Granulite-facies metamorphism at ca. 570-580 Ma in the Porangatu Granulite Complex, central Brazil: implications for the evolution of the Transbrasiliano Lineament

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gorayeb,Paulo Sergio de Sousa
Data de Publicação: 2017
Outros Autores: Pimentel,Marcio Martins, Armstrong,Richard, Galarza,Marco Antonio
Tipo de documento: Artigo
Idioma: eng
Título da fonte: Brazilian Journal of Geology
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2317-48892017000200327
Resumo: RESUMO: O Complexo Granulítico Porangatu está exposto na porção central da Província Tocantins, do Neoproterozoico, no centro do Brasil, ao longo da fronteira entre o Cinturão Brasília, a leste, e o Cinturão Araguaia, a oeste. Esta região faz parte do sistema de cisalhamento transcontinental Transbrasiliano-Kandi. O complexo inclui enderbitos e charnockitos ricos em granada, gnaisses de alto grau metamórfico, bem como lentes de granada granulitos máficos ou granada anfibolitos, e charnockitos anatéticos in situ, o qual forma corpos alongados na direção NNE-SSW, ao longo da Zona de Cisalhamento Talismã (ZCT). Esse conjunto de rochas representam suítes de rochas ortoderivadas de afinidade cálcio-alcalina e pequenas contribuições de basaltos tholeíticos e paragnaisses aluminosos. O quadro estrutural registra componentes de cavalgamento relacionados provavelmente com os estágios iniciais de uma colisão oblíqua durante a evolução dos orógenos Brasilianos do Neoproterozoico e pode ser compreendido como envolvendo um sistema colisional de dois blocos crustais, inicialmente com componentes de cavalgamento que evoluiu em sua fase final para um sistema transcorrente com cinemática dextral. Isso levou à intensa imbricação, geração de foliação milonítica, lineação de estiramento, bandamento tectônico e rotação de estruturas e minerais. A deformação dúctil heterogênea e progressiva foi acompanhada por reequilíbrio metamórfico no Neoproterozoico tardio, que atingiu condições metamórficas máximas na fácies granulito a temperatura e pressão acima de 850ºC e 10 kbar, respectivamente, em ambiente quase anidro, atingindo a anatexia. As análises U-Pb SHRIMP em zircão realizadas em duas amostras de rochas selecionadas indicaram idade combinada de 580 ± 7 Ma para um charnockito e 548 ± 48 Ma para um granulito máfico do qual o charnockito foi derivado. O granulito máfico contém cristais de zircão datados de 2,1 Ga, indicando protólito ígneo do Paleoproterozoico envolvidos no metamorfismo de alto grau no Neoproterozoico. Além disso, os grãos de zircão mais antigos herdados de 3,1 e 2,0 Ga (idades 207Pb/206Pb) em charnockito também confirma a existência de material Arqueano e Paleoproterozoico nesta região, possivelmente derivado do Maciço de Goiás. Um grão de zircão herdado de 0,88 Ga é sugestivo de derivação do Arco Magmático de Goiás. Essa idade neoproterozoica para o metamorfismo de alto grau é substancialmente mais jovem do que a relatada para outros granulitos do Cinturão Brasília (cerca de 0,65 Ga), sugerindo que o Complexo Granulítico Porangatu está mais provavelmente associado à evolução do Cinturão Araguaia mais jovem. Os novos dados de campo, estruturais, petrográficos, e geocronológicos, sugerem que o Complexo Granulítico Porangatu foi envolvido em uma expressiva zona de cisalhamento transcorrente dúctil estabelecida em alta temperatura, que justapôs unidades de rochas de diferentes idades (Arqueano, Paleoproterozoico, Neoproterozoico), naturezas e níveis crustais (crosta continental inferior e média) fortemente retrabalhadas nos estágios finais da orogenia Brasiliano e representam as raízes expostas do Orógeno Tocantins.
