Incidência de aumento e redução do Índice de Massa Corporal na meia-idade: seguimento de quatro anos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Augusto, Nathalia Assis
Data de Publicação: 2021
Outros Autores: Loch, Mathias Roberto, Dias, Douglas Fernando, Silva, Ana Maria Rigo
Tipo de documento: Conjunto de dados
Título da fonte: SciELO Data
Texto Completo: https://doi.org/10.48331/scielodata.CNNQXK
Resumo: Delineamento do Estudo: Trata-se de estudo observacional com acompanhamento de quatro anos, resultante de uma pesquisa de base populacional realizada em 2011 (“Doenças cardiovasculares no Estado do Paraná: Mortalidade, Perfil de Risco, Terapia Medicamentosa e Complicações”), inicialmente com delineamento transversal. Em 2015 deu-se seguimento à pesquisa com o título “Incidência de mortalidade, morbidade, internações e modificações nos fatores de risco para doenças cardiovasculares em amostra de residentes com 40 anos ou mais de idade em município de médio porte do Sul do Brasil: Estudo de coorte Vigicardio 2011-2015”. População de Estudo e Plano de Amostragem: A população do estudo da linha de base foi constituída por indivíduos de idade igual ou superior a 40 anos, residentes na zona urbana de Cambé, município de médio porte localizado na região metropolitana de Londrina, norte do estado do Paraná. A população total de Cambé era estimada em 92.888 habitantes pela contagem do IBGE no período22. Para o cálculo amostral utilizou-se a ferramenta StatCalc do programa Epi Info® versão 3.5.3. Considerou-se os 30.710 (33,1%) habitantes com 40 anos ou mais de idade, margem de erro de 3%, prevalência do desfecho de 50% e nível de confiança de 95%, resultando em 1.066 indivíduos. Um percentual de 25% foi adicionado à amostra, antecipando possíveis perdas e recusas, totalizando assim 1.332 indivíduos a serem amostrados23. Para a seleção dos participantes foram considerados os 86 setores censitários do município. Prevendo-se uma distribuição proporcional segundo sexo e faixa etária entre os setores, foi necessário ajustar a população para 1.339 indivíduos. Para cada setor foram sorteadas a quadra, esquina e residência inicial das entrevistas e a sequência do percurso foi realizada em sentido anti-horário, com intervalo amostral 1:2. Em domicílios com mais de um morador elegível sorteou-se apenas um para a entrevista. Na linha de base, ocorreram 159 perdas, 93 por recusa e 66 não encontrados após três tentativas de visita domiciliar, totalizando 1.180 entrevistas23. Dos 1.180 entrevistados na linha de base (2011), para o presente estudo foram selecionados os indivíduos de 40 a 64 anos, classificados com eutrofia, sobrepeso ou obesidade, assim, foram excluídos 204 indivíduos por apresentarem idade igual ou superior a 65 anos e 17 por apresentarem baixo peso (IMC < 18,5 kg/m²). Além destas exclusões, ocorreram 12 perdas em função de ausência de dados de peso e/ou altura. Assim, inicialmente foram considerados 947 sujeitos para o seguimento. No seguimento (2015), 216 indivíduos foram considerados perdas, pelos seguintes motivos: mudança de endereço (90), recusas (67), óbitos (39), não encontrados após três tentativas (18), ausência de dados de peso e/ou altura (2), totalizando 731 indivíduos. Buscando diminuir possíveis vieses, foram também excluídos dois participantes com câncer e dois que relataram ter realizado cirurgia bariátrica em quaisquer coletas e, para eliminar os outliers, excluiu-se também 5% dos participantes com maior variação do IMC (kg/m²), 2,5% com maior aumento (19) e 2,5% com maior redução (19). Assim, dos 917 elegíveis para o seguimento, 689 compuseram a amostra final, resultando em uma taxa de perdas de (24,9%). Coleta de Dados e Instrumento: A coleta de dados em 2011 iniciava-se pela apresentação dos entrevistadores, devidamente identificados, seguida de uma explicação sobre o estudo, coleta de informações amostrais e aplicação do instrumento para o participante selecionado23. Em 2015, os mesmos participantes foram inicialmente contatados por telefone para o agendamento da entrevista em domicílio, mas quando este contato não foi possível, foi realizada visita domiciliar. O instrumento utilizado em 2011 e 2015 foi um questionário