O Trabalho no Supermercado: perce??es de um grupo de trabalhadoras acerca das suas condi??es de trabalho

• Main Author: Pinho, Ana Filipa Rios
• Publication Date: 2013
• Other Authors: Monteiro, Rosa (Orientadora)
• Format: Master thesis
• Language: por
• Source: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Download full: http://repositorio.ismt.pt/handle/123456789/573
• topic: Segrega??o ocupacional - Occupational segregation; Condi??es de trabalho - Working conditions; Trabalho emocional - Emotional work; Compet?ncias femininas - Female skills; Trabalho em supermercados - Work in supermarkets

A segrega??o ocupacional ? um fen?meno persistente nas organiza??es de trabalho, n?o obstante as pol?ticas p?blicas dessegregadoras. Alguns estudos t?m demonstrado a influ?ncia da segrega??o nas condi??es de trabalho. Salienta-se sobretudo o facto de as mulheres continuarem a predominar em empregos com sal?rios inferiores, em trabalhos em tempo parcial, terem menor autonomia no trabalho, menor capacidade de controlar os seus hor?rios e terem menor perce??o dos riscos profissionais do que os homens. O trabalho aqui apresentado exp?e um estudo de caso qualitativo num supermercado, que emprega apenas mulheres, centrando-se na an?lise de um grupo de trabalhadoras que desempenham fun??es como reposi??o e caixa, numa cidade na regi?o centro do pa?s. Atrav?s desta pesquisa, pretende-se conhecer o car?ter genderizado das condi??es de trabalho num cen?rio organizacional e profissional totalmente feminizado, onde a segrega??o ocupacional/horizontal ? a face mais vis?vel da desigualdade de g?nero. Desta forma a disserta??o tem como objetivo responder a cinco quest?es: - de que forma as condi??es de trabalho destas trabalhadoras refletem os efeitos das rela??es sociais de g?nero, em especial o fen?meno da segrega??o ocupacional; como constroem a sua profiss?o e se a percecionam como marcada pelo g?nero; como ? que estas trabalhadoras experienciam subjetivamente e se expressam/consciencializam a desigualdade em fun??o do sexo; de que forma elas constroem ativamente e reproduzem nas suas intera??es quotidianas a estereotipia de g?nero; quais as perce??es dos/as gestores/as e respons?veis da organiza??o quanto ? desigualdade em fun??o do sexo, e a forma como (re) produzem essa desigualdade. A pesquisa envolveu um levantamento bibliogr?fico, apresentado atrav?s de uma revis?o da literatura, e um estudo de caso, atrav?s de entrevistas semi-estruturadas. Os resultados apontam as ?compet?ncias femininas?, como a simpatia, a paci?ncia, o cuidado pelos outros, constatando-se como elemento central o trabalho emocional, que requer compet?ncias sociais e emocionais muito exigentes. O fator emocional est? presente em todas as esferas da vida de cada funcion?ria. / The occupational segregation is a phenomenon that persists in the working organizations, notwithstanding the public policies of desegregation. Some studies have demonstrated the influence of segregation in working conditions. It is mainly noted the fact that woman keep securing jobs with lower wages, part time jobs, having less autonomy in their work, less capacity to control their schedules and having less perception of the professional risks than the men do. The work here presented exposes a qualitative study case on a supermarket, that employs only women, focusing on the analysis of a group of female workers that carry the functions of replacement and cashier, in a city in the centre region of our country. Through this research, it is intended to know the gendered character of the working conditions on an organizational and professional scenario totally feminized, where the occupational/horizontal segregation is the most visible side of the inequality of gender. In this way the thesis has as objective to answer to five questions: in which way the working conditions of these female workers reflect the effects of the social relations of gender, specially the phenomenon of the occupational segregation; how they build their profession and if they perceive it as marked by gender; how do these female workers subjectively experience and if they express/are aware of the inequality in function of its gender: in which way do they actively build and reproduce the stereotypy of gender in their daily life interactions; which are the perceptions of the male and female managers and the organization responsible regarding the inequality in function of the gender and in which way do they (re) produce that inequality. The research has involved a biographical survey, presented by a literature review, and a case study, through semi-structured interviews. The results point the ?female skills?, as affection, patience, caring for others, evidencing the emotional work as the central element, which requires more demanding social and emotional skills. The emotional factor is present in all aspects of the female workers? life.