As dimensões do perfecionismo e os sintomas psicopatológicos: o papel das cognições perfecionistas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cotão, Paula Cristina Trindade
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.1/12193
Resumo: O perfecionismo tem suscitado uma atenção e interesse crescentes por parte de muitos investigadores. Apesar de todo o suporte teórico e conceptual acerca deste constructo, os resultados das investigações empíricas são ainda pouco conclusivos no que diz respeito ao papel desempenhado pelas cognições perfecionistas na manutenção do perfecionismo e dos sintomas psicopatológicos. As cognições perfecionistas são pensamentos automáticos que refletem a necessidade de ser perfeito e as preocupações com a incapacidade de alcançar a perfeição. Incluir o estudo destas cognições nas investigações sobre perfecionismo parece ser cada vez mais importante, inclusive por estas demonstrarem repercussões em sintomas psicopatológicos, que por vezes não são visíveis recorrendo apenas ao estudo do perfecionismo-traço. O presente trabalho é composto por dois estudos. O primeiro estudo pretende analisar as propriedades psicométricas do Inventário de Cognições Perfecionistas (PCI) com uma amostra de 315 jovens-adultos e adultos portugueses. A amostra é composta por participantes de ambos os sexos com idades compreendidas entre os 18 e os 66 anos (M = 31.94, DP = 11.78). Os participantes responderam ao Inventário de Cognições Perfecionistas (PCI), à Escala Multidimensional de Perfecionismo (HMPS) e à Escala Multidimensional de Perfecionismo (FMPS) e para avaliar a frequência de pensamentos automáticos o Questionário de Pensamentos Automáticos – Revisto (ATQ-R). Os resultados da análise fatorial exploratória permitiram replicar o modelo unifatorial original do PCI e os da análise fatorial confirmatória indicam índices de ajustamento bastante satisfatórios. Em relação à fiabilidade e validade, estes resultados vão ao encontro do estudo original do PCI e permitem considera-lo um instrumento viável e fidedigno para o estudo das cognições perfecionistas. O segundo estudo tem como objetivo compreender o papel das cognições perfecionistas na relação entre o perfecionismo e os sintomas psicopatológicos. Para este estudo utilizamos a mesma amostra (N = 315) e os mesmos instrumentos do estudo 1, apenas adicionando a Escala de Ansiedade, Depressão e Stress (DASS-21) para avaliar os sintomas psicopatológicos. Foi possível observar que as diferentes dimensões de perfecionismo surgem associadas de forma significativa às cognições perfecionistas e que tanto o perfecionismo-traço como as cognições surgem fortemente correlacionadas com os sintomas de depressão, ansiedade e stresse. Foi ainda possível concluir que as cognições perfecionistas desempenham um papel mediador entre o perfecionismo adaptativo e desadaptativo e os sintomas psicopatológicos. Podemos concluir que as cognições perfecionistas quando presentes em indivíduos perfecionistas com sintomas psicopatológicos, podem funcionar como fator agravante, o que parece sugerir a necessidade de considerar a importância das cognições perfecionistas no desenvolvimento e manutenção de alguns quadros clínicos.
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