contendo sete blocos e aferição das medidas antropométricas de peso corporal (kg) e altura (m). O presente estudo utilizou variáveis do bloco de caracterização em 2011 e medidas antropométricas em 2011 e 2015. Para a aferição das medidas antropométricas foi utilizado, em ambas as coletas, balança eletrônica portátil modelo SIM 09190 da marca Plenna, com capacidade de até 150 kg e sensibilidade de 100 gramas, e fita métrica inelástica e inextensível fixada em porta ou parede sem rodapé. Foi solicitado aos participantes que estivessem de roupas leves e sem sapatos, seguindo procedimento padrão descrito na literatura24. A equipe de entrevistadores foi composta por alunos de graduação e pós-graduação do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Estadual de Londrina – UEL e profissionais da área da saúde. Apesar de não terem sido os mesmos entrevistadores que realizaram a coleta nos dois momentos, os pesquisadores principais se mantiveram e participaram de ambos os treinamentos. Na linha de base foi realizado estudo piloto em um bairro de uma cidade vizinha de Cambé, que visou o pré-teste do instrumento de coleta de dados, o treinamento da aferição das medidas antropométricas, a análise preliminar da proporção de recusas e a correção do instrumento23. No seguimento houve pré-teste do instrumento de coleta atualizado, entre conhecidos e parentes na faixa etária do estudo, e treinamento e padronização das técnicas de medidas antropométricas. Descrição das Variáveis: Para a classificação do estado nutricional utilizou-se o IMC, calculado pela razão entre o peso (kg) e a altura (m²) ao quadrado, classificando adultos em baixo peso (< 18,5 kg/m²), eutrofia (18,5 - 24,9 kg/m²), sobrepeso (25 - 29,9 kg/m²) e obesidade (≥ 30 kg/m²)6. O estudo analisou dois desfechos: a incidência de redução e de aumento do IMC após quatro anos de acompanhamento. Embora não exista consenso na literatura em relação ao ponto de corte para a definição de redução e aumento do IMC, o presente estudo estabeleceu a variação ≥ 1,0 kg/m², ponto de corte utilizado em outros estudos longitudinais16,25,26,27,28. Além disso, outros trabalhos realizaram simulações, testando o efeito da redução de 1 kg/m² em populações e observam uma potencial redução da prevalência e mortalidade por doenças crônicas não transmissíveis8,18. A variação do IMC foi calculada pela diferença entre o IMC 2015 e o IMC 2011. O resultado foi categorizado em redução do IMC ≥ 1 kg/m², manutenção do IMC (alteração menor que 1 kg/m² para mais ou para menos) e aumento do IMC ≥ 1 kg/m². As variáveis independentes utilizadas foram as características sociodemográficas (faixa etária, situação conjugal, cor da pele, anos de estudo e classe econômica) e a classificação do estado nutricional, sempre considerando as informações da linha de base. A idade foi obtida pela diferença entre data de nascimento e data da entrevista, e foi categorizada nos grupos etários 40-54 anos e 55-64 anos. A situação conjugal foi determinada pela presença de companheiro (casado (a) ou união estável) e sem companheiro (solteiro (a), divorciado (a) ou viúvo (a)). A cor da pele foi autorreferida e categorizada em branco/amarelo e preto/pardo/indígena. A escolaridade refere-se ao último ano de estudo completo, categorizado em 0 a 4, 5 a 8 e 9 ou mais anos de estudo. A classe econômica foi definida pelo critério proposto pela Associação Brasileira de Empresas de Pesquisas (ABEP)29. Em 2011 este critério estabelecia 8 classes econômicas, sendo divididas de acordo com a pontuação obtida em questionário: classe A1: 42 a 46 pontos; classe A2: 35 a 41 pontos; classe B1: 29 a 34 pontos; classe B2: 23 a 28 pontos; classe C1: 18 a 22 pontos; classe C2: 14 a 17 pontos; classe D: 08 a 13 pontos; classe E: 00 a 07 pontos. Estas classes foram agrupadas em A/B e C/D/E. A classificação do estado nutricional foi realizada pelo resultado do cálculo do IMC, obtendo as categorias eutrofia, sobrepeso e obesidade. Processamento e Análise de Dados: No ano de 2011 os dados foram obtidos por meio de formulário impresso, duplamente digitados no programa Microsoft Excel® 2010 e comparados pelo programa Epi Info® versão 3.5.3. Em 2015, aproximadamente dois terços