e o seu contributo para o normal desenvolvimento dos alunos surdos. Através das entrevistas, podemos concluir que os profissionais reconhecem o atual quadro legislativo como o mais favorável para a educação dos surdos, admitindo que a educação bilingue deve ser encarada, não apenas como uma necessidade para os surdos, mas também como um direito. Os docentes inquiridos partilham da importância de concentrar alunos surdos numa comunidade linguística de referência e num grupo de socialização constituído por indivíduos de diferentes idades que utilizam a LGP, tendo como base a premissa de que esta expressa a cultura da comunidade surda. Os recursos e medidas previstos no Decreto-lei 3/2008 de 7 de janeiro e implementados nas suas escolas foram considerados satisfatórios e suficientes e asseguram uma boa interacção entre a comunidade surda e a comunidade ouvinte. Para isso contribui a estabilidade do corpo docente, que foi assinalada como promotora da continuidade do trabalho desenvolvido, embora prejudicado pela colocação tardia dos formadores e intérpretes de LGP, que compromete o ínicio do ano letivo. O desenvolvimento da LGP como primeira língua tem sido difícil devido à opção contrária dos Encarregados de Educação relativamente ao modelo de educação bilingue. Contudo, as escolas organizam-se no sentido de ministrar a língua em horário letivo ou extra letivo, procurando seguir o Programa Curricular oficial para a disciplina, com um número de horas letivas semanais idêntico às definidas para a disciplina de Língua Portuguesa, ministrada na maioria dos casos como primeira língua, seguindo o programa regular para os diferentes níveis de ensino com as inevitáveis adequações curriculares. As docentes que apoiam alunos do secundário apontam como principais barreiras ao sucesso educativo dos seus alunos, a falta de formação bilingue dos profissionais ouvintes e surdos e os fracos desempenhos dos alunos em Língua Gestual e em Língua Portuguesa.
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Através das entrevistas, podemos concluir que os profissionais reconhecem o atual quadro legislativo como o mais favorável para a educação dos surdos, admitindo que a educação bilingue deve ser encarada, não apenas como uma necessidade para os surdos, mas também como um direito. Os docentes inquiridos partilham da importância de concentrar alunos surdos numa comunidade linguística de referência e num grupo de socialização constituído por indivíduos de diferentes idades que utilizam a LGP, tendo como base a premissa de que esta expressa a cultura da comunidade surda. Os recursos e medidas previstos no Decreto-lei 3/2008 de 7 de janeiro e implementados nas suas escolas foram considerados satisfatórios e suficientes e asseguram uma boa interacção entre a comunidade surda e a comunidade ouvinte. Para isso contribui a estabilidade do corpo docente, que foi assinalada como promotora da continuidade do trabalho desenvolvido, embora prejudicado pela colocação tardia dos formadores e intérpretes de LGP, que compromete o ínicio do ano letivo. O desenvolvimento da LGP como primeira língua tem sido difícil devido à opção contrária dos Encarregados de Educação relativamente ao modelo de educação bilingue. Contudo, as escolas organizam-se no sentido de ministrar a língua em horário letivo ou extra letivo, procurando seguir o Programa Curricular oficial para a disciplina, com um número de horas letivas semanais idêntico às definidas para a disciplina de Língua Portuguesa, ministrada na maioria dos casos como primeira língua, seguindo o programa regular para os diferentes níveis de ensino com as inevitáveis adequações curriculares. As docentes que apoiam alunos do secundário apontam como principais barreiras ao sucesso educativo dos seus alunos, a falta de formação bilingue dos profissionais ouvintes e surdos e os fracos desempenhos dos alunos em Língua Gestual e em Língua Portuguesa.This research is part of a Master’s in Science Education, area of special educational needs. This was a qualitative study, based on a descriptive and exploratory typology that aims at understanding how the legislative framework in seven Portuguese public schools is being operated - schools of Reference Schools for the Deaf Student Bilingual Education (EREBAS). Considering the concerns and debates about bilingual education of the deaf community it is important to reflect on this theme. The repercussions that arise from these practices favor oralism and safeguard the use of Sign Language. Methodologically, by creating a script with the questions, seven semi-structured interviews were conducted to professionals performing duties in EREBAS. Interviews that were submitted later to a content analysis helped us understand the perception and the satisfaction of those surveyed regarding: support, organization and spirit of reference schools, as well as their contribution to the proper development of deaf students. We conclude that professionals recognize the current legislative framework as the most favorable for the education of the deaf, admitting that the bilingual education should be seen, not only as a necessity for the deaf, but also as a right. The resources and measures laid down in Decree-Law 3/2008 of 7 January and implemented in their schools were considered both satisfactory and sufficient; and, ensure a good interaction between the deaf community and the listening community. This contributes towards the faculty's stability, which was signaled as promoter of the continuous work, although hampered by the teacher’s and the LGP late placement, it started slowing down at the beginning of the school year. Teachers who support pupils pointed out as major barriers to educational success of their students, the lack of bilingual training of professionals and the weak listeners and deaf students ' performances in sign language and in Portuguese. Teachers believe the problem is related to the education of deaf students in areas where these are few in number and the creation of a Reference School for Bilingual Education is difficult. They also reflect about the necessary conditions for their Schools, in order to provide a satisfactory answer to deaf students. Keywords: Deafness, Deaf Education, Reference Schools for the Deaf Student Bilingual Education (EREBAS).Baptista, José AfonsoMaia, HelenaVeritati - Repositório Institucional da Universidade Católica PortuguesaCarneiro, Maria João Coutinho Maia de Carvalho Baptista2013-03-22T14:03:29Z2012-05-1020122012-05-10T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.14/10256porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-08-08T01:35:37ZPortal AgregadorONG
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