Resultado clínico tardio da anuloplastia mitral sem suporte em crianças e adolescentes

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bordignon,Solange
Data de Publicação: 1996
Outros Autores: Kalil,Renato A. Karan, Sant'Anna,João Ricardo M, Prates,Paulo Roberto, Pereira,Edemar Manuel, Nesralla,Ivo A
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-76381996000400007
Resumo: O resultado clínico pós-operatório (p.o.) tardio da reconstrução da valva mitral sem suporte em crianças e adolescentes é analisado através da observação de uma série de 70 pacientes operados. Objetivou-se acompanhar a evolução clínica tardia após o tratamento de insuficiência mitral pelas técnicas reparadoras nos pacientes em fase de crescimento, avaliar a eficácia, a durabilidade e a reprodutibilidade do procedimento, bem como morbidade e mortalidade nas fases hospitalar e tardia. Consideraram-se, ainda, os resultados em relação à etiologia da doença e as causas de falha do método. De 1977 a 1995, foram operados 70 pacientes, sendo 36 casos do sexo feminino e 34 do masculino. A média de idade foi de 12,4 ± 4,8 anos (6m a 18a). Houve predomínio da etiologia reumática (71,4%) sobre a congênita (18,6%), a degeneração mixomatosa (8,6%) e a infecciosa (1,4%). A classe funcional pré-operatória era 11 em 32 (45,7%) casos, 111 em 18 (25,7%) casos e IV em 20 (28,6%) casos. A técnica cirúrgica utilizada foi a anuloplastia simples tipo Wooler isolada em 58 (82,9%) casos e associada a encurtamento de cordoalha em 12(17,1%). Em 21 (30%) pacientes foram realizados procedimentos associados. O período de acompanhamento foi de 7 m a 17 anos, no p.o. A mortalidade hospitalar foi 4,3%. Regurgitação mitral foi descrita no intra-operatório em 21,4%. Sopro sistólico de regurgitação mitral residual foi notado em 35 (49,9%) pacientes, a maioria sem repercussão hemodinâmica. A classe funcional pós-operatória foi I em 73,9%, II em 21,7% e III em 4,4%. As curvas de análise atuarial mostraram aos 5 e 10 anos, respectivamente, probabilidade de sobrevida global de 89% e 79% e estimativa de permanecer livre de eventos cirúrgicos no período de 87% e 61 % no grupo total, 88% e 56% no grupo de etiologia reumática e 91 % no grupo de etiologia congênita para 5 e 10 anos. A insuficiência mitral pode ser tratada efetivamente por anuloplastia sem suporte anular profético, com resultados tardios comparáveis àqueles obtidos por técnicas mais complexas. Isto tem importância no tratamento de crianças e adultos jovens, especialmente no sexo feminino, quando se deseja evitar o implante de próteses mecânicas.
id SBCCV-1_4ed18c2b7bb8362e387b15253ca0d1d8
oai_identifier_str oai:scielo:S0102-76381996000400007
network_acronym_str SBCCV-1
network_name_str Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery (Online)
repository_id_str
spelling Resultado clínico tardio da anuloplastia mitral sem suporte em crianças e adolescentesInsuficiência da valva mitral/cirurgiaValva mitral/cirurgiaCirurgia cardíaca/métodosValva miftal/cirurgiaValva miftal/criançaValva mitral/cirurgiaValva mitral/adolescênciaO resultado clínico pós-operatório (p.o.) tardio da reconstrução da valva mitral sem suporte em crianças e adolescentes é analisado através da observação de uma série de 70 pacientes operados. Objetivou-se acompanhar a evolução clínica tardia após o tratamento de insuficiência mitral pelas técnicas reparadoras nos pacientes em fase de crescimento, avaliar a eficácia, a durabilidade e a reprodutibilidade do procedimento, bem como morbidade e mortalidade nas fases hospitalar e tardia. Consideraram-se, ainda, os resultados em relação à etiologia da doença e as causas de falha do método. De 1977 a 1995, foram operados 70 pacientes, sendo 36 casos do sexo feminino e 34 do masculino. A média de idade foi de 12,4 ± 4,8 anos (6m a 18a). Houve predomínio da etiologia reumática (71,4%) sobre