foram coletados por formulário impresso duplamente digitados e comparados pelo software Microsoft Office SpreadSheet Compare®, com correção das discordâncias em consulta ao formulário. O restante foi coletado por formulário eletrônico em tablets, por meio da ferramenta ODK Collect, cujas informações foram armazenadas em formato Excel® no servidor Ona. A análise de comparação entre a amostra do estudo e as perdas segundo características sociodemográficas e classificação do estado nutricional foi realizada pelo teste qui-quadrado de Pearson, indicando a frequência absoluta, relativa e p-valor. A análise descritiva das características sociodemográficas segundo o sexo foi apresentada por meio de frequência absoluta e relativa. As frequências de variação e manutenção do IMC entre os dois períodos foram estratificadas por sexo e apresentadas no total e segundo a classificação do estado nutricional (eutrofia, sobrepeso e obesidade) na linha de base, indicadas por frequência absoluta, relativa e intervalo de confiança (IC) 95%. Para as análises de associação, a variável dependente “redução do IMC” foi categorizada como Sim, quando ocorreu redução do IMC ≥ 1 kg/m² e Não, quando ocorreu manutenção (alteração não menor ou maior que 1 kg/m² ) ou aumento do IMC ≥ 1 kg/m², sendo considerado o Não como a categoria de referência. Já a variável dependente “aumento do IMC” foi categorizada como Sim quando houve aumento do IMC ≥ 1 kg/m² e Não quando houve a manutenção (alteração não menor ou maior que 1 kg/m² ) ou redução do IMC ≥ 1 kg/m², sendo esta última categoria considerada a de referência. Foram incluídas todas as variáveis independentes no modelo, mantendo a mesma categoria de referência para os dois desfechos: faixa etária (“40-54 anos” como categoria de referência), situação conjugal (“com companheiro(a)” como categoria de referência), cor da pele (“branca/amarela” como categoria de referência), anos de estudo (“9 ou mais” como categoria de referência), classe econômica (“classe A/B” como categoria de referência) e classificação do estado nutricional (“eutrofia” como categoria de referência). As análises foram estratificadas por sexo e realizadas pela Regressão de Poisson com variância robusta, resultados expressos em Risco Relativo (RR) bruto e ajustado, independentemente do valor de p na análise bivariada. O modelo ajustado inclui todas as variáveis sociodemográficas e a classificação do estado nutricional. A avaliação da colinearidade por meio do fator de inflação de variação (FIV) sugeriu não haver dependência entre as variáveis de exposição, com resultados do FIV < 2. Todas as análises foram realizadas pelo programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 19.0.
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População de Estudo e Plano de Amostragem: A população do estudo da linha de base foi constituída por indivíduos de idade igual ou superior a 40 anos, residentes na zona urbana de Cambé, município de médio porte localizado na região metropolitana de Londrina, norte do estado do Paraná. A população total de Cambé era estimada em 92.888 habitantes pela contagem do IBGE no período22. Para o cálculo amostral utilizou-se a ferramenta StatCalc do programa Epi Info® versão 3.5.3. Considerou-se os 30.710 (33,1%) habitantes com 40 anos ou mais de idade, margem de erro de 3%, prevalência do desfecho de 50% e nível de confiança de 95%, resultando em 1.066 indivíduos. Um percentual de 25% foi adicionado à amostra, antecipando possíveis perdas e recusas, totalizando assim 1.332 indivíduos a serem amostrados23. Para a seleção dos participantes foram considerados os 86 setores censitários do município. Prevendo-se uma distribuição proporcional segundo sexo e faixa etária entre os setores, foi necessário ajustar a população para 1.339 indivíduos. Para cada setor foram sorteadas a quadra, esquina e residência inicial das entrevistas e a sequência do percurso foi realizada em sentido anti-horário, com intervalo amostral 1:2. Em domicílios com mais de um morador elegível sorteou-se apenas um para a entrevista. Na linha de base, ocorreram 159 perdas, 93 por recusa e 66 não encontrados após três tentativas de visita domiciliar, totalizando 1.180 