Mortalidade de crianças com doença falciforme: um estudo de base populacional

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fernandes,Ana Paula Pinheiro Chagas
Data de Publicação: 2010
Outros Autores: Januário,José Nélio, Cangussu,Camila Blanco, Macedo,Daniela Lino de, Viana,Marcos Borato
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Jornal de Pediatria (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-75572010000400006
Resumo: OBJETIVO: Caracterizar os óbitos das crianças com doença falciforme (DF) triadas no estado de Minas Gerais e acompanhadas na Fundação Hemominas. MÉTODOS: Coorte de crianças diagnosticadas pelo Programa de Triagem Neonatal de Minas Gerais (março/1998 - fevereiro/2005). Os óbitos foram identificados pela busca ativa das crianças ausentes nas consultas agendadas nos hemocentros. Dados clínicos e epidemiológicos foram coletados dos documentos de óbito, banco de dados da triagem neonatal, prontuários médicos e em entrevistas com as famílias. RESULTADOS: Foram triadas 1.833.030 crianças no período, sendo 1.396 com DF (1:1.300). Ocorreram 78 óbitos: 63 em crianças com genótipo SS, 12 em crianças com genótipo SC e três em crianças com genótipo S/β+ talassemia. Cinquenta e seis crianças (71,8%) morreram antes dos 2 anos de idade; 59 morreram em hospitais e 18 no domicílio ou trânsito. Causas de óbito pelo atestado (n = 78): 38,5% infecção; 16,6% sequestro esplênico agudo; 9% outras causas; 15,4% sem assistência médica; e 20,5% indeterminada. Segundo as entrevistas (n = 52), o sequestro esplênico foi responsável por quase 1/3 dos óbitos, contrastando com a porcentagem de apenas 14% registrada nos atestados de óbito. As probabilidades de sobrevida aos 5 anos (erro padrão da média) para crianças SS, SC e Sβ+ talassemia foram: 89,4 (1,4), 97,7 (0,7) e 94,7% (3,0), respectivamente (SS versus SC, p < 0,0001). CONCLUSÕES: Mesmo em um programa de triagem neonatal com rigoroso controle do tratamento, a probabilidade de óbito em crianças com genótipo SS ainda é elevada. Os óbitos com causa indeterminada indicam dificuldades no reconhecimento da DF e das suas complicações. Esforços educativos dirigidos a profissionais da saúde e familiares devem ser incrementados para diminuir a mortalidade pela DF.
id SBPE-1_8d4d32be1be803c99612e1c6a5a11e77
oai_identifier_str oai:scielo:S0021-75572010000400006
network_acronym_str SBPE-1
network_name_str Jornal de Pediatria (Online)
repository_id_str
spelling Mortalidade de crianças com doença falciforme: um estudo de base populacionalAnemia falciformemortalidadefatores socioeconômicossistemas de saúdeOBJETIVO: Caracterizar os óbitos das crianças com doença falciforme (DF) triadas no estado de Minas Gerais e acompanhadas na Fundação Hemominas. MÉTODOS: Coorte de crianças diagnosticadas pelo Programa de Triagem Neonatal de Minas Gerais (março/1998 - fevereiro/2005). Os óbitos foram identificados pela busca ativa das crianças ausentes nas consultas agendadas nos hemocentros. Dados clínicos e epidemiológicos foram coletados dos documentos de óbito, banco de dados da triagem neonatal, prontuários médicos e em entrevistas com as famílias. RESULTADOS: Foram triadas 1.833.030 crianças no período, sendo 1.396 com DF (1:1.300). Ocorreram 78 óbitos: 63 em crianças com genótipo SS, 12 em crianças com genótipo SC e três em crianças com genótipo S/β+ talassemia. Cinquenta e seis crianças (71,8%) morreram antes dos 2 anos de idade; 59 morreram em hospitais e 18 no domicílio ou trânsito. Causas de óbito pelo atestado (n = 78): 38,5% infecção; 16,6% sequestro esplênico agudo; 9% outras causas; 15,4% sem assistência médica; e 20,5% indeterminada. Segundo as entrevistas (n = 52), o sequestro esplênico foi responsável por quase 1/3 dos óbitos, contrastando com a porcentagem de apenas 14% registrada nos atestados de óbito. As probabilidades de sobrevida aos 5 anos (erro padrão da média) para crianças SS, SC e Sβ+ talassemia foram: 89,4 (1,4), 97,7 (0,7) e 94,7% (3,0), respectivamente (SS versus SC, p < 0,0001). CONCLUSÕES: Mesmo em um programa de triagem neonatal com rigoroso controle do tratamento, a probabilidade de óbito em crianças com genótipo SS ainda é elevada. Os óbitos com causa indeterminada indicam dificuldades no reconhecimento da DF e das suas complicações. Esforços educativos dirigidos a profissionais da saúde e familiares devem ser incrementados para diminuir a mortalidade pela DF.Sociedade Brasileira de Pediatria2010-08-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-75572010000400006Jornal de Pediatria v.86 n.4 2010reponame:Jornal de Pediatria (Online)instname:Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP)instacron:SBPE10.1590/S0021-75572010000400006info:eu-repo/semantics/openAccessFernandes,Ana Paula Pinheiro ChagasJanuário,José NélioCangussu,Camila BlancoMacedo,Daniela Lino deViana,Marcos Boratopor2011-01-26T00:00:00Zoai:scielo:S0021-75572010000400006Revistahttp://www.jped.com.br/https://old.scielo.br/oai/scielo-oai.php||jped@jped.com.br1678-47820021-7557opendoar:2011-01-26T00:00Jornal de Pediatria (Online) - Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP)false
