Comportamentos de risco e stress em trabalhadores do sector produtivo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Tavares, Ana Sofia Rodrigues
Data de Publicação: 2005
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/98053
Resumo: RESUMO - Este estudo procurou identificar a prevalência de comportamentos de risco para a saúde auto-referidos pelos trabalhadores activos de uma empresa do sector produtivo, dos quais se destacam o consumo de tabaco e de álcool, dieta inadequada (em gorduras saturadas e fibras) e inactividade física, assim como a prevalência de indivíduos com percepção negativa do estado de saúde, risco elevado de stress no local de trabalho e percepção positiva de stress. Foi ainda objectivo deste estudo analisar a associação entre estas variáveis e certas características sócio-demográficas da população em estudo. Foi também estudada a associação dos comportamentos de risco entre si e a associação entre o risco/percepção de stress e a percepção da saúde. Foi utilizada uma metodologia quantitativa, sendo um estudo observacional, transversal e descritivo com componente analítica. A população estudada foi constituída pelo conjunto dos trabalhadores activos de uma empresa do sector produtivo da região de Lisboa. Como instrumento de recolha de dados foi utilizado um questionário de auto- -resposta, confidencial e anónimo. Para o tratamento dos dados foram utilizadas técnicas de estatística descritiva, testes de significância estatística com p < 0,05 e análises de regressão logística. 60% dos inquiridos consideraram o seu estado de saúde «bom» e 35,3% consideraram-no «assim-assim». Em relação à prevalência de comportamentos de risco auto-referidos, verificou-se que 7,5% dos inquiridos apresentaram um consumo excessivo de gorduras saturadas e 67,5% apresentaram um consumo baixo de fibras; 18,2% dos inquiridos são bebedores excessivos; 28,3% dos inquiridos são fumadores e 23% são fisicamente inactivos. Quanto ao risco de stress no local de trabalho, 14,7% dos inquiridos apresentaram um risco elevado de stress e 37,6% referiram sentirem necessidade de reduzir o stress a que estavam sujeitos. Em relação à associação entre os comportamentos de risco considerados e auto-referidos com a percepção da saúde e risco/percepção de stress, neste trabalho não se encontrou, para a maioria dos comportamentos de risco em estudo e para a sua ocorrência conjunta, uma associação estatisticamente significativa com a percepção da saúde. No entanto, a hipótese de referir uma percepção negativa do estado de saúde foi aproximadamente três vezes maior entre os ex-fumadores do que entre os não-fumadores. O consumo de tabaco, para além de ser o comportamento de risco mais prevalente, encontrou- se estatisticamente associado ao consumo excessivo de álcool e ao consumo elevado de gorduras saturadas, o que pode contribuir para um sinergismo no aumento das doenças crónicas. A análise de variáveis associadas com o número de comportamentos de risco revelou que o género está relacionado com a ocorrência conjunta de comportamentos de risco auto-referidos pelos inquiridos. Os resultados obtidos podem ajudar a encontrar estratégias de acção na empresa em causa e apoiar possíveis aplicações em saúde pública, especialmente no que se refere a programas de promoção da saúde no local de trabalho que se centrem em fornecerem uma combinação de alterações de políticas e ambientes e diversas opções de intervenção e incentivos para a adopção de comportamentos e estilos de vida mais saudáveis.
