Utilização de cateteres venosos centrais numa unidade de cuidados intensivos pediátricos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cardoso, B
Data de Publicação: 2004
Outros Autores: Almeida, HI, França, I, Casella, P, Machado, MC
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.10/1436
Resumo: A colocação de cateteres venosos centrais (CVC) em crianças é uma técnica com riscos consideráveis pelo que a sua indicação deve ser criteriosa e executada por profissionais experientes. Objectivos: 1) Estudar a incidência de complicações dos CVC e relacioná-las com factores de risco. 2) Auditar o protocolo em vigor desde 1998 na Unidade de Cuidados Intensivos do Departamento de Pediatria do HFF. Doentes e métodos: Durante 3 anos foram colocados 121 CVC em 88 crianças com uma duração total de cateterismo de 1198 dias; idade média de 39-95m, PRISM médio de 31.30 (25%) estavam ventilados e 23 (19%) tinham patologia cirúrgica. Os CVC foram colocados segundo a técnica de Seldinger, mais frequentemente nas subclávias; as crianças foram sedadas com midazolam e ketamina durante o procedimento. As complicações foram classificadas em imediatas ou tardias e estas últimas em infecciosas e não infecciosas. As complicações infecciosas foram classificadas segundo critérios do “ International Sepsis Forum” de Fevereiro de 2001. Para análise estatística foi utilizado o teste do Chi-quadrado. Resultados: 93 (76,8%) cateteres foram colocados nas veias subclávias, 15 (12,4%) nas femorais e 12 (9,9%) nas jugulares internas. 72 (59,5%) tinham lúmen duplo e 9 (7,4%) triplo. A duração média do cateterismo foi de 9,9 dias. Foi administrada alimentação parentérica em 51 (42,1%) cateteres. Em 86 (71%) cateteres não houve complicações. Em 3 (2,5%) houve complicações imediatas relacionadas com a colocação do cateter. As complicações não infecciosas observadas foram 15 (12,4%) oclusões, 6 (5%) exteriorizações acidentais, 4 (3,3%) compromissos mecânicos, 2 (1,7%) tromboses e uma embolia. Registaram-se 3 (2,47%) complicações infecciosas relacionadas com o CVC, o que corresponde a 1 infecção por cada 393 dias de cateterismo. A sua incidência está estatisticamente relacionada com a duração do cateterismo superior a duas semanas (p=0,01). Os microorganismos isolados foram: Enterococcus faecalis, Candida glabatra, Klebsiela pneumoniae. Conclusões: 1) As complicações na canalização da subclávia podem diminuir significativamente quando este é o vaso preferencialmente puncionado e se utiliza uma sedação adequada; 2) O risco de infecção com o ponto de partida do cateter está significativamente relacionada com a duração do cateterismo (> a 14 dias).
id RCAP_dfc0014f0ac24ec9361aa709d7f44840
oai_identifier_str oai:repositorio.hff.min-saude.pt:10400.10/1436
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Utilização de cateteres venosos centrais numa unidade de cuidados intensivos pediátricosPercutaneous central venous line in a pediatric intensive care unitCateterismoCatéter venoso centralCriançaUnidade de cuidados intensivos pediátricosA colocação de cateteres venosos centrais (CVC) em crianças é uma técnica com riscos consideráveis pelo que a sua indicação deve ser criteriosa e executada por profissionais experientes. Objectivos: 1) Estudar a incidência de complicações dos CVC e relacioná-las com factores de risco. 2) Auditar o protocolo em vigor desde 1998 na Unidade de Cuidados Intensivos do Departamento de Pediatria do HFF. Doentes e métodos: Durante 3 anos foram colocados 121 CVC em 88 crianças com uma duração total de cateterismo de 1198 dias; idade média de 39-95m, PRISM médio de 31.30 (25%) estavam ventilados e 23 (19%) tinham patologia cirúrgica. Os CVC foram colocados segundo a técnica de Seldinger, mais frequentemente nas subclávias; as crianças foram sedadas com midazolam e ketamina durante o procedimento. As complicações foram classificadas em imediatas ou tardias e estas últimas em infecciosas e não infecciosas. As complicações infecciosas foram classificadas segundo critérios do “ International Sepsis Forum” de Fevereiro de 2001. Para análise estatística foi utilizado o teste do Chi-quadrado. Resultados: 93 (76,8%) cateteres foram colocados nas veias subclávias, 15 (12,4%) nas femorais e 12 (9,9%) nas jugulares internas. 72 (59,5%) tinham lúmen duplo e 9 (7,4%) triplo. A duração média do cateterismo foi de 9,9 dias. Foi administrada alimentação parentérica em 51 (42,1%) cateteres. Em 86 (71%) cateteres não houve complicações. Em 3 (2,5%) houve complicações imediatas relacionadas com a colocação do cateter. As complicações não infecciosas observadas foram 15 (12,4%) oclusões, 6 (5%) exteriorizações acidentais, 4 (3,3%) compromissos mecânicos, 2 (1,7%) tromboses e uma embolia. Registaram-se 3 (2,47%) complicações infecciosas relacionadas com o CVC, o que corresponde a 1 infecção por cada 393 dias de cateterismo. A sua incidência está estatisticamente relacionada com a duração do cateterismo superior a duas semanas (p=0,01). Os microorganismos isolados foram: Enterococcus faecalis, Candida glabatra, Klebsiela pneumoniae. Conclusões: 1) As complicações na canalização da subclávia podem diminuir significativamente quando