dc.title.none.fl_str_mv Mortalidade de crianças com doença falciforme: um estudo de base populacional
title Mortalidade de crianças com doença falciforme: um estudo de base populacional
spellingShingle Mortalidade de crianças com doença falciforme: um estudo de base populacional
Fernandes,Ana Paula Pinheiro Chagas
Anemia falciforme
mortalidade
fatores socioeconômicos
sistemas de saúde
title_short Mortalidade de crianças com doença falciforme: um estudo de base populacional
title_full Mortalidade de crianças com doença falciforme: um estudo de base populacional
title_fullStr Mortalidade de crianças com doença falciforme: um estudo de base populacional
title_full_unstemmed Mortalidade de crianças com doença falciforme: um estudo de base populacional
title_sort Mortalidade de crianças com doença falciforme: um estudo de base populacional
author Fernandes,Ana Paula Pinheiro Chagas
author_facet Fernandes,Ana Paula Pinheiro Chagas
Januário,José Nélio
Cangussu,Camila Blanco
Macedo,Daniela Lino de
Viana,Marcos Borato
author_role author
author2 Januário,José Nélio
Cangussu,Camila Blanco
Macedo,Daniela Lino de
Viana,Marcos Borato
author2_role author
author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Fernandes,Ana Paula Pinheiro Chagas
Januário,José Nélio
Cangussu,Camila Blanco
Macedo,Daniela Lino de
Viana,Marcos Borato
dc.subject.por.fl_str_mv Anemia falciforme
mortalidade
fatores socioeconômicos
sistemas de saúde
topic Anemia falciforme
mortalidade
fatores socioeconômicos
sistemas de saúde
description OBJETIVO: Caracterizar os óbitos das crianças com doença falciforme (DF) triadas no estado de Minas Gerais e acompanhadas na Fundação Hemominas. MÉTODOS: Coorte de crianças diagnosticadas pelo Programa de Triagem Neonatal de Minas Gerais (março/1998 - fevereiro/2005). Os óbitos foram identificados pela busca ativa das crianças ausentes nas consultas agendadas nos hemocentros. Dados clínicos e epidemiológicos foram coletados dos documentos de óbito, banco de dados da triagem neonatal, prontuários médicos e em entrevistas com as famílias. RESULTADOS: Foram triadas 1.833.030 crianças no período, sendo 1.396 com DF (1:1.300). Ocorreram 78 óbitos: 63 em crianças com genótipo SS, 12 em crianças com genótipo SC e três em crianças com genótipo S/β+ talassemia. Cinquenta e seis crianças (71,8%) morreram antes dos 2 anos de idade; 59 morreram em hospitais e 18 no domicílio ou trânsito. Causas de óbito pelo atestado (n = 78): 38,5% infecção; 16,6% sequestro esplênico agudo; 9% outras causas; 15,4% sem assistência médica; e 20,5% indeterminada. Segundo as entrevistas (n = 52), o sequestro esplênico foi responsável por quase 1/3 dos óbitos, contrastando com a porcentagem de apenas 14% registrada nos atestados de óbito. As probabilidades de sobrevida aos 5 anos (erro padrão da média) para crianças SS, SC e Sβ+ talassemia foram: 89,4 (1,4), 97,7 (0,7) e 94,7% (3,0), respectivamente (SS versus SC, p < 0,0001). CONCLUSÕES: Mesmo em um programa de triagem neonatal com rigoroso controle do tratamento, a probabilidade de óbito em crianças com genótipo SS ainda é elevada. Os óbitos com causa indeterminada indicam dificuldades no reconhecimento da DF e das suas complicações. Esforços educativos dirigidos a profissionais da saúde e familiares devem ser incrementados para diminuir a mortalidade pela DF.
publishDate 2010
dc.date.none.fl_str_mv 2010-08-01
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-75572010000400006
url http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-75572010000400006
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 10.1590/S0021-75572010000400006
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv text/html
dc.publisher.none.fl_str_mv Sociedade Brasileira de Pediatria
publisher.none.fl_str_mv Sociedade Brasileira de Pediatria
dc.source.none.fl_str_mv Jornal de Pediatria v.86 n.4 2010
reponame:Jornal de Pediatria (Online)
instname:Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP)
instacron:SBPE
instname_str Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP)
instacron_str SBPE
institution SBPE
reponame_str Jornal de Pediatria (Online)
collection Jornal de Pediatria (Online)
repository.name.fl_str_mv Jornal de Pediatria (Online) - Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP)
repository.mail.fl_str_mv ||jped@jped.com.br
_version_ 1752122318138638336