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Foi também estudada a associação dos comportamentos de risco entre si e a associação entre o risco/percepção de stress e a percepção da saúde. Foi utilizada uma metodologia quantitativa, sendo um estudo observacional, transversal e descritivo com componente analítica. A população estudada foi constituída pelo conjunto dos trabalhadores activos de uma empresa do sector produtivo da região de Lisboa. Como instrumento de recolha de dados foi utilizado um questionário de auto- -resposta, confidencial e anónimo. Para o tratamento dos dados foram utilizadas técnicas de estatística descritiva, testes de significância estatística com p < 0,05 e análises de regressão logística. 60% dos inquiridos consideraram o seu estado de saúde «bom» e 35,3% consideraram-no «assim-assim». Em relação à prevalência de comportamentos de risco auto-referidos, verificou-se que 7,5% dos inquiridos apresentaram um consumo excessivo de gorduras saturadas e 67,5% apresentaram um consumo baixo de fibras; 18,2% dos inquiridos são bebedores excessivos; 28,3% dos inquiridos são fumadores e 23% são fisicamente inactivos. Quanto ao risco de stress no local de trabalho, 14,7% dos inquiridos apresentaram um risco elevado de stress e 37,6% referiram sentirem necessidade de reduzir o stress a que estavam sujeitos. Em relação à associação entre os comportamentos de risco considerados e auto-referidos com a percepção da saúde e risco/percepção de stress, neste trabalho não se encontrou, para a maioria dos comportamentos de risco em estudo e para a sua ocorrência conjunta, uma associação estatisticamente significativa com a percepção da saúde. No entanto, a hipótese de referir uma percepção negativa do estado de saúde foi aproximadamente três vezes maior entre os ex-fumadores do que entre os não-fumadores. O consumo de tabaco, para além de ser o comportamento de risco mais prevalente, encontrou- se estatisticamente associado ao consumo excessivo de álcool e ao consumo elevado de gorduras saturadas, o que pode contribuir para um sinergismo no aumento das doenças crónicas. A análise de variáveis associadas com o número de comportamentos de risco revelou que o género está relacionado com a ocorrência conjunta de comportamentos de risco auto-referidos pelos inquiridos. Os resultados obtidos podem ajudar a encontrar estratégias de acção na empresa em causa e apoiar possíveis aplicações em saúde pública, especialmente no que se refere a programas de promoção da saúde no local de trabalho que se centrem em fornecerem uma combinação de alterações de políticas e ambientes e diversas opções de intervenção e incentivos para a adopção de comportamentos e estilos de vida mais saudáveis.ABSTRACT - The aim of this study was to search the prevalence of health risk behaviours, such as cigarette smoking, alcohol consumption, inadequate diet and exercise, and perception of (negative) self rated health and high risk of stress at work, among employees working in a enterprise of a production sector. Its objective was to analyse the association between this variables and certain socio-demographic characteristics, and the association between the risk behaviours and the association of the risk/perception of stress and self rated health. The method was a cross-sectional study in a population of employees working in an enterprise. The data were collected through self-administered questionnaires. Statistical analysis was performed using descriptive statistic, signification tests statistics with p < 0,05, and logistic regression analysis. 60% of the subjects reported «good health» and 35,3% reported «thus thus». The prevalence of excessive consumption of saturated fats was 7,5% ad 67,5% of the subjects reported a low consumption of fibers; 18,2% a high consumption of alcohol and 28,3% were smokers and 23% were physically inactive. 14,7% of the subjects demonstrate a high risk of stress. In this study, we did not find any association between the so considered major risk behaviours with the perception of health and risk/perception of stress. Cigarette consumption, the most prevalent risk behavior, was statistically associated with high consumption of alcohol and high consumption of saturated fats, which could elevate the synergism of chronic diseases. The analysis of variables associated with the number of risk behaviors, showed that the gender is related with the co-occurrence of the self-reported health risk behaviours. These results can help to find strategies for action in the enterprise in study, and support possible application in public health, specially in promoting healthy lifestyles among staff, which can be focused in a combination of policies and environments.Universidade Nova de Lisboa, Escola Nacional de Saúde PúblicaRUNTavares, Ana Sofia Rodrigues2020-05-21T11:03:57Z2005-072005-07-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/98053porTavares, Ana Sofia Rodrigues - Comportamentos de risco e stress em trabalhadores do sector produtivo = Health risk behaviours and stress in production sector workers. Revista Portuguesa de Saúde Pública. ISSN 0870-9025. Vol. 23, Nº. 2 (Julho/Dezembro 2005), p. 63-750870-9025info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-07-10T15:54:17ZPortal AgregadorONG
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