Tratamento cirúrgico da fibrilação atrial: procedimento do "labirinto": experiência inicial
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 1992 |
Outros Autores: | , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery (Online) |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-76381992000200005 |
Resumo: | O procedimento "labirinto" para o tratamento cirúrgico da fibrilação atrial (FA) proposto por Cox, para pacientes com FA, foi realizado entre julho de 1991 e maio de 1992, em nove pacientes, sendo sete do sexo feminino, com idade variando entre 37 e 63 anos (M = 51,4 anos). Oito pacientes tinham disfunções valvares reumáticas associadas (estenose mitral pura: seis pacientes; dupla disfunção mitral (DLM) um paciente e DLM e insuficiência trisúspide: um paciente). A FA foi classificada como crônica (mais de um ano de duração) de natureza reumática. Um paciente não tinha disfunção valvar associada e a FA foi considerada como paroxística recorrente refratária e não reumática. O procedimento cirúrgico foi realizado com o auxílio da circulação extracorpórea e consistiu na realização de múltiplas e previamente bem estabelecidas incisões nos átrios, de modo a tornar impossível a um impulso elétrico, originando-se em qualquer ponto dos átrios, retornar ao ponto de origem sem se deparar com uma linha de sutura. Isso impediria a ocorrência de reentrada em qualquer parte dos átrios. As múltiplas incisões são de tal foram realizadas que, adicionalmente, permitem que o impulso originado na região do nó sinusal atinja o nó AV e chegue aos ventrículos, após ter percorrido um "labirinto" criado pelas incisões. O procedimento foi complementado com comissurotomia mitral em seis pacientes, troca da valva mitral (TVM) em um paciente e TVM e plastia de DeVega (PdV) em valva tricúspide em um paciente. O primeiro paciente foi submetido a revisão cirúrgica para hemostasia. Nos demais, não houve problemas intra-operatórios. O segundo e o terceiro paciente apresentaram taquicardia atrial paroxística entre o terceiro e quinto dias de pós-operatório (PO). Um deles apresentou, também, no 15º dia. Em todos os casos, a arritmia foi controlada com amiodarona EV; o último paciente (com TVM e PdV) teve óbito no 45º dia de PO, por complicações infecciosas. Os pacientes restantes obtiveram alta hospitalar sem drogas antiarrítmicas. Em um período de um a dez meses (M = 5,4), os pacientes estão assintomáticos e o Holter mostra presença de ritmo atrial irregular permanente (com FC média de 70 a 80 bpm) com condução AV preservada; o ecodoppler mostra presença de contração atrial eficiente. Não houve recorrências de FA e nenhum dos pacientes. Em conclusão, podemos admitir que, a curto prazo, a técnica do "labirinto" na FA em reumáticos restaurou a contração atrial organizada e controlou a FC. Assim, pode contribuir para redução de fenômenos trombo-embólicos. Maior número de pacientes deve ser observado durante tempo prolongado para avaliação da eficácia do procedimento. |
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