id SBGEO-1_b1ed8731e9cc4b1d0120e3b799bd3129
oai_identifier_str oai:scielo:S2317-48892017000200327
network_acronym_str SBGEO-1
network_name_str Brazilian Journal of Geology
repository_id_str
spelling Granulite-facies metamorphism at ca. 570-580 Ma in the Porangatu Granulite Complex, central Brazil: implications for the evolution of the Transbrasiliano LineamentHigh-grade metamorphismPorangatu Granulite ComplexSHRIMP U-Pb zircon geochronologyTransbrasiliano LineamentTocantins OrogenRESUMO: O Complexo Granulítico Porangatu está exposto na porção central da Província Tocantins, do Neoproterozoico, no centro do Brasil, ao longo da fronteira entre o Cinturão Brasília, a leste, e o Cinturão Araguaia, a oeste. Esta região faz parte do sistema de cisalhamento transcontinental Transbrasiliano-Kandi. O complexo inclui enderbitos e charnockitos ricos em granada, gnaisses de alto grau metamórfico, bem como lentes de granada granulitos máficos ou granada anfibolitos, e charnockitos anatéticos in situ, o qual forma corpos alongados na direção NNE-SSW, ao longo da Zona de Cisalhamento Talismã (ZCT). Esse conjunto de rochas representam suítes de rochas ortoderivadas de afinidade cálcio-alcalina e pequenas contribuições de basaltos tholeíticos e paragnaisses aluminosos. O quadro estrutural registra componentes de cavalgamento relacionados provavelmente com os estágios iniciais de uma colisão oblíqua durante a evolução dos orógenos Brasilianos do Neoproterozoico e pode ser compreendido como envolvendo um sistema colisional de dois blocos crustais, inicialmente com componentes de cavalgamento que evoluiu em sua fase final para um sistema transcorrente com cinemática dextral. Isso levou à intensa imbricação, geração de foliação milonítica, lineação de estiramento, bandamento tectônico e rotação de estruturas e minerais. A deformação dúctil heterogênea e progressiva foi acompanhada por reequilíbrio metamórfico no Neoproterozoico tardio, que atingiu condições metamórficas máximas na fácies granulito a temperatura e pressão acima de 850ºC e 10 kbar, respectivamente, em ambiente quase anidro, atingindo a anatexia. As análises U-Pb SHRIMP em zircão realizadas em duas amostras de rochas selecionadas indicaram idade combinada de 580 ± 7 Ma para um charnockito e 548 ± 48 Ma para um granulito máfico do qual o charnockito foi derivado. O granulito máfico contém cristais de zircão datados de 2,1 Ga, indicando protólito ígneo do Paleoproterozoico envolvidos no metamorfismo de alto grau no Neoproterozoico. Além disso, os grãos de zircão mais antigos herdados de 3,1 e 2,0 Ga (idades 207Pb/206Pb) em charnockito também confirma a existência de material Arqueano e Paleoproterozoico nesta região, possivelmente derivado do Maciço de Goiás. Um grão de zircão herdado de 0,88 Ga é sugestivo de derivação do Arco Magmático de Goiás. Essa idade neoproterozoica para o metamorfismo de alto grau é substancialmente mais jovem do que a relatada para outros granulitos do Cinturão Brasília (cerca de 0,65 Ga), sugerindo que o Complexo Granulítico Porangatu está mais provavelmente associado à evolução do Cinturão Araguaia mais jovem. Os novos dados de campo, estruturais, petrográficos, e geocronológicos, sugerem que o Complexo Granulítico Porangatu foi envolvido em uma expressiva zona de cisalhamento transcorrente dúctil estabelecida em alta temperatura, que justapôs unidades de rochas de diferentes idades (Arqueano, Paleoproterozoico, Neoproterozoico), naturezas e níveis crustais (crosta continental inferior e média) fortemente retrabalhadas nos estágios finais da orogenia Brasiliano e representam as raízes expostas