entrevistas23. Dos 1.180 entrevistados na linha de base (2011), para o presente estudo foram selecionados os indivíduos de 40 a 64 anos, classificados com eutrofia, sobrepeso ou obesidade, assim, foram excluídos 204 indivíduos por apresentarem idade igual ou superior a 65 anos e 17 por apresentarem baixo peso (IMC < 18,5 kg/m²). Além destas exclusões, ocorreram 12 perdas em função de ausência de dados de peso e/ou altura. Assim, inicialmente foram considerados 947 sujeitos para o seguimento. No seguimento (2015), 216 indivíduos foram considerados perdas, pelos seguintes motivos: mudança de endereço (90), recusas (67), óbitos (39), não encontrados após três tentativas (18), ausência de dados de peso e/ou altura (2), totalizando 731 indivíduos. Buscando diminuir possíveis vieses, foram também excluídos dois participantes com câncer e dois que relataram ter realizado cirurgia bariátrica em quaisquer coletas e, para eliminar os outliers, excluiu-se também 5% dos participantes com maior variação do IMC (kg/m²), 2,5% com maior aumento (19) e 2,5% com maior redução (19). Assim, dos 917 elegíveis para o seguimento, 689 compuseram a amostra final, resultando em uma taxa de perdas de (24,9%). Coleta de Dados e Instrumento: A coleta de dados em 2011 iniciava-se pela apresentação dos entrevistadores, devidamente identificados, seguida de uma explicação sobre o estudo, coleta de informações amostrais e aplicação do instrumento para o participante selecionado23. Em 2015, os mesmos participantes foram inicialmente contatados por telefone para o agendamento da entrevista em domicílio, mas quando este contato não foi possível, foi realizada visita domiciliar. O instrumento utilizado em 2011 e 2015 foi um questionário contendo sete blocos e aferição das medidas antropométricas de peso corporal (kg) e altura (m). O presente estudo utilizou variáveis do bloco de caracterização em 2011 e medidas antropométricas em 2011 e 2015. 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Embora não exista consenso na literatura em relação ao ponto de corte para a definição de redução e aumento do IMC, o presente estudo estabeleceu a variação ≥ 1,0 kg/m², ponto de corte utilizado em outros estudos longitudinais16,25,26,27,28. Além disso, outros trabalhos realizaram simulações, testando o efeito da redução de 1 kg/m² em populações e observam uma potencial redução da prevalência e mortalidade por doenças crônicas não transmissíveis8,18. A variação do IMC foi calculada pela diferença entre o IMC 2015 e o IMC 2011. O resultado foi categorizado em redução do IMC ≥ 1 kg/m², manutenção do IMC (alteração menor que 1 kg/m² para mais ou para menos) e aumento do IMC ≥ 1 kg/m². As variáveis independentes utilizadas foram as características sociodemográficas (faixa etária, situação conjugal, cor da pele, anos de estudo e classe econômica) e a classificação do estado nutricional, sempre considerando as informações da linha de base. A idade foi obtida pela diferença entre data de nascimento e data da entrevista, e foi categorizada nos grupos etários 40-54 anos e 55-64 anos. A situação conjugal foi determinada pela presença de companheiro (casado (a) ou união estável) e sem companheiro (solteiro (a), divorciado (a) ou viúvo (a)). A cor da pele foi autorreferida e categorizada em branco/amarelo e preto/pardo/indígena. A escolaridade refere-se ao último ano de estudo completo, categorizado em 0 a 4, 5 a 8 e 9 ou mais anos de estudo. A classe econômica foi definida pelo critério proposto pela Associação Brasileira de Empresas de Pesquisas (ABEP)29. Em 2011 este critério estabelecia 8 classes econômicas, sendo divididas de acordo com a pontuação obtida em questionário: classe A1: 42 a 46 pontos; classe A2: 35 a 41 pontos; classe B1: 29 a 34 pontos; classe B2: 23 a 28 pontos; classe C1: 18 a 22 pontos; classe C2: 14 a 17 pontos; classe D: 08 a 13 pontos; classe E: 00 a 07 pontos. Estas classes foram agrupadas em A/B e C/D/E. A classificação do estado nutricional foi realizada pelo resultado do cálculo do IMC, obtendo as categorias eutrofia, sobrepeso e obesidade. Processamento e Análise de Dados: No ano de 2011 os dados foram obtidos por meio de formulário impresso, duplamente digitados no programa