a congênita (18,6%), a degeneração mixomatosa (8,6%) e a infecciosa (1,4%). A classe funcional pré-operatória era 11 em 32 (45,7%) casos, 111 em 18 (25,7%) casos e IV em 20 (28,6%) casos. A técnica cirúrgica utilizada foi a anuloplastia simples tipo Wooler isolada em 58 (82,9%) casos e associada a encurtamento de cordoalha em 12(17,1%). Em 21 (30%) pacientes foram realizados procedimentos associados. O período de acompanhamento foi de 7 m a 17 anos, no p.o. A mortalidade hospitalar foi 4,3%. Regurgitação mitral foi descrita no intra-operatório em 21,4%. Sopro sistólico de regurgitação mitral residual foi notado em 35 (49,9%) pacientes, a maioria sem repercussão hemodinâmica. A classe funcional pós-operatória foi I em 73,9%, II em 21,7% e III em 4,4%. As curvas de análise atuarial mostraram aos 5 e 10 anos, respectivamente, probabilidade de sobrevida global de 89% e 79% e estimativa de permanecer livre de eventos cirúrgicos no período de 87% e 61 % no grupo total, 88% e 56% no grupo de etiologia reumática e 91 % no grupo de etiologia congênita para 5 e 10 anos. A insuficiência mitral pode ser tratada efetivamente por anuloplastia sem suporte anular profético, com resultados tardios comparáveis àqueles obtidos por técnicas mais complexas. Isto tem importância no tratamento de crianças e adultos jovens, especialmente no sexo feminino, quando se deseja evitar o implante de próteses mecânicas.Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular1996-12-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-76381996000400007Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery v.11 n.4 1996reponame:Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery (Online)instname:Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV)instacron:SBCCV10.1590/S0102-76381996000400007info:eu-repo/semantics/openAccessBordignon,SolangeKalil,Renato A. KaranSant'Anna,João Ricardo MPrates,Paulo RobertoPereira,Edemar ManuelNesralla,Ivo Apor2010-12-16T00:00:00Zoai:scielo:S0102-76381996000400007Revistahttp://www.rbccv.org.br/https://old.scielo.br/oai/scielo-oai.php||rosangela.monteiro@incor.usp.br|| domingo@braile.com.br|| brandau@braile.com.br1678-97410102-7638opendoar:2010-12-16T00:00Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery (Online) - Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV)false
dc.title.none.fl_str_mv Resultado clínico tardio da anuloplastia mitral sem suporte em crianças e adolescentes
title Resultado clínico tardio da anuloplastia mitral sem suporte em crianças e adolescentes
spellingShingle Resultado clínico tardio da anuloplastia mitral sem suporte em crianças e adolescentes
Bordignon,Solange
Insuficiência da valva mitral/cirurgia
Valva mitral/cirurgia
Cirurgia cardíaca/métodos
Valva miftal/cirurgia
Valva miftal/criança
Valva mitral/cirurgia
Valva mitral/adolescência
title_short Resultado clínico tardio da anuloplastia mitral sem suporte em crianças e adolescentes
title_full Resultado clínico tardio da anuloplastia mitral sem suporte em crianças e adolescentes
title_fullStr Resultado clínico tardio da anuloplastia mitral sem suporte em crianças e adolescentes
title_full_unstemmed Resultado clínico tardio da anuloplastia mitral sem suporte em crianças e adolescentes
title_sort Resultado clínico tardio da anuloplastia mitral sem suporte em crianças e adolescentes
author Bordignon,Solange
author_facet Bordignon,Solange
Kalil,Renato A. Karan
Sant'Anna,João Ricardo M
Prates,Paulo Roberto
Pereira,Edemar Manuel
Nesralla,Ivo A
author_role author
author2 Kalil,Renato A. Karan
Sant'Anna,João Ricardo M
Prates,Paulo Roberto
Pereira,Edemar Manuel
Nesralla,Ivo A
author2_role author
author
author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Bordignon,Solange
Kalil,Renato A. Karan
Sant'Anna,João Ricardo M
Prates,Paulo Roberto
Pereira,Edemar Manuel
Nesralla,Ivo A
dc.subject.por.fl_str_mv Insuficiência da valva mitral/cirurgia
Valva mitral/cirurgia
Cirurgia cardíaca/métodos
Valva miftal/cirurgia
Valva miftal/criança
Valva mitral/cirurgia
Valva mitral/adolescência
topic Insuficiência da valva mitral/cirurgia
Valva mitral/cirurgia
Cirurgia cardíaca/métodos
Valva miftal/cirurgia
Valva miftal/criança
Valva mitral/cirurgia
Valva mitral/adolescência
description O resultado clínico pós-operatório (p.o.) tardio da reconstrução da valva mitral sem suporte em crianças e adolescentes é analisado através da observação de uma série de 70 pacientes operados. Objetivou-se acompanhar a evolução clínica tardia após o tratamento de insuficiência mitral pelas técnicas reparadoras nos pacientes em fase de crescimento, avaliar a eficácia, a durabilidade e a reprodutibilidade do procedimento, bem como morbidade e mortalidade nas fases hospitalar e tardia. Consideraram-se, ainda, os resultados em relação à etiologia da doença e as causas de falha do método. De 1977 a 1995, foram operados 70 pacientes, sendo 36 casos do sexo feminino e 34 do masculino. A média de idade foi de 12,4 ± 4,8 anos (6m a 18a). Houve predomínio da etiologia reumática (71,4%) sobre a congênita (18,6%), a degeneração mixomatosa (8,6%) e a infecciosa (1,4%). A classe funcional pré-operatória era 11 em 32 (45,7%) casos, 111 em 18 (25,7%) casos e IV em 20 (28,6%) casos. A técnica cirúrgica utilizada foi a anuloplastia simples tipo Wooler isolada em 58 (82,9%) casos e associada a encurtamento de cordoalha em 12(17,1%). Em 21 (30%) pacientes foram realizados procedimentos associados. O período de acompanhamento foi de 7 m a 17 anos, no p.o. A mortalidade hospitalar foi 4,3%. Regurgitação mitral foi descrita no intra-operatório em 21,4%. Sopro sistólico de regurgitação mitral residual foi notado em 35 (49,9%) pacientes, a maioria sem repercussão hemodinâmica. A classe funcional pós-operatória foi I em 73,9%, II em 21,7% e III em 4,4%. As curvas de análise atuarial mostraram aos 5 e 10 anos, respectivamente, probabilidade de sobrevida global de 89% e 79% e estimativa de permanecer livre de eventos cirúrgicos no período de 87% e 61 % no grupo total, 88% e 56% no grupo de etiologia reumática e 91 % no grupo de etiologia congênita para 5 e 10 anos. A insuficiência mitral pode ser tratada efetivamente por anuloplastia sem suporte anular profético, com resultados tardios comparáveis àqueles obtidos por técnicas mais complexas. Isto tem importância no tratamento de crianças e adultos jovens, especialmente no sexo feminino, quando se deseja evitar o implante de próteses mecânicas.
publishDate 1996
dc.date.none.fl_str_mv 1996-12-01
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-76381996000400007
url http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-76381996000400007
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 10.1590/S0102-76381996000400007
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv text/html
dc.publisher.none.fl_str_mv Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular
publisher.none.fl_str_mv Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular
dc.source.none.fl_str_mv Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery v.11 n.4 1996
reponame:Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery (Online)
instname:Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV)
instacron:SBCCV
instname_str Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV)
instacron_str SBCCV
institution SBCCV
reponame_str Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery (Online)
collection Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery (Online)
repository.name.fl_str_mv Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery (Online) - Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV)
repository.mail.fl_str_mv ||rosangela.monteiro@incor.usp.br|| domingo@braile.com.br|| brandau@braile.com.br
_version_ 1752126593620246528