Akerman ao Sul de tudo: Ensaio sobre a ‘objectiva indirecta livre’ como imagem lateral

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Martins, José
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10174/28101
Resumo: Em Sud – cuja actualidade política não cessa de crescer na história americana –, Akerman inventa um dispositivo intermedial inédito: uma sinergia câmara/automóvel que potencia o encaixe cinematográfico clássico desses dois aparelhos de mediação tecnológica da experiência, os quais, por um trabalho efectuado sobre o eixo temporal do plano, por assim dizer desaparecem agora um no outro para darem lugar à pura imagem, para além de qualquer radicação perceptivo-motora ou fenomenológica. Essa imobilização da imagem na imagem, ou em si própria, pode assumir a modalidade fixa – o tripé –, ou a modalidade cursiva – o automóvel –: em momento algum, porém, a imagem-imóvel (parada, ou em deslocação) cede às coisas. Tal plano-imagem permanece literal (o insuportável político da violência não é latente, imaginável ou metafórico, mas virtualmente imanente ao cristal deste presente e ‘desse’ passado, indiscerníveis) e enfaticamente lateral: a sua superfície cola-se à superfície paralela do mundo (o automóvel nunca mira em frente) num único plano de imanência, sem a menor percepção perpendicular (nem frontal) da câmara, como olho ou janela, sobre a profundidade das coisas. Se uma câmara, kino-olho, pode co-responder a personagens ou entes como ‘[perspectivação] subjectiva indirecta livre’ (Pasolini), uma imagem espelha um mundo (‘Sud’) imanentemente, numa ‘objectiva indirecta livre’.
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