Diatomáceas e águas das minas de Coval da Mó (Portugal) e Sidi Driss (Tunísia): uma aproximação biogeoquímica

• Autor(a) principal: Andrade, Ana Filipa Granjo
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/30721
• topic: Minas; Metais; Ecologia; Diatomáceas; Sedimentos de corrente; Águas superficiais

A mina de Sidi, na Tunísia, e a mina do Coval da Mó (Complexo Mineiro do Braçal) na região centro de Portugal são conhecidas pela ocorrência de grandes explorações de minérios, em especial minérios contendo Pb e Zn, metais que ainda se podem encontrar nas escombreiras, que arrastados para os cursos de água, originam a contaminação dos mesmos. Nesta última, os rios Caima e Vouga, assim como os seus afluentes são afetados pela contaminação metálica. O mesmo acontece nos rios da mina de Sidi Driss, Oued Belif e Oued Damaus, e efluentes. Os objetivos deste trabalho são comparar, geoquimicamente e biologicamente, os cursos de água afetados por estas minas que se encontram separadas geograficamente, e que apresentam também climas caraterísticos de cada região e muito distintos entre si. Também como objetivo secundário, a comparação dos dados de sedimentos de corrente, águas superficiais e diatomáceas dos cursos de água envolventes à mina do Coval da Mó, do presente trabalho (2020) e dos dados do ano de 2002, é efetuada a fim de caraterizar a sua evolução temporal. No total foram recolhidas 14 amostras, sendo 6 originárias do Complexo Mineiro do Braçal e 7 da mina de Sidi Driss. As amostras epilíticas e epipsâmicas de diatomáceas foram amostradas, e, posteriormente, oxidadas em laboratório com a adição de ácido nítrico (HNO3 65%) e dicromato de potássio (K2Cr2O7). As amostras de água foram analisadas quimicamente por ICP-MS para 28 elementos. Já os sedimentos recolhidos sofreram uma análise química por ICP-ES para 30 elementos. Para se averiguar o grau de toxicidade nos sedimentos de corrente, resultante da presença de vários elementos químicos, utilizou-se como termo de comparação os valores propostos no Por conseguinte, podemos afirmar que estes locais foram, ao longo dos anos, diminuindo o seu grau de toxicidade, uma vez que os valores apresentados nos locais C79B, C85B e C232B são relativamente mais baixos que no ano 2002. As comunidades de diatomáceas apresentaram algumas semelhanças entre as minas de Sidi Driss e o Complexo Mineiro do Braçal, mostrando assim a alteração provocada pelos metais presentes nas escombreiras, uma vez que estes estão representados nas duas minas, independentemente do local. Um dos locais da mina de Coval de Mó, Uma das minas do Complexo Mineiro do Braçal sofreu algumas alterações que provocaram a deformação nas suas estruturas morfológicas no taxa Fragilaria capucina. As análises de águas de superfície de Sidi Driss, Complexo Mineiro do Braçal (e Coval de Mó) apresentam níveis de pH neutros ou muito próximo de neutros, e, de um modo geral, um alto teor de metais. É, também notório, de um modo geral, a baixa concentração dos metais presentes nas águas do Complexo Mineiro do Braçal e Cova de Mó. Os metais encontram-se nos sedimentos de corrente, como foi comprovado com a análise da composição química. Neste estudo foi realizada uma comparação estatística da influência dos metais nos locais de amostragem, usando a matriz das diatomáceas. Por uma análise dbRDA, podemos afirmar que alguns metais têm uma maior influência nuns locais do que noutros. Numa comparação dos anos 2002 e 2020, é possível concluir que, de um modo geral os metais que afetavam os locais C79 e C85 em 2002 não são os que afetam os locais em 2020.