Recortar, dividir, segmentar

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pereira, Rui M.
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Artigo
Idioma: spa
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.5209/RASO.53976
Resumo: UID/HIS/04209/2013
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spelling Recortar, dividir, segmentarCutting back, dividing up and segmentingColonial knowledge and its post-colonial extension in MozambiqueSaberes coloniales y su extension poscolonial en MozambiqueColonial anthropologyCustomary lawEthnicity and nationalismMozambiquePortuguese colonialismEl colonialismo portuguésla antropología colonialderecho consuetudinario colonialEstatutos del indígenaetnicidad y nacionalismoColonialismo portuguêsMoçambiqueAntropologia colonialdireito consuetudinário colonialEstatutos do Indigenatoetnicidade e nacionalismoAnthropologyUID/HIS/04209/2013[SP] Los sucesivos intentos de codificación y de contemporización de los “usos y costumbres indígenas” en Mozambique durante la segunda mitad del siglo XIX se correspondían con las necesidades de la política colonial portuguesa para integrar y resolver el conjunto de contradicciones y desafíos que surgieron de la gestión y de la dominación de las poblaciones colonizadas. Las campañas militares de sometimiento en la última década del siglo XIX cambiaron el supuesto marco de contemporización, acentuando la necesidad de realizar estudios etnográficos que subrayasen la manida diferencia “civilizacional” para justificar la dominación. Sucesivas normas legislativas, los “estatutos del indígena”, consagraron la subalternidad y la supuesta inferioridad de las poblaciones africanas de Mozambique. Así se sedimentó un conocimiento etnográfico de las poblaciones mozambiqueñas en el que predominaba la existencia de una diferencia irreductible “de civilización”. Este carácter colonial del conocimiento antropológico marcó de manera decisiva hasta la actualidad un cuadro de segmentación, clasificación y jerarquización de las sociedades africanas, expresado de manera dramática en los años de la guerra civil de Mozambique (1977-1992) después de la independencia y que todavía tiene expresión en parte del discurso que conforma la tensión política de los últimos años en Mozambique. [PT] As sucessivas tentativas de codificação e contemporização dos “usos e costumes indígenas” em Moçambique durante a segunda metade do século XIX correspondiam à necessidade da política colonial portuguesa em integrar e resolver o conjunto de contradições e desafios que lhe eram colocados pela gestão e dominação das populações colonizadas. As campanhas militares de subjugação na última década de Oitocentos alteraram esse quadro de alegada contemporização, acentuando a necessidade de levantamentos etnográficos que sublinhassem uma propalada diferença “civilizacional” que justificasse a dominação. E sucessivas determinações legislativas, os “estatutos do indigenato”, consagraram a subalternidade e a alegada inferioridade das populações africanas de Moçambique. Sedimentou-se assim um conhecimento etnográfico sobre as populações de Moçambique em que predominavam os dados de uma irredutível diferença “civilizacional”. Essa colonialidade do saber antropológico marcou decisivamente, até ao presente, um quadro de segmentação, classificação e hierarquização das sociedades africanas, dramaticamente expresso nos anos da guerra civil moçambicana (1977-1992) após a independência e que ainda tem expressão em parte do discurso que enforma a tensão política dos últimos anos em Moçambique. As sucessivas tentativas de codificação e contemporização dos “usos e costumes indígenas” em Moçambique durante a segunda metade do século XIX correspondiam à necessidade da política colonial portuguesa em integrar e resolver o conjunto de contradições e desafios que lhe eram colocados pela gestão e dominação das populações colonizadas. As campanhas militares de subjugação na última década de Oitocentos alteraram esse quadro de alegada contemporização, acentuando a necessidade de levantamentos etnográficos que sublinhassem uma propalada diferença “civilizacional” que justificasse a dominação. E sucessivas determinações legislativas, os “estatutos do indigenato”, consagraram a subalternidade e a alegada inferioridade das populações africanas de Moçambique. Sedimentou-se assim um conhecimento etnográfico sobre as populações de Moçambique em que predominavam os dados de uma irredutível diferença “civilizacional”. Essa colonialidade do saber antropológico marcou decisivamente, até ao presente, um quadro de segmentação, classificação e hierarquização das sociedades africanas, dramaticamente expresso nos anos da guerra civil moçambicana (1977-1992) após a independência e que ainda tem expressão em parte do discurso que enforma a tensão política dos últimos anos em Moçambique. [EN] Anthropology was politically manipulated in Mozambique, more than anywhere else in the Portuguese colonies, to step in, to rank and organize all dimensions and fields of the African society in the colonial standard of domination. Successive attempts to codify and accommodate “indigenous practices and customs” in Mozambique during the second half of the 19th century were aligned with the needs of the Portuguese colonial policy of integrating and resolving a set of contradictions and challenges that emerged from the management and domination of the colonised population. In the last decade of the 19th century, military campaigns for pacification changed the supposed established period of adjustment, emphasizing the need of ethnographic studies for emphasizing the stale differences in civilization development as a means of domination. Consecutive law orders, (“indigenous statutes”), consecrated the subalternity and the supposed inferiority of the African populations in Mozambique. Therefore, the ethnographic knowledge of the Mozambique population was consolidated in the prevalent existence of an irreducible distinction “of civilization”. The coloniality of anthropological knowledge left a long lasting framework of segmentation, classification and hierarchical organisation of African societies —which is still present nowadays—. This was dramatically expressed during the Mozambican civil war that followed independence (1977-1992), and continues to be alive in part of the discourse that pervades the political tension in Mozambique over the past few years.Instituto de História Contemporânea (IHC)RUNPereira, Rui M.2018-06-21T22:06:43Z2016-012016-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/article20application/pdfhttps://doi.org/10.5209/RASO.53976spa1131-558XPURE: 4164438http://www.scopus.com/inward/record.url?scp=84995685181&partnerID=8YFLogxKhttps://doi.org/10.5209/RASO.53976info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-07-10T15:44:45ZPortal AgregadorONG
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