Análise do impacto do tráfico ilegal sobre os psitacídeos brasileiros

• Autor(a) principal: Oliveira, Thaís Guimarães de
• Data de Publicação: 2008
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UCB
• Texto Completo: https://repositorio.ucb.br:9443/jspui/handle/123456789/12323
• topic: CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS; Psittacidae; Tráfico ilegal; Conservação

O tráfico de animais silvestres é a terceira maior atividade ilícita do mundo, depois do de armas e de drogas. Estima-se que cerca de 12 milhões de animais silvestres sejam contrabandeados anualmente. O Brasil participa com cerca de 5 a 15% do total mundial, sendo que 82% são aves. Entre as aves brasileiras, os psitacídeos se destacam nas estatísticas oficiais. Das 73 espécies que ocorrem no Brasil, cerca de 20% encontram-se na lista oficial do IBAMA de espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção e muitos pesquisadores consideram que o tráfico ilegal seja uma das principais ameaças a essas espécies. Contudo, não existe um levantamento quantitativo do impacto dessa atividade sobre as populações naturais. O objetivo deste trabalho foi avaliar o impacto do tráfico ilegal de animais silvestres sobre os psitacídeos brasileiros pela análise dos relatórios anuais produzidos pelos Centros de Triagem de Animais Silvestres (CETAS/IBAMA). A coleta de dados foi realizada por intermédio de pesquisas em 47 relatórios dos Centros de Triagem de Animais Silvestres – CETAS enviados para o IBAMA, no período de 2004 a 2006 em diferentes Estados do Brasil. Foi contabilizado o somatório de 5.654 psitacídeos capturados, distribuídos em 18 gêneros e 57 espécies das quais duas exóticas. Entre as 55 espécies que foram capturadas que ocorrem no território brasileiro, sete estão na lista de espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção. As aves são dos gêneros Amazona e Aratinga, os mais apreendidos nos anos analisados. As espécies com maior número de indivíduos capturados em 2004 foram: Amazona rhodocorhyta (397) e Aratinga aurea (252); em 2005 foram: Amazona aestiva (364) e Aratinga aurea (145) e em 2006 foram Aratinga cactorum (321) e Amazona aestiva (305). Com base na análise dos relatórios dos CETAS foi possível identificar as espécies que foram mais capturadas na natureza e em quais Estados essa atividade foi mais intensa em cada ano.Em 2004, Espírito Santo, 2005 Distrito Federal e 2006 Bahia. Essas informações podem ser extremamente relevantes para auxiliar os órgãos oficiais competentes no direcionamento de estratégias de combate ao tráfico de animais silvestres e na elaboração de estratégia de conservação para as espécies ameaçadas de extinção.