Substituição da valva mitral por aloenxerto valvar aórtico preservado em glutaraldeído

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Salles,Claudio A
Data de Publicação: 1994
Outros Autores: Buffolo,Ênio, Andrade,José Carlos S, Vieira,Gilberto Lino, Borém,Paulo M, Andrade Jr,Marcos A. M, Mendonça,José Teles de, Wanderley Neto,José
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-76381994000100003
Resumo: No período de setembro de 1984 a dezembro de 1992, 145 pacientes selecionados foram submetidos a substituição isolada de valva mitral, utilizando-se valvas aórticas de cadáver obtidas durante autopsia, processadas em glutaraldeído e montadas em suporte flexível de Celcon recoberto com Dacron. Os pacientes apresentavam idade média de 22,5 anos, variando de 5 a 77 anos e 79 (54,5%) pacientes tinham idade igual ou inferior a 15 anos. Operações cardíacas prévias haviam sido, realizadas em 26 (18%) pacientes e 20 (13,8%) deles eram portadores de biopróteses de porco, pericárdico bovino ou dura-máter calcificadas. A mortalidade hospitalar (30 dias) foi de 3 (2,1 %) pacientes. A evolução tardia coletou 709 pacientes-ano de seguimento total, correspondendo a um seguimento médio de 5 anos por paciente e máximo de 9 anos e 5 meses. Segmento completo foi obtido em 130 (91,5%) pacientes e parcial nos 12 pacientes restantes. Complicações relacionadas ao aloenxerto ocorreram em 48 pacientes, incluindo a fibrocalcificação, tromboembolismo, endocardite e escape para-valvar, correspondendo a uma incidência de 6,8% ± 0,9% por paciente-ano. A fibrocalcificação levando a disfunção valvar representou a principal complicação, presente em 37 pacientes com uma incidência de 5,2% ± 0,8% por paciente-ano. Todos os casos de calcificação ocorreram em pacientes com idade igual ou inferiora 15 anos, com um intervalo médio entre o implante valvar e a calcificação de 46 meses, variando de 14 a 100 meses. Reoperações foram realizadas em 44 pacientes com substituição da alobioprótese em 39, representando uma incidência de reoperações de 6,3% ± 0,9% por paciente-ano e uma incidência de substituição da alobioprótese de 5,5% ± 0,9% por paciente-ano. A principal causa da reoperação foi a calcificação, presente em 36 aloenxertos, sendo as outras causas representadas pela endocardite, escape para-valvar e insuficiência aórtica em valva natural. Ocorreram 15 óbitos tardios, representando uma mortalidade tardia de 2,1 % ± 0,5% por paciente-ano, porém apenas 3 óbitos estavam relacionados diretamente à alobioprótese, 10 à doença cardíaca (ICC, miocardiopatia e morte súbita) e 2 a outras causas (tuberculose e diabetes). A sobrevida atuarial em 10 anos foi de 82,9% ± 4,8%. A sobrevida atuarial em 10 anos livre de disfunção valvar devido a fibrocalcificação foi de 62,1 % ± 8,4% sendo de 100% para pacientes acima de 15 anos e 34,2% ± 11,2% para pacientes com idade igual ou inferior a 15 anos. Embora a fibrocalcificação tenha representado a principal complicação tardia ocorrida com as alobiopróteses levando a disfunção valvar e representando a principal indicação para reoperações no grupo pediátrico, sua incidência foi significativamente menor que a incidência relatada na literatura para pacientes pediátricos portadores de xenobiopróteses.
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