Uma breve análise arqueológica foucaultiana da escola integral // DOI: 10.18226/21784612.v24.e019037

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Torres, Milton Luiz
Data de Publicação: 2019
Outros Autores: Santos, Aimê Heloína Cândido da Silva
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Conjectura: filosofia e educação
Texto Completo: http://www.ucs.br/etc/revistas/index.php/conjectura/article/view/7236
Resumo: O presente estudo analisa a Lei de Diretrizes e Bases, o Plano Nacional de Educação e o Programa Mais Educação São Paulo, especificamente as partes que tratam da política curricular da ampliação da jornada de aulas na rede pública de ensino de São Paulo, conhecida como escola integral. Metodologia: A análise se dá a partir da perspectiva arqueológica de Michel Foucault, sua terminologia e análise discursiva. Objetivo: O objetivo da pesquisa foi valer-se da contribuição do filósofo e de sua analítica para a leitura crítica e ponderada de documentos educacionais oficiais. Os documentos foram analisados sob a luz dos pressupostos que alicerçam seus objetivos e concepções, mas principalmente sob a perspectiva da analítica arqueológica. A metodologia contemplou, portanto, a análise das regularidades (homogeneidades, continuidades e identidades), contradições (intrínsecas, extrínsecas e derivadas), comparações (isomorfismos, modelos, isótopos e correlações) e transformações (permanências, repetições e descontinuidades) dos três documentos fundantes da escola integral. Resultados: A leitura arqueológica de três documentos da escola integral revelou que a proposta é, de certa forma, totalizante, no sentido de que apresenta a escola integral como supostamente detentora de enorme poder de transformação social, política e educacional. Revelou, além disso, que a proposta tem características paliativas, no sentido de que a escola integral é apresentada como panaceia, quando, de fato, não parece funcionar efetivamente em todos os casos, circunstâncias e objetos, como os documentos presumem. Mostrou ainda que a proposta padece, entre outras coisas, de contradições intrínsecas, extrínsecas e derivadas. Finalmente, revelou que a proposta hierarquiza saberes, nem sempre tem aplicação prática e assume, às vezes, contornos demagógicos. O discurso da escola de tempo integral parece trair a ideia de que o tempo proporciona uma espécie de controle regimental sobre os outros. Fala-se de mais tempo na escola como se isto significasse automaticamente mais qualidade no ensino. Conclusão: Concluímos, portanto, que a proposta da escola em tempo integral esvazia a discussão de uma consideração mais atenta à qualidade das políticas educacionais como um todo, especialmente as curriculares.Palavras-chave: Foucault. Arqueologia do saber. Políticas públicas. Escolaintegral.
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