De que falamos, quando falamos de Cultura?
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://revistas.uminho.pt/index.php/forum/article/view/2474 |
Resumo: | Começo por uma afirmação provavelmente controversa: a cultura é um estado dinâmico, uma recusa do quietismo e do conformismo. Contrariamente ao que seria talvez de esperar, a cultura deve portanto inquietar, desassossegar permanentemente. Por isso é tão mal amada pelo poder, pelos poderes. Sempre o foi, desde a Antiguidade clássica aos nossos dias. Quem são os primeiros a ser expulsos da “cidade” quando os tempos são de convulsão? Os visionários, os poetas, ou os poetas-videntes, na acepção de Rimbaud. Onde se fazem os primeiros cortes quando os tempos são de crise económica? Na cultura, nas Humanidades. Mas, por outro lado, não há retórica política que não recorra à mais fortuita metáfora poética ou ao mais rasgado elogio ao saber e à cultura, como flor que casualmente se põe na lapela. E que logo murcha para se tornar rapidamente descartável. |
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