Microsoft Excel® 2010 e comparados pelo programa Epi Info® versão 3.5.3. Em 2015, aproximadamente dois terços foram coletados por formulário impresso duplamente digitados e comparados pelo software Microsoft Office SpreadSheet Compare®, com correção das discordâncias em consulta ao formulário. O restante foi coletado por formulário eletrônico em tablets, por meio da ferramenta ODK Collect, cujas informações foram armazenadas em formato Excel® no servidor Ona. A análise de comparação entre a amostra do estudo e as perdas segundo características sociodemográficas e classificação do estado nutricional foi realizada pelo teste qui-quadrado de Pearson, indicando a frequência absoluta, relativa e p-valor. A análise descritiva das características sociodemográficas segundo o sexo foi apresentada por meio de frequência absoluta e relativa. As frequências de variação e manutenção do IMC entre os dois períodos foram estratificadas por sexo e apresentadas no total e segundo a classificação do estado nutricional (eutrofia, sobrepeso e obesidade) na linha de base, indicadas por frequência absoluta, relativa e intervalo de confiança (IC) 95%. Para as análises de associação, a variável dependente “redução do IMC” foi categorizada como Sim, quando ocorreu redução do IMC ≥ 1 kg/m² e Não, quando ocorreu manutenção (alteração não menor ou maior que 1 kg/m² ) ou aumento do IMC ≥ 1 kg/m², sendo considerado o Não como a categoria de referência. Já a variável dependente “aumento do IMC” foi categorizada como Sim quando houve aumento do IMC ≥ 1 kg/m² e Não quando houve a manutenção (alteração não menor ou maior que 1 kg/m² ) ou redução do IMC ≥ 1 kg/m², sendo esta última categoria considerada a de referência. Foram incluídas todas as variáveis independentes no modelo, mantendo a mesma categoria de referência para os dois desfechos: faixa etária (“40-54 anos” como categoria de referência), situação conjugal (“com companheiro(a)” como categoria de referência), cor da pele (“branca/amarela” como categoria de referência), anos de estudo (“9 ou mais” como categoria de referência), classe econômica (“classe A/B” como categoria de referência) e classificação do estado nutricional (“eutrofia” como categoria de referência). 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Apesar de não terem sido os mesmos entrevistadores que realizaram a coleta nos dois momentos, os pesquisadores principais se mantiveram e participaram de ambos os treinamentos. Na linha de base foi realizado estudo piloto em um bairro de uma cidade vizinha de Cambé, que visou o pré-teste do instrumento de coleta de dados, o treinamento da aferição das medidas antropométricas, a análise preliminar da proporção de recusas e a correção do instrumento23. No seguimento houve pré-teste do instrumento de coleta atualizado, entre conhecidos e parentes na faixa etária do estudo, e treinamento e padronização das técnicas de medidas antropométricas. Descrição das Variáveis: Para a classificação do estado nutricional utilizou-se o IMC, calculado pela razão entre o peso (kg) e a altura (m²) ao quadrado, classificando adultos em baixo peso (< 18,5 kg/m²), eutrofia (18,5 - 24,9 kg/m²), sobrepeso (25 - 29,9 kg/m²) e obesidade (≥ 30 kg/m²)6. O estudo analisou dois desfechos: a incidência de redução e de aumento do IMC após quatro anos de acompanhamento. Embora não exista consenso na literatura em relação ao ponto de corte para a definição de redução e aumento do IMC, o presente estudo estabeleceu a variação ≥ 1,0 kg/m², ponto de corte utilizado em outros estudos longitudinais16,25,26,27,28. Além disso, outros trabalhos realizaram simulações, testando o efeito da redução de 1 kg/m² em populações e observam uma potencial redução da prevalência e mortalidade por doenças crônicas não transmissíveis8,18. A variação do IMC foi calculada pela diferença entre o IMC 2015 e o IMC 2011. O resultado foi categorizado em redução do IMC ≥ 1 kg/m², manutenção do IMC (alteração menor que 1 kg/m² para mais ou para menos) e aumento do IMC ≥ 1 kg/m². As variáveis independentes utilizadas foram as características sociodemográficas (faixa etária, situação conjugal, cor da pele, anos de estudo e classe econômica) e a classificação do estado