Clonidina por via venosa no pré-operatório do tratamento cirúrgico de catarata: avaliação do benefício clínico

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lemes,Eduardo Tocchetto
Data de Publicação: 2008
Outros Autores: Van Der Fritz,Fábio, Homrich,Paulo Henrique Poti, Stolz,Andressa Prestes, Freitas,Julio César Mercador de, Fortis,Elaine A. Felix
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Brasileira de Anestesiologia (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-70942008000400003
Resumo: JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A clonidina tem sido utilizada na anestesia por acrescentar propriedades analgésicas e sedativas, e proporcionar maior estabilidade hemodinâmica com redução da pressão intra-ocular. Este estudo avalia os efeitos clínicos da clonidina (2,5 µg.kg-1), por via venosa, na pressão intra-ocular (PIO), na hemodinâmica e na recuperação pós-anestésica do tratamento cirúrgico de catarata. MÉTODOS: Realizou-se ensaio clínico duplamente encoberto, controlado por placebo e com distribuição aleatória, que incluiu pacientes que fossem realizar operação de catarata sob bloqueio peribulbar. Após monitoração, Momento 0 (M0), eram realizadas medidas iniciais de PIO, pressão arterial média (PAM), freqüência cardíaca (FC), SpO2 e o grau de sedação (Ramsay), e então administrado placebo (Grupo P) ou clonidina (Grupo C) por via venosa. Trinta minutos após, Momento 1 (M1), eram repetidas as medidas, e novamente ao término da operação, Momento 2 (M2). RESULTADOS: Entre M0 e M1, houve diminuição diferente da PIO, 14,5% no Grupo C e 5,25% no P (p = 0,01), mantendo suas médias reduzidas até M2. A PAM do Grupo C diminuiu 17% de M0 a M1 e aumentou 3,5% no Grupo P (p < 0,001), com recuperação da PAM do Grupo C até M2 (p = 0,17). A FC diminuiu 6,4% no Grupo C e 1% no Grupo P (p = 0,1) de M0 a M1. Houve aumento da sedação no Grupo C em relação ao P (p < 0,001), porém sem ocorrência de depressão respiratória. O RR de hipertensão arterial no intra-operatório do Grupo C foi 0,657 (IC95% 0,517 a 0,835), p < 0,01. Não houve diferenças em relação à incidência de taquicardia, hipoxemia, hipotensão arterial, nem retardo da alta hospitalar. CONCLUSÕES: A clonidina, nas condições deste estudo, foi um fármaco seguro e diminuiu a PIO e o risco de hipertensão arterial intra-operatória sem retardar a alta hospitalar.
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