do Orógeno Tocantins.Sociedade Brasileira de Geologia2017-04-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2317-48892017000200327Brazilian Journal of Geology v.47 n.2 2017reponame:Brazilian Journal of Geologyinstname:Sociedade Brasileira de Geologia (SBGEO)instacron:SBGEO10.1590/2317-4889201720160097info:eu-repo/semantics/openAccessGorayeb,Paulo Sergio de SousaPimentel,Marcio MartinsArmstrong,RichardGalarza,Marco Antonioeng2018-06-04T00:00:00Zoai:scielo:S2317-48892017000200327Revistahttp://bjg.siteoficial.ws/index.htmhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phpsbgsede@sbgeo.org.br||claudio.riccomini@gmail.com2317-46922317-4692opendoar:2018-06-04T00:00Brazilian Journal of Geology - Sociedade Brasileira de Geologia (SBGEO)false
dc.title.none.fl_str_mv Granulite-facies metamorphism at ca. 570-580 Ma in the Porangatu Granulite Complex, central Brazil: implications for the evolution of the Transbrasiliano Lineament
title Granulite-facies metamorphism at ca. 570-580 Ma in the Porangatu Granulite Complex, central Brazil: implications for the evolution of the Transbrasiliano Lineament
spellingShingle Granulite-facies metamorphism at ca. 570-580 Ma in the Porangatu Granulite Complex, central Brazil: implications for the evolution of the Transbrasiliano Lineament
Gorayeb,Paulo Sergio de Sousa
High-grade metamorphism
Porangatu Granulite Complex
SHRIMP U-Pb zircon geochronology
Transbrasiliano Lineament
Tocantins Orogen
title_short Granulite-facies metamorphism at ca. 570-580 Ma in the Porangatu Granulite Complex, central Brazil: implications for the evolution of the Transbrasiliano Lineament
title_full Granulite-facies metamorphism at ca. 570-580 Ma in the Porangatu Granulite Complex, central Brazil: implications for the evolution of the Transbrasiliano Lineament
title_fullStr Granulite-facies metamorphism at ca. 570-580 Ma in the Porangatu Granulite Complex, central Brazil: implications for the evolution of the Transbrasiliano Lineament
title_full_unstemmed Granulite-facies metamorphism at ca. 570-580 Ma in the Porangatu Granulite Complex, central Brazil: implications for the evolution of the Transbrasiliano Lineament
title_sort Granulite-facies metamorphism at ca. 570-580 Ma in the Porangatu Granulite Complex, central Brazil: implications for the evolution of the Transbrasiliano Lineament
author Gorayeb,Paulo Sergio de Sousa
author_facet Gorayeb,Paulo Sergio de Sousa
Pimentel,Marcio Martins
Armstrong,Richard
Galarza,Marco Antonio
author_role author
author2 Pimentel,Marcio Martins
Armstrong,Richard
Galarza,Marco Antonio
author2_role author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Gorayeb,Paulo Sergio de Sousa
Pimentel,Marcio Martins
Armstrong,Richard
Galarza,Marco Antonio
dc.subject.por.fl_str_mv High-grade metamorphism
Porangatu Granulite Complex
SHRIMP U-Pb zircon geochronology
Transbrasiliano Lineament
Tocantins Orogen
topic High-grade metamorphism
Porangatu Granulite Complex
SHRIMP U-Pb zircon geochronology
Transbrasiliano Lineament
Tocantins Orogen
description RESUMO: O Complexo Granulítico Porangatu está exposto na porção central da Província Tocantins, do Neoproterozoico, no centro do Brasil, ao longo da fronteira entre o Cinturão Brasília, a leste, e o Cinturão Araguaia, a oeste. Esta região faz parte do sistema de cisalhamento transcontinental Transbrasiliano-Kandi. O complexo inclui enderbitos e charnockitos ricos em granada, gnaisses de alto grau metamórfico, bem como lentes de granada granulitos máficos ou granada anfibolitos, e charnockitos anatéticos in situ, o qual forma corpos alongados na direção NNE-SSW, ao longo da Zona