este é o vaso preferencialmente puncionado e se utiliza uma sedação adequada; 2) O risco de infecção com o ponto de partida do cateter está significativamente relacionada com a duração do cateterismo (> a 14 dias).Sociedade Portuguesa de PediatriaRepositório do Hospital Prof. Doutor Fernando FonsecaCardoso, BAlmeida, HIFrança, ICasella, PMachado, MC2015-06-01T15:01:06Z2004-01-01T00:00:00Z2004-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.10/1436porActa Pediatr Port. 2004;35(1): 7-120301-147Xinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-09-20T15:52:13Zoai:repositorio.hff.min-saude.pt:10400.10/1436Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T15:52:30.298946Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Utilização de cateteres venosos centrais numa unidade de cuidados intensivos pediátricos
Percutaneous central venous line in a pediatric intensive care unit
title Utilização de cateteres venosos centrais numa unidade de cuidados intensivos pediátricos
spellingShingle Utilização de cateteres venosos centrais numa unidade de cuidados intensivos pediátricos
Cardoso, B
Cateterismo
Catéter venoso central
Criança
Unidade de cuidados intensivos pediátricos
title_short Utilização de cateteres venosos centrais numa unidade de cuidados intensivos pediátricos
title_full Utilização de cateteres venosos centrais numa unidade de cuidados intensivos pediátricos
title_fullStr Utilização de cateteres venosos centrais numa unidade de cuidados intensivos pediátricos
title_full_unstemmed Utilização de cateteres venosos centrais numa unidade de cuidados intensivos pediátricos
title_sort Utilização de cateteres venosos centrais numa unidade de cuidados intensivos pediátricos
author Cardoso, B
author_facet Cardoso, B
Almeida, HI
França, I
Casella, P
Machado, MC
author_role author
author2 Almeida, HI
França, I
Casella, P
Machado, MC
author2_role author
author
author
author
dc.contributor.none.fl_str_mv Repositório do Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca
dc.contributor.author.fl_str_mv Cardoso, B
Almeida, HI
França, I
Casella, P
Machado, MC
dc.subject.por.fl_str_mv Cateterismo
Catéter venoso central
Criança
Unidade de cuidados intensivos pediátricos
topic Cateterismo
Catéter venoso central
Criança
Unidade de cuidados intensivos pediátricos
description A colocação de cateteres venosos centrais (CVC) em crianças é uma técnica com riscos consideráveis pelo que a sua indicação deve ser criteriosa e executada por profissionais experientes. Objectivos: 1) Estudar a incidência de complicações dos CVC e relacioná-las com factores de risco. 2) Auditar o protocolo em vigor desde 1998 na Unidade de Cuidados Intensivos do Departamento de Pediatria do HFF. Doentes e métodos: Durante 3 anos foram colocados 121 CVC em 88 crianças com uma duração total de cateterismo de 1198 dias; idade média de 39-95m, PRISM médio de 31.30 (25%) estavam ventilados e 23 (19%) tinham patologia cirúrgica. Os CVC foram colocados segundo a técnica de Seldinger, mais frequentemente nas subclávias; as crianças foram sedadas com midazolam e ketamina durante o procedimento. As complicações foram classificadas em imediatas ou tardias e estas últimas em infecciosas e não infecciosas. As complicações infecciosas foram classificadas segundo critérios do “ International Sepsis Forum” de Fevereiro de 2001. Para análise estatística foi utilizado o teste do Chi-quadrado. Resultados: 93 (76,8%) cateteres foram colocados nas veias subclávias, 15 (12,4%) nas femorais e 12 (9,9%) nas jugulares internas. 72 (59,5%) tinham lúmen duplo e 9 (7,4%) triplo. A duração média do cateterismo foi de 9,9 dias. Foi administrada alimentação parentérica em 51 (42,1%) cateteres. Em 86 (71%) cateteres não houve complicações. Em 3 (2,5%) houve complicações imediatas relacionadas com a colocação do cateter. As complicações não infecciosas observadas foram 15 (12,4%) oclusões, 6 (5%) exteriorizações acidentais, 4 (3,3%) compromissos mecânicos, 2 (1,7%) tromboses e uma embolia. Registaram-se 3 (2,47%) complicações infecciosas relacionadas com o CVC, o que corresponde a 1 infecção por cada 393 dias de cateterismo. A sua incidência está estatisticamente relacionada com a duração do cateterismo superior a duas semanas (p=0,01). Os microorganismos isolados foram: Enterococcus faecalis, Candida glabatra, Klebsiela pneumoniae. Conclusões: 1) As complicações na canalização da subclávia podem diminuir significativamente quando este é o vaso preferencialmente puncionado e se utiliza uma sedação adequada; 2) O risco de infecção com o ponto de partida do cateter está significativamente relacionada com a duração do cateterismo (> a 14 dias).
publishDate 2004
dc.date.none.fl_str_mv 2004-01-01T00:00:00Z
2004-01-01T00:00:00Z
2015-06-01T15:01:06Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10400.10/1436
url http://hdl.handle.net/10400.10/1436
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv Acta Pediatr Port. 2004;35(1): 7-12
0301-147X
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Sociedade Portuguesa de Pediatria
publisher.none.fl_str_mv Sociedade Portuguesa de Pediatria
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799130391434493952