Frequência de alimentação em confinamento e métodos de pendura de carcaça na produção de carne ovina

• Autor(a) principal: Camila Constantino
• Data de Publicação: 2015
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEL
• Texto Completo: http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000202164

Foram realizados dois experimentos, com cordeiros machos e fêmeas e com ovelhas de descarte. O objetivo foi avaliar o desempenho produtivo, comportamento, carcaça e carne de ovinos sob três frequências de alimentação e avaliar dois tipos de pendura da carcaça e seus efeitos sobre quatro diferentes músculos. Os experimentos foram realizados na Fazenda Escola, Laboratório de Análises de Produtos de Origem Animal e em um Frigorífico comercial. Foram utilizados 36 cordeiros, sendo 18 machos e 18 fêmeas, e 18 ovelhas de descarte. Todos os animais eram ½ Texel + ½ SRD. O delineamento do experimento com os cordeiros foi completamente casualizado em esquema fatorial, com três frequências de alimentação (uma, duas ou três vezes ao dia), dois sexos e dois tipos de pendura (tendão calcâneo ou foramen pélvico). Também foram avaliados os efeitos da pendura sobre quatro diferentes músculos (longissimus dorsi, gluteus biceps, semitendinosus e triceps brachii). O experimento das ovelhas foi semelhante, apenas retirado o fatorial do sexo. Os cordeiros foram abatidos com peso de 36,0 ± 5,01 kg e as ovelhas com escore 3,03 ± 0,69. O desempenho produtivo dos cordeiros e ovelhas não foi influenciado pela frequência de alimentação, mesmo com algumas alterações no comportamento dos cordeiros. Os cordeiros apresentaram ganho médio diário de 225 g, contra 282 g das ovelhas. A conversão alimentar dos cordeiros foi melhor que a das ovelhas, 3,89, contra 5,46, respectivamente. Os parâmetros de avaliação da carcaça também não foram influenciados pela frequência de alimentação, tanto nos cordeiros, quanto nas ovelhas. Os cordeiros apresentaram carcaças com 56,98% de rendimento verdadeiro, contra 52,32% das ovelhas. Os cordeiros machos obtiveram melhor desempenho, e apresentaram maior proporção de parte comestível, as fêmeas apresentaram carne mais vermelha e com maior oxidação lipídica. Quanto aos hamburgueres, o com carne de fêmeas apresentou melhor aceitação do que com carne de macho. A avaliação do longissimus dorsi mostrou L* de 41,71 e 40,21, a* de 14,44 e 13,16 e b* de 9,72 e 9,49, para cordeiros e ovelhas, respectivamente. A força de cisalhamento de 2,38 e 4,43 kgf, para cordeiros e ovelhas, classifica a carne como macia e moderadamente macia, respectivamente. O gluteo biceps teve sua maciez modificada pelo método de pendura, onde a carne da pendura pelo foramen teve menor força de cisalhamento e maior índice de fragmentação miofibrilar. Na carne dos cordeiros foi observada correlação entre força de cisalhamento e perda de água na cocção, na carne das ovelhas foi observada correlação entre hidroxiprolina e força de cisalhamento. Na avaliação sensorial do longissimus dorsi, a carne da pendura pelo foramen foi mais macia e suculenta do que a carne da pendura pelo tendão. Nas condições nutricionais e de alojamento (baias duplas para cordeiros e simples para ovelhas) utilizadas, recomenda-se alimentação uma vez ao dia visando redução de custos. Os animais machos apresentam melhor desempenho e produção de carne, porém a carne de animais fêmeas apresentam melhores características sensoriais. A pendura da carcaça pelo foramen pélvico melhora a maciez da carne de cordeiros e ovelhas.