nutricional, sempre considerando as informações da linha de base. A idade foi obtida pela diferença entre data de nascimento e data da entrevista, e foi categorizada nos grupos etários 40-54 anos e 55-64 anos. A situação conjugal foi determinada pela presença de companheiro (casado (a) ou união estável) e sem companheiro (solteiro (a), divorciado (a) ou viúvo (a)). A cor da pele foi autorreferida e categorizada em branco/amarelo e preto/pardo/indígena. A escolaridade refere-se ao último ano de estudo completo, categorizado em 0 a 4, 5 a 8 e 9 ou mais anos de estudo. A classe econômica foi definida pelo critério proposto pela Associação Brasileira de Empresas de Pesquisas (ABEP)29. Em 2011 este critério estabelecia 8 classes econômicas, sendo divididas de acordo com a pontuação obtida em questionário: classe A1: 42 a 46 pontos; classe A2: 35 a 41 pontos; classe B1: 29 a 34 pontos; classe B2: 23 a 28 pontos; classe C1: 18 a 22 pontos; classe C2: 14 a 17 pontos; classe D: 08 a 13 pontos; classe E: 00 a 07 pontos. Estas classes foram agrupadas em A/B e C/D/E. A classificação do estado nutricional foi realizada pelo resultado do cálculo do IMC, obtendo as categorias eutrofia, sobrepeso e obesidade. Processamento e Análise de Dados: No ano de 2011 os dados foram obtidos por meio de formulário impresso, duplamente digitados no programa Microsoft Excel® 2010 e comparados pelo programa Epi Info® versão 3.5.3. Em 2015, aproximadamente dois terços foram coletados por formulário impresso duplamente digitados e comparados pelo software Microsoft Office SpreadSheet Compare®, com correção das discordâncias em consulta ao formulário. O restante foi coletado por formulário eletrônico em tablets, por meio da ferramenta ODK Collect, cujas informações foram armazenadas em formato Excel® no servidor Ona. A análise de comparação entre a amostra do estudo e as perdas segundo características sociodemográficas e classificação do estado nutricional foi realizada pelo teste qui-quadrado de Pearson, indicando a frequência absoluta, relativa e p-valor. A análise descritiva das características sociodemográficas segundo o sexo foi apresentada por meio de frequência absoluta e relativa. As frequências de variação e manutenção do IMC entre os dois períodos foram estratificadas por sexo e apresentadas no total e segundo a classificação do estado nutricional (eutrofia, sobrepeso e obesidade) na linha de base, indicadas por frequência absoluta, relativa e intervalo de confiança (IC) 95%. Para as análises de associação, a variável dependente “redução do IMC” foi categorizada como Sim, quando ocorreu redução do IMC ≥ 1 kg/m² e Não, quando ocorreu manutenção (alteração não menor ou maior que 1 kg/m² ) ou aumento do IMC ≥ 1 kg/m², sendo considerado o Não como a categoria de referência. Já a variável dependente “aumento do IMC” foi categorizada como Sim quando houve aumento do IMC ≥ 1 kg/m² e Não quando houve a manutenção (alteração não menor ou maior que 1 kg/m² ) ou redução do IMC ≥ 1 kg/m², sendo esta última categoria considerada a de referência. Foram incluídas todas as variáveis independentes no modelo, mantendo a mesma categoria de referência para os dois desfechos: faixa etária (“40-54 anos” como categoria de referência), situação conjugal (“com companheiro(a)” como categoria de referência), cor da pele (“branca/amarela” como categoria de referência), anos de estudo (“9 ou mais” como categoria de referência), classe econômica (“classe A/B” como categoria de referência) e classificação do estado nutricional (“eutrofia” como categoria de referência). As análises foram estratificadas por sexo e realizadas pela Regressão de Poisson com variância robusta, resultados expressos em Risco Relativo (RR) bruto e ajustado, independentemente do valor de p na análise bivariada. O modelo ajustado inclui todas as variáveis sociodemográficas e a classificação do estado nutricional. A avaliação da colinearidade por meio do fator de inflação de variação (FIV) sugeriu não haver dependência entre as variáveis de exposição, com resultados do FIV < 2. Todas as análises foram realizadas pelo programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 19.0.
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