Alterações estruturais e moleculares (cDNA) precoces em veias safenas humanas cultivadas sob regime pressórico arterial

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Dallan,Luís Alberto O.
Data de Publicação: 2004
Outros Autores: Miyakawa,Ayumi A., Lisboa,Luiz Augusto, Abreu Filho,Carlos Alberto, Campos,Luciene, Borin,Thaiz, Krieger,José Eduardo, Oliveira,Sérgio Almeida de
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-76382004000200006
Resumo: OBJETIVO: A veia safena (VS) empregada na revascularização do miocárdio (RM) fica submetida a estresse tênsil elevado e contínuo. Sua resposta adaptativa à nova condição hemodinâmica pode predispor à oclusão do enxerto. Este trabalho visou verificar as alterações estruturais precoces e moleculares (cDNA) entre VS humanas submetidas a baixo regime pressórico versus condições hemodinâmicas sistêmicas. MÉTODO: Quarenta segmentos de VS foram cultivados "ex-vivo" sob condição hemodinâmica venosa (CHV) (sem pressão, fluxo:5 ml/min) e sob condição hemodinâmica arterial (CHA) (pressão: 80mmHg, fluxo:50mL/min). Foram analisadas: viabilidade celular (coloração MTT), densidade celular (coloração hoechst 33258) e apoptose (ensaio TUNEL), antes e um, dois e quatro dias após o procedimento. Determinamos alvos moleculares alterados precocemente nas veias cultivadas sob condição arterial, através da análise "cDNA microarray" de segmentos das VS. A busca desses alvos foi realizada através de pool homogeneizado do RNA desses segmentos venosos, interagindo por homologia em lâmina contendo 16000 genes humanos pré-determinados (Agilent Technologies slide). Os genes com expressão alterada foram certificados por PCR em tempo real, em veias de 16 diferentes indivíduos. RESULTADOS: Houve diminuição gradual da densidade celular e da viabilidade tecidual nas VS cultivadas mediante CHA, enquanto nenhuma alteração ocorreu quando a veia foi cultivada até quatro dias na CHV. No grupo sob CHA houve sinais de processo apoptótico celular (TUNEL-positivo) já a partir do 1º dia de cultivo, o que não ocorreu no outro grupo. A densidade celular das veias sob regime arterial, decorridas 24h de cultivo, era similar à das amostras frescas das mesmas, mas inúmeras células já apresentavam indícios de processo apoptótico. Os alvos moleculares mais alterados(de acordo com o PCR em tempo real) e selecionados para pesquisa foram o Oncogene 3 e a Interleucina 1ß. A expressão do Oncogene 3 estava elevada em 11 (68,7%) das veias cultivadas sob regime arterial, enquanto observou-se aumento da expressão da Interleucina 1ß em nove (56,2%) desses segmentos venosos (p<0,05). CONCLUSÃO: O modelo de estudo "ex vivo" permitiu mimetizar os eventos iniciais sofridos "in vivo" pela VS utilizada na RM. No grupo CHA houve perda de viabilidade precoce das células (apoptose) e elevação significativa nas expressões gênicas do Oncogene 3 e da Interleucina 1ß. O seguimento em longo prazo desses pacientes poderá esclarecer o real papel dessas alterações precoces na perviabilidade desses enxertos venosos.
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