de Cisalhamento Talismã (ZCT). Esse conjunto de rochas representam suítes de rochas ortoderivadas de afinidade cálcio-alcalina e pequenas contribuições de basaltos tholeíticos e paragnaisses aluminosos. O quadro estrutural registra componentes de cavalgamento relacionados provavelmente com os estágios iniciais de uma colisão oblíqua durante a evolução dos orógenos Brasilianos do Neoproterozoico e pode ser compreendido como envolvendo um sistema colisional de dois blocos crustais, inicialmente com componentes de cavalgamento que evoluiu em sua fase final para um sistema transcorrente com cinemática dextral. Isso levou à intensa imbricação, geração de foliação milonítica, lineação de estiramento, bandamento tectônico e rotação de estruturas e minerais. A deformação dúctil heterogênea e progressiva foi acompanhada por reequilíbrio metamórfico no Neoproterozoico tardio, que atingiu condições metamórficas máximas na fácies granulito a temperatura e pressão acima de 850ºC e 10 kbar, respectivamente, em ambiente quase anidro, atingindo a anatexia. As análises U-Pb SHRIMP em zircão realizadas em duas amostras de rochas selecionadas indicaram idade combinada de 580 ± 7 Ma para um charnockito e 548 ± 48 Ma para um granulito máfico do qual o charnockito foi derivado. O granulito máfico contém cristais de zircão datados de 2,1 Ga, indicando protólito ígneo do Paleoproterozoico envolvidos no metamorfismo de alto grau no Neoproterozoico. Além disso, os grãos de zircão mais antigos herdados de 3,1 e 2,0 Ga (idades 207Pb/206Pb) em charnockito também confirma a existência de material Arqueano e Paleoproterozoico nesta região, possivelmente derivado do Maciço de Goiás. Um grão de zircão herdado de 0,88 Ga é sugestivo de derivação do Arco Magmático de Goiás. Essa idade neoproterozoica para o metamorfismo de alto grau é substancialmente mais jovem do que a relatada para outros granulitos do Cinturão Brasília (cerca de 0,65 Ga), sugerindo que o Complexo Granulítico Porangatu está mais provavelmente associado à evolução do Cinturão Araguaia mais jovem. Os novos dados de campo, estruturais, petrográficos, e geocronológicos, sugerem que o Complexo Granulítico Porangatu foi envolvido em uma expressiva zona de cisalhamento transcorrente dúctil estabelecida em alta temperatura, que justapôs unidades de rochas de diferentes idades (Arqueano, Paleoproterozoico, Neoproterozoico), naturezas e níveis crustais (crosta continental inferior e média) fortemente retrabalhadas nos estágios finais da orogenia Brasiliano e representam as raízes expostas do Orógeno Tocantins.
publishDate 2017
dc.date.none.fl_str_mv 2017-04-01
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2317-48892017000200327
url http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2317-48892017000200327
dc.language.iso.fl_str_mv eng
language eng
dc.relation.none.fl_str_mv 10.1590/2317-4889201720160097
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv text/html
dc.publisher.none.fl_str_mv Sociedade Brasileira de Geologia
publisher.none.fl_str_mv Sociedade Brasileira de Geologia
dc.source.none.fl_str_mv Brazilian Journal of Geology v.47 n.2 2017
reponame:Brazilian Journal of Geology
instname:Sociedade Brasileira de Geologia (SBGEO)
instacron:SBGEO
instname_str Sociedade Brasileira de Geologia (SBGEO)
instacron_str SBGEO
institution SBGEO
reponame_str Brazilian Journal of Geology
collection Brazilian Journal of Geology
repository.name.fl_str_mv Brazilian Journal of Geology - Sociedade Brasileira de Geologia (SBGEO)
repository.mail.fl_str_mv sbgsede@sbgeo.org.br||claudio.riccomini@gmail.com
_version_ 1752122398531911680