Um comerciante lê livros: negócios e cultura escrita no interior da América portuguesa
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2021 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista Maracanan (Online) |
Texto Completo: | https://www.e-publicacoes.uerj.br/maracanan/article/view/59459 |
Resumo: | As minas de Cuiabá foram descobertas nas décadas iniciais do século XVIII no oeste da América portuguesa, para além da linha de Tordesilhas, e para lá se dirigiram milhares de colonos e reinóis em busca de enriquecimento. Ao longo dos anos de 1730 e 1740, comerciantes e sertanistas que atuavam na região com negócios, mineração, criação de gado e estabelecimento de sesmarias enviaram demandas de natureza diversa às autoridades locais e metropolitanas a fim de alcançarem vantagens no processo de ocupação do território. Nesse artigo, analisaremos um requerimento encabeçado pelo homem de negócio Luis Rodrigues Vilares, dirigido ao Senado da Câmara da Vila Real do Cuiabá em 1735, com vistas a se obter autorização para o comércio de cavalos com os indígenas Guaykuru para introdução dos animais nas minas de Cuiabá. Os signatários recorreram a ordens régias, bandos, regimentos coloniais, tratados de limites, compêndio de efemérides e obras de autores como padre Simão de Vasconcelos e padre Antônio Vieira para fundamentar sua solicitação. Buscaremos discutir, por um lado, os contextos de produção e circulação do manuscrito e sua trajetória custodial e, por outro, a circulação de livros e ideias nos sertões da América portuguesa, procurando captar as formas de apropriação dos conteúdos das fontes impressas mobilizadas. As demandas dos peticionários evidenciam que o grupo mercantil a que pertenciam bem soube se inserir na organização do Império lusitano, fazendo chegar às instâncias administrativas coloniais e régias o conhecimento de seus interesses em razão do domínio sobre os meandros da cultura escrita. |
id |
UERJ-19_1d830514c4b6a7700c4bd9d36242fe84 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:ojs.www.e-publicacoes.uerj.br:article/59459 |
network_acronym_str |
UERJ-19 |
network_name_str |
Revista Maracanan (Online) |
repository_id_str |
|
spelling |
Um comerciante lê livros: negócios e cultura escrita no interior da América portuguesacomérciocultura escritacultura materialAmérica portuguesaAs minas de Cuiabá foram descobertas nas décadas iniciais do século XVIII no oeste da América portuguesa, para além da linha de Tordesilhas, e para lá se dirigiram milhares de colonos e reinóis em busca de enriquecimento. Ao longo dos anos de 1730 e 1740, comerciantes e sertanistas que atuavam na região com negócios, mineração, criação de gado e estabelecimento de sesmarias enviaram demandas de natureza diversa às autoridades locais e metropolitanas a fim de alcançarem vantagens no processo de ocupação do território. Nesse artigo, analisaremos um requerimento encabeçado pelo homem de negócio Luis Rodrigues Vilares, dirigido ao Senado da Câmara da Vila Real do Cuiabá em 1735, com vistas a se obter autorização para o comércio de cavalos com os indígenas Guaykuru para introdução dos animais nas minas de Cuiabá. Os signatários recorreram a ordens régias, bandos, regimentos coloniais, tratados de limites, compêndio de efemérides e obras de autores como padre Simão de Vasconcelos e padre Antônio Vieira para fundamentar sua solicitação. Buscaremos discutir, por um lado, os contextos de produção e circulação do manuscrito e sua trajetória custodial e, por outro, a circulação de livros e ideias nos sertões da América portuguesa, procurando captar as formas de apropriação dos conteúdos das fontes impressas mobilizadas. As demandas dos peticionários evidenciam que o grupo mercantil a que pertenciam bem soube se inserir na organização do Império lusitano, fazendo chegar às instâncias administrativas coloniais e régias o conhecimento de seus interesses em razão do domínio sobre os meandros da cultura escrita.Universidade do Estado do Rio de Janeiro2021-11-17info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionArtigo avaliado pelos paresapplication/pdfhttps://www.e-publicacoes.uerj.br/maracanan/article/view/5945910.12957/revmar.2021.59459Revista Maracanan; n. 28 (2021): Saberes e poderes no universo ibérico: discursos da cultura escrita na modernidade (Séculos XVI-XIX); 141 - 1722359-