Prevalência de trauma facial em vítimas de acidente de transporte terrestre e fatores associados

• Autor(a) principal: Nóbrega, Lorena Marques da
• Data de Publicação: 2013
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEPB
• Texto Completo: http://tede.bc.uepb.edu.br/tede/jspui/handle/tede/2119
• topic: Lesão facial; Traumatologia; Lesão maxilofacial; Trauma facial; Facial injuries; Traumatology; Maxillofacial injuries; CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::ODONTOLOGIA

Os acidentes de transporte terrestre (ATT), são considerados um grave problema de saúde pública mundial, pois causam mortes, incapacidades e traumas, incluindo nesse segmento os traumas faciais. Tendo em vista à importância assumida pelos ATT nesses traumas, foi objetivo desse estudo avaliar a prevalência e os fatores associados ao trauma facial, nas vítimas deste tipo de violência. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo transversal censitário realizado m 2.570 laudos médico-odontológicos do período de Janeiro de 2008 a Dezembro de 2011 em núcleo de medicina e odontologia forense que referência para 23 cidades. A análise dos dados foi realizada utilizando o programa Statistical Package for Social Sciences e incluiu distribuição de frequência e análise descritiva para os fatores socioeconômicos, características do ATT e lesões faciais e corporais, e analítica mediante uso de teste qui-quadrado e regressão de Poisson. RESULTADOS: A média de idade das vítimas foi de 34,38 anos (DP = 15,00 anos). A proporção de homens para mulheres de 3,5:1. A maioria não possuía companheiro (56,5%), tinha até 8 anos de estudo (55,7%), não era assalariado (52,1%) e residia na região metropolitana (51,6). Em relação aos dados sobre o acidente: os acidentes motociclísticos tiveram maior prevalência (67,8%), ocorreram no período diurno (55,8%) e nos dias úteis (62,9%). As lesões faciais ocorreram em 421 vítimas (16,4%), sendo o politraumatismo facial o mais prevalente (44,3%), assim como os traumas de tecido mole (57,5%). A região do corpo mais atingida foram os membros superior e inferior - (37,6%) seguido de traumas associados (28,9%) e de cabeça (12,1%). Uma associação estatisticamente significativa foi encontrada entre a presença de trauma facial (presente/ausente) e a faixa etária, moradia, situação conjugal, escolaridade, trabalho da vítima, o tipo de acidente, dia da semana e período do dia. O modelo multivariado final da regressão hierárquica de Poisson foi composto de quatro co-variáveis: moradia, escolaridade, tipo de acidente e período do dia. Indivíduos que moram na região adjacente (RP=1,41, 95% IC: 1,02-1,96, p=0,038), nas cidades além dessa região (RP=1,50, 95% IC: 1,10-2,26, p=0,010), acidentes ocorridos no período noturno (RP=1,42, 95% IC: 1,10-1,84, p=0,007) e vítimas que tem até 9 anos de idade (RP=2,31, 95% IC: 1,03-5,17, p=0,041) têm maior prevalência de durante um acidente de terem trauma facial. Já as vítimas de acidente motociclístico têm menor prevalência de trauma facial do que os automobilísticos (RP=0,59, 95% IC: 0,44-0.89, p=0,001). CONCLUSÃO: O estudo evidenciou fatores associados ao trauma facial, possibilitando o direcionamento de políticas públicas de saúde, a fim de prevenir e diminuir a prevalência dos traumas faciais decorrentes de acidente de transporte terrestre, principalmente naqueles grupos de maior risco: vítimas de acidente automobilístico, moradores da região adjacente e além desta, com 9 anos de idade ou menos, e acidentes ocorridos no período noturno.