Desempenho tardio das biopróteses valvulares porcinas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Carvalho,Marcos Vinícius H. de
Data de Publicação: 1992
Outros Autores: Vieira,Reinaldo W, Souza,Januário M, Oliveira,Sérgio Almeida de
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-76381992000100005
Resumo: O objetivo deste trabalho foi o de estudar o desempenho tardio das biopróteses porcinas, modelo Carpentier-Edwards, com ênfase a todos os eventos mórbidos e/ou letais que pudessem estar relacionados à presença da bioprótese. Foram estudados 100 pacientes consecutivos submetidos a substituição de valva mitral e 100 pacientes consecutivos submetidos a substituição de valva aórtica. O seguimento médio dos pacientes foi de 93 meses para pacientes submetidos a substituição da valva mitral e de 62 meses para os pacientes submetidos a substituição de valva aórtica. Aproximadamente, 80% dos pacientes permaneceram vivos ao longo do seguimento. As curvas de sobrevida dos pacientes submetidos a substituição de valva mitral e dos pacientes submetidos a substituição de valva aórtica demonstram um descenso inicial em razão da mortalidade hospitalar e, a partir daí, as curvas se estabilizam, voltando a ter outro descenso a partir dos cinco a seis anos da cirurgia, provavelmente em razão da alta incidência de degeneração estrutural nesse período. Os pacientes que necessitaram reoperação para substituir a bioprótese que sofreu deterioração estrutural tiveram mortalidade maior do que aqueles que não necessitaram reoperação. Entretanto, essa diferença não teve significância estatística. A mortalidade relacionada à presença da bioprótese foi de aproximadamente 5%, tanto nos portadores de bioprótese em posição mitral, quanto nos portadores de bioprótese em posição aórtica. Entre os pacientes que receberam implante da bioprótese em posição mitral, 22 necessitaram reoperação para substituir a bioprótese, sendo que a incidência de reoperação foi maior nos pacientes que tinham menos de 35 anos de idade na ocasião da primeira operação. Vinte e dois pacientes submetidos a substituição de valva mitral necessitaram reoperação, enquanto que apenas sete pacientes submetidos a substituição de valva aórtica necessitaram reoperação. As complicações trombo-embólicas foram raras com o uso das biopróteses, apesar dos pacientes não terem recebido anticoagulação oral sistêmica. Concluímos que: 1) o uso das biopróteses porcinas tipo Carpentier-Edwards, em nosso meio, apresentou resultados clínicos satisfatórios, com mortalidade hospitalar e tardia semelhante à de outros grupos e também semelhante àquela quando outros substitutos valvulares são empregados; 2) a deterioração estrutural é um evento marcante para os pacientes portadores dessas biopróteses, e começa a ocorrer basicamente a partir de seis a sete anos após o implante; 3) a deterioração estrutural da bioprótese modifica o destino dos pacientes, motivando a reoperação para substituir a bioprótese implantada. Entretanto, a ocorrência desta reoperação não aumenta, significativamente, a mortalidade.
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