Por uma filosofia do presente: em torno da pandemia, da reificação do tempo e de uma utopia do tempo que vem

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fernandes, Paulo Emílio de Paiva Bonillo
Data de Publicação: 2021
Outros Autores: Fernandes, Andre de Paiva Bonillo
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Ekstasis: Revista de Hermenêutica e Fenomenologia
Texto Completo: https://www.e-publicacoes.uerj.br/Ekstasis/article/view/56747
Resumo: Ao longo dos últimos cinco anos, rematados pela pandemia causada pela covid-19, vem se impondo de modo ineludível o cunho que marca a condição geral da civilização ocidental globalizada: a exaustão, o esgotamento – não só dos recursos naturais, mas também dos psíquicos. Antes de mais nada, o ano de 2020 representa o fastígio de uma crise da pólis, não da phýsis. Cumpre, aqui, focalizar as implicações que a crise da covid-19 faculta à experiência do tempo vivido. Para tanto, propõe-se investigar a relação de subordinação entre as categorias do trabalho e do tempo que se dá no interior do capitalismo contemporâneo. Conforme, de um lado, o trabalho, em sua configuração imaterial, invade mais ostensivamente as esferas da subjetividade e da cultura, e, de outro, a semiotização das mercadorias (Cazeloto) as reveste sobremaneira de um valor de culto (Han), as dinâmicas de acumulação e aceleração, cuja imagem mais bem acabada talvez seja a das trocas de sinais da infosfera, se infundem na vivência do tempo e a colonizam. Conclui-se que, na contramão desta caracterização da vida nua contemporânea (Han), tendo como horizonte a instituição de uma imaginação política renovada, que se desvencilhe da colonização do imaginário operada pelo capitalismo em sua forma atual, será preciso ter em conta o papel que cabe à poética, entendida como espaço de exercício da linguagem que escapa à governança levada a cabo pelo agenciamento maquínico das relações socioeconômicas ensejadas pela financeirização digital.
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