Recém-nascidos leves para a idade gestacional numa população suburbana: incidência e factores de risco

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Saldanha, MJ
Data de Publicação: 2003
Outros Autores: Machado, MC, Matos, A, Pinto, F, Barroso, R, Carreiro, H
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.10/898
Resumo: Introdução Foi objectivo deste trabalho de caso-controlo prospectivo e longitudinal conhecer a incidência de recém-nascidos leves para a idade gestacional durante um ano no Hospital Fernando Fonseca, identificar alguns dos possíveis factores de risco e as complicações surgidas até à alta hospitalar. Participantes e métodos Foram incluídos os recém-nascidos com peso abaixo do percentil 10 das Tabelas de Lubchenco e um grupo de controlo com peso adequado. Colheram-se dados do contexto socio-demográfico da famíia, da história materna e do parto. Registaram-se os dados de observação dos recém-nascidos, da ecotransfontanelar e evolução clínica hospitalar. Os recém-nascidos leves para a idade foram classificados em simétricos ou assimétricos e calculou-se um valor 20% inferior ao valor do percentil 10 para identificação de atraso de crescimento mais grave. Na análise estatística as médias foram comparadas pelos testes de análise de variância e Kruskal-'Wallis (para distribuições não normais) e as frequências com o teste do Qui quadrado, calculando-se as respectìvas "odds ratios" com intervalos de confiança a 95%. Resultados De 12-1-98 a 11-1-99 dos 5503 nados vivos no hospital, 199 eram leves para a idade gestacional calculando-se uma incidência de 3,6l%.Foram estudados 193 dos quais 33 prétermos. No grupo de controlo incluíram-se 182 com peso adequado, dos quais 25 prétermos. Encontraram-se diferenças significativas quanto à média das idades das mães, altura e peso pré e no fim da gestação e respectivo Índice de Massa Corporal. As mães dos recém-nascidos leves para a idade gestacional tinham significativamente hábitos tabágicos mais acentuados e história de toxicodependência, vivendo em condições socio-económicas mais difíceis. Em maior número estas mães já tinham tido anteriormente filhos leves para a idade gestacional. A hipertensão arterial, quer prévia quer induzida pela gravidez, complicou mais frequentemente estas gestações. A morbilidade neonatal foi mais acentuada nos recém-nascidos com peso inadequado, traduzida nomeadamente por um maior número de internamentos na Unidade de Neonatologia, duração mais prolongada destes, e de maior número complicações. Verificaram-se também diferenças na presença de anomalias e infecções congénitas assim como de patologia na ecografia transfontanelar. Os recém-nascidos leves prétermos, os simétricos e os sofrendo de um atraso de crescimento mais grave foram os que tiveram maior morbilidade e tempo de intemamento. Conclusões Os nossos dados corroboram a ideia que nascer leve para a idade gestacional é um factor importante de morbilidade neonatal. Alguns dos factores de risco associados a esta condição são susceptíveis de intervenção médica e/ou socio-económica levando à redução da sua incidência e a uma melhoria da saúde materno infantil.
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