Segurança do doente e o erro de medicação: Qual o contributo da supervisão clínica

• Autor(a) principal: Ferreira, Alexandra Marisa da Silva
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.26/50050
• topic: Erro de medicação; Qualidade; Segurança; Supervisão Clínica em Enfermagem; Enfermagem

Introdução: As práticas de medicação inseguras e erros de medicação são as principais causas de lesões e danos evitáveis nos sistemas de saúde. A administração de medicação é da responsabilidade dos enfermeiros. Identificar e entender os fatores que contribuem para os erros, auxilia a delinear estratégias preventivas ou corretivas que permitem diminuir os eventos adversos, a morbilidade e mortalidade dos doentes. A Supervisão Clínica em Enfermagem, como processo de acompanhamento da prática profissional, pode contribuir para a segurança dos cuidados face aos erros de medicação. Metodologia: Estudo misto, descritivo, transversal e correlacional, cujo objetivo é colaborar no desenvolvimento de estratégias de intervenção que favoreçam a notificação e a diminuição dos erros de medicação, através de processos supervisivos. Foi aplicado questionário composto pela escala de perceção sobre o conhecimento e experiência relativamente a erros de medicação e escala de perceção sobre erros de medicação, a 85 enfermeiros. Foi também efetuado um focus group, onde participaram 12 enfermeiros. Resultados: No estudo 22,4% dos enfermeiros dizem nunca ter tido um erro de medicação. Os erros de medicação percecionados como mais frequentes foram a técnica de administração errada e hora errada. As causas principais de erros de medicação foram a falta de enfermeiros e a prescrição incompleta. O receio das consequências que possam resultar e a culpa ser atribuída aos enfermeiros, são obstáculos ao relato do erro. Se existirem benefícios no relato e não sentirem medo de retaliações, é mais fácil notificar os erros. Com o aumento da idade diminui a perceção da frequência dos tipos e causas dos erros de medicação. Os enfermeiros com mestrado têm maior perceção dos tipos de erros, dos obstáculos ao relato e dos fatores facilitadores ao relato. Foram identificados fatores que influenciam a ocorrência dos erros, fatores relacionados com o ambiente de trabalho e com a Supervisão Clínica em Enfermagem. A formação e treino, a comunicação, as auditorias às práticas, a criação e a adoção de planos de integração adequados foram identificadas como estratégias a adotar para diminuir os erros de medicação. Conclusão: Os resultados apontam para a necessidade de reformular as condições de trabalho, as políticas hospitalares e a formação dos enfermeiros no sentido de reduzir os erros de medicação. A supervisão clínica sustentada na adoção de estratégias como formação e treino, comunicação, supervisão das práticas, existência de planos de integração e supervisão estruturados, são estratégias que parecem favorecer a diminuição e notificação dos erros de medicação.