Block Room: a chave para a eficiência

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Inês
Data de Publicação: 2022
Outros Autores: Mendes, Ângela, Dias, Raquel, Nunes, Catarina S., Lages, Neusa, Machado, Humberto
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.2/13015
Resumo: Introdução: A utilização crescente de anestesia locorregional (ALR) e de um block room (BR) pode ter impacto na eficiência do bloco operatório (BO). O objetivo deste estudo consiste na validação de inquéritos-piloto que avaliem o conhecimento de ortopedistas e de enfermeiros do BO sobre os benefícios da ALR e da utilização de um BR. Metodologia: Elaboraram-se 2 tipos de inquéritos-piloto e aplicaramse em 3 instituições hospitalares independentes. Realizou-se a análise descritiva das variáveis e da consistência interna, nomeadamente pelo cálculo do coeficiente α de Cronbach e análise fatorial, com restruturação consequente do inquérito. Resultados: Foram preenchidos 80 inquéritos: 42 pelos enfermeiros do BO e 38 pelos ortopedistas, com 20-24 anos e 10-14 anos de serviço, em média, respetivamente. Verifica-se que os enfermeiros recomendam frequentemente técnicas anestésicas aos seus doentes (em particular ALR: 76,2%). Já os ortopedistas recomendam ocasionalmente, sendo que quando recomendam 47,4% particulariza a ALR. Ambos os grupos consideram que, em comparação com a anestesia geral (AG), a ALR é mais segura (85,7%/76,3%), está associada a menor sedação (81,0%/73,7%), melhor controlo da dor pós-operatória (90,5%/84,2%) e menos efeitos laterais (76,2%/50%). Quanto à satisfação do doente, o grupo de enfermeiros concorda que é superior com a ALR (73,8%); já para os ortopedistas esta questão é indiferente (47,4%). Ambos os grupos escolheriam a ALR para si (97,6%/75,7%), assim como a recomendariam a um familiar (100%/83,3%). Relativamente à realização de ALR na sala de indução, 44.7% dos ortopedistas concordam que está associado a menor tempo de preparação anestésica, a uma maior produtividade (52,6%) e a maior eficácia (76,4%). Os inquéritos-piloto apresentam um α de Cronbach de 0,533 no grupo dos ortopedistas e 0,417 nos enfermeiros. A análise fatorial confirma a existência de 4 fatores, que explicam 74% da variância dos resultados. Na interpretação da tabela da matriz fatorial, todos os itens têm um valor>0.5, pelo que há uma associação clara a um fator. Discussão: Ambos os inquéritos-piloto apresentam consistência interna inadmissível. Múltiplos fatores podem estar envolvidos, tais como desconhecimento científico, interpretação incorreta ou disparidade de opinião. De modo a aumentar a consistência interna, foi retirada a questão relativamente à ansiedade dos doentes (AG vs. ALR) em ambos os grupos e à avaliação neurológica pós-operatória (AG vs. ALR) no grupo dos ortopedistas (consistência interna final 0,753). Pela análise fatorial, a questão relativamente à alta hospitalar precoce (AG vs. ALR) foi removida no grupo dos enfermeiros (consistência interna final 0,539). Apesar das suas limitações, os inquéritos-piloto encontram-se validados para a população portuguesa. Uma proporção considerável de ortopedistas considera que BR proporciona ganhos de eficiência no BO. O suporte genuíno de toda a equipa do BO poderá ter um papel crítico na mudança
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