Perfil epidemiológico do melanoma cutâneo de um hospital de referência em oncologia do Estado da Paraíba, entre os anos 2015 a 2019

• Autor(a) principal: Marinho, Flávia Estrela Maroja
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNISANTOS
• Texto Completo: https://tede.unisantos.br/handle/tede/7141
• topic: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVA; melanoma; epidemiologia; histopatologia; neoplasias cutaneas; melanoma;epidemiology; histopathology; skin HISTOPATHOLOGY, SKIN NEOPLASMS

INTRODUÇÃO: O melanoma é um tipo incomum de câncer de pele oriundo dos melanócitos, representando cerca de 3 a 4 % dos tumores malignos de pele, porém é aquele de maior letalidade. Sua incidência vem aumentando progressivamente nas últimas décadas em todo o mundo, sendo, portanto, um relevante problema de saúde pública. Existem poucos estudos epidemiológicos sobre este tumor no Brasil e, especificamente, não há publicação sobre sua epidemiologia no estado da Paraíba. OBJETIVO: Avaliar o perfil epidemiológico dos pacientes com diagnóstico histopatológico de melanoma, operados no Hospital Napoleão Laureano em João Pessoa, Paraíba, entre 2015 e 2019. MÉTODO: Foi realizado um estudo epidemiológico com delineamento transversal através da coleta de dados secundários de pacientes com diagnóstico de melanoma por análise de seus laudos histopatológicos, com o objetivo de analisar a distribuição do melanoma segundo sexo, idade, cor, escolaridade, localização do tumor, tipo histológico, nível de invasão (Clark), espessura tumoral (Breslow), presença de invasão angiolinfática e perineural, assim como a procedência dos pacientes. Foi realizada análise descritiva e utilizado o teste de qui-quadrado e comparação entre duas porcentagens. O nível de significância foi de 5%. RESULTADOS: Foram encontrados 268 pacientes com diagnóstico histopatológico de melanoma, com relação de 1:1 entre os sexos feminino e masculino. As idades dos pacientes variaram de 9 a 98 anos, com maior incidência na faixa etária acima de 60 anos. A maioria dos pacientes (48,9%) apresentava apenas o nível fundamental de ensino. 194 pacientes (72,4%) eram procedentes da mesorregião Mata Paraibana, no litoral do estado. Houve um aumento progressivo do número de novos casos ao longo dos anos, com 41 casos em 2015 e 69 casos em 2019. Dentre os tumores identificados, 220 eram melanomas cutâneos primários. Destes, 89 (40,5%) eram tumores in situ e 131 (59,5%) eram invasivos. O subtipo mais frequente foi o melanoma extensivo superficial com 100 casos (45,5%). A maioria dos pacientes (88 ¿ 40%) foi classificado como nível I de Clark e 133 pacientes (60,5%) tinham Breslow ¿1mm, não apresentavam ulceração (174 ¿ 74,5%), nem invasão angiolinfática (203 ¿ 92,3%) ou perineural (194 ¿ 88,2%). Houve associação entre ser do sexo feminino e tumor com espessura ¿1,0mm (p=0,008). Demonstrou-se associação entre o sexo masculino e lesão de melanoma em tronco (p=0,016). Verificou-se associação (p<0,005) entre ter melanoma invasivo e escolaridade no nível fundamental. Foi encontrada associação entre o subtipo extensivo superficial e a espessura tumoral ¿1,0mm (p¿0,001). Constatou-se associação entre os tumores de menores espessuras (¿1,0mm) e a ausência de ulceração, invasão angiolinfática e invasão perineural (p¿0,001). CONCLUSÃO: Nesta população, o melanoma ocorreu predominantemente em tronco, com frequência semelhante entre os sexos, sendo o subtipo extensivo superficial o mais comum e a maioria dos tumores invasivos, embora em sua maior parte com espessura ¿1,0mm. Em vista do crescimento do número de novos casos, o conhecimento do comportamento do melanoma nesta região possibilita um melhor planejamento das políticas públicas.