A esquerda em revolução : populismo de esquerda e social-democracia no pós-crise financeira de 2008

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gonçalves, Eduardo Miguel Álvares Pereira Lima
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.14/35920
Resumo: Entre as temáticas que mais atenção tem merecido nos últimos anos por parte de académicos, políticos ou jornalistas encontraremos certamente o populismo, de maneira geral associado à direita do espectro político e encarado como uma crescente ameaça às democracias liberais. No entanto, a realidade de Grécia e Espanha, na sequência da Grande Recessão de 2008 e da posterior crise da Zona Euro, demonstra quão ilusória é semelhante simplificação. Aí, mais do que em quaisquer outros países europeus, observou-se a ascensão meteórica de partidos populistas de esquerda – SYRIZA e Podemos – gerando um novo equilíbrio de forças marcado, à esquerda, pela queda dos partidos tradicionais socialistas e sociais-democratas - PASOK e PSOE. Esse novo equilíbrio de forças foi o tema da presente dissertação. Deste modo, começámos por estudar o fenómeno populista na generalidade, e só depois procurámos compreender a essência do populismo de esquerda em específico, as causas do seu aparecimento e sucesso e a forma como se distingue do populismo de direita e da esquerda clássica. Fizemo-lo maioritariamente de acordo com a abordagem discursiva de Chantal Mouffe e Ernesto Laclau. Numa segunda fase, atentámos nas consequências que a competição entre partidos populistas de esquerda e partidos de centro-esquerda teve a nível eleitoral, programático e estratégico, no seio das duas famílias políticas. Para tal, recorremos a uma série de métodos de observação, entre os quais se destaca a análise quantitativa de discursos e manifestos eleitorais para o cálculo de rácios de populismo. Assim, concluímos que o sucesso de SYRIZA e Podemos contribuiu, não só para piores resultados eleitorais de PASOK e PSOE, mas também para a moderação ideológica e estratégica dos próprios partidos populistas de esquerda e para a adopção de um discurso mais institucionalista, ainda que mais à esquerda, por parte dos sociais-democratas.
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