Cytogenomic analyses in almond after treatment with biostimulants

• Autor(a) principal: Esteves, Ana Paula Ribeiro
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: eng
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/10475
• topic: Anomalias cromossómicas; bioestimulantes

A amendoeira, Prunus dulcis, tem elevada importância económica e nutritiva a nível mundial. Em Portugal, no Nordeste Transmontano, a cultura de amendoeira tem vindo a aumentar. Porém, esta região apresenta climas extremos que prejudicam a produtividade e a qualidade da amêndoa que podem ser melhoradas pela aplicação de bioestimulantes e/ou fertilizantes. Apesar de estes tratamentos induzirem benefícios, também pode ocorrer alguma toxicidade. Como os processos biológicos da planta dependem da estabilidade celular e genómica, a análise citogenómica dos efeitos de bioestimulantes e fertilizantes permitirá selecionar o tratamento mais eficaz. Neste trabalho efetuou-se a aplicação de bioestimulantes, baseados em algas (AN) e aminoácidos (AA), e fertilizantes contendo boro em solução (BE) e sólido (BS), em amendoeiras da cultivar ‘Vairo’ instaladas num pomar em Mogadouro para selecionar o tratamento que conferiu maior estabilidade citogenómica, por comparação com árvores nãotratadas (controlo). A aplicação de BS no solo realizou-se em março de 2019 e as aplicações foliares (AN, BE e AA) iniciaram-se em maio de 2019 com repetições mensais até agosto. Folhas jovens foram colhidas em junho, julho e agosto para análise citogenética e molecular. O ciclo mitótico foi analisado em células do mesófilo, e a estabilidade genómica (GTS) foi inferida pela análise dos padrões moleculares obtidos com cinco sistemas marcadores nas plantas tratadas relativamente ao controlo. O índice mitótico (MI) aumentou significativamente (p˂0,05) em todos os tratamentos relativamente ao controlo, particularmente nos tratamentos AA e BS, e também de junho até agosto. Este resultado foi corroborado pela diminuição significativa (p˂0,05) do número médio de interfases. O controlo apresentou a menor percentagem de células em divisão com anomalias (%DCA). Embora a maior %DCA (68,74%) tenha sido registada no tratamento AA em julho, diminuiu significativamente (p˂0,05) em agosto (30,58%). Diferentes anomalias foram encontradas em células interfásicas e mitóticas. A maioria das células mitóticas encontrava-se em profase, com o maior número médio (129,67) na interação controlo × julho. Este resultado poderá explicar-se pelo stress abiótico causado pelo clima extremo da região, bloqueando o ciclo mitótico. Os maiores números médios de telofases registaram-se no BE e BS, sugerindo progressão da mitose. O aparecimento de novas bandas e/ou desaparecimento de bandas (polimorfismos) relativamente às amplificadas no controlo sugeriram instabilidade genómica. Os tratamentos com maior número de bandas polimórficas foram: AN e BS em junho; AA e BS em julho; e AN e BE em agosto. Os valores de GTS mais elevados detetaram-se no BE e AA. As amostras de agosto apresentaram padrões distintos, justificando o seu agrupamento distanciado das restantes. Três dos cinco sistemas marcadores utilizados indicaram uma GTS mais elevada em agosto, provavelmente devido ao número superior de aplicações de cada tratamento, exceto para BS. Em conclusão, a integração dos dados citogenéticos e moleculares revelou que os tratamentos BE e AA parecem ter conferido uma mitose mais regular e uma GTS mais elevada às amendoeiras da cultivar ‘Vairo’ nas condições ambientais em que foi estudada.