Artéria radial na ampliação do uso de enxertos arteriais para revascularização do miocárdio: considerações anatômicas e tática cirúrgica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Dallan,Luís Alberto
Data de Publicação: 1996
Outros Autores: Oliveira,Sérgio Almeida de, Jatene,Fábio B, Corso,Ricardo, Iglésias,José Carlos R, Prates,Nadir, Souza,Januário M, Verginelli,Geraldo, Jatene,Adib D
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-76381996000200005
Resumo: A artéria radial (AR) foi estudada sob o ponto de vista anatômico, histológico, imunohistoquímico e ultramicroscópico. Paralelamente, foram analisados os resultados de seu emprego na revascularização do miocárdio de 269 pacientes. No total, 319 artérias coronárias foram revascularizadas pela AR. Houve predomínio do sexo masculino (80,7%) e da raça branca (93,7%). A artéria torácica interna esquerda (ATIe) foi empregada em 246 pacientes. Outros 17 já haviam sido previamente revascularizados com a ATIe, perfazendo um total de 97,8%. A artéria torácica interna direita (ATId) foi empregada em 59 (21,9%) pacientes, a artéria gastroepiplóica direita (AGEd) em 17 (6,3%) pacientes e em 161 (59,8%) foram também realizadas 1 a 4 pontes de veia safena. A média de enxertos por paciente foi de 3,4. Não houve complicações isquémicas ou infecciosas no membro em que a AR foi retirada. Os estudos imuno-histoquímicos e ultramicroscópicos permitiram observar o grande espessamento da membrana limitante elástica interna da AR e o predomínio de fibras colágenas sobre as elásticas na camada média. As principais complicações pósoperatórias foram a fibrilação atrial em 21 (7,8%) pacientes, insuficiência respiratória em 21 (7,8%), alterações no ECG e/ou elevação de CKMB em 12 (4,5%) pacientes. O balão intra-aórtico foi utilizado em 6 (2,2%) pacientes. O cateterismo no pós-operatório precoce foi realizado em 21 pacientes. Em 1 paciente houve dissecção sem oclusão do óstio da AR pelo cateter, 1 (4,7%) apresentou sinais de espasmo da AR; nos demais a AR encontrava-se pérvia e sem lesões. Houve 6 (2,2%) óbitos hospitalares, sendo 3 por acidente vascular cerebral, 2 por baixo débito cardíaco e 1 paciente teve morte súbita. Nos últimos meses temos visado à revascularização miocárdica com o emprego máximo de enxertos arteriais. Como tática especial usamos a AR para anastomoses seqüenciais com as artérias de parede inferior e lateral do ventrículo esquerdo. A anastomose do coto proximal é realizada na ATIe que, por sua vez, é habitualmente anastomosada ao ramo interventricular anterior (RIA). As artérias AGEd e ATId in situ ou, como enxerto livre, têm complementado o procedimento. Dentre 64 pacientes operados nos últimos 3 meses com a utilização da AR, 62 (96,9%) receberam pelo menos 2 enxertos arteriais, 27 (42,2%) receberam pelo menos 3 enxertos arteriais e 8 (12,5%) pacientes receberam 4 ou 5 enxertos arteriais. Em 29 (45,3%) deles a AR foi anastomosada à ATIe ou ATId. Acreditamos que essa técnica reduza a excessiva pressão conseqüente à anastomose direta da AR na aorta e que o maior fluxo decorrente das anastomoses seqüenciais auxilie na manutenção da perviabilidade da AR. A despeito de considerarmos o enxerto pediculado da ATIe o principal método de revascularização do miocárdio, os resultados preliminares indicam que a AR constitui uma excelente via complementar na busca da revascularização completa do miocárdio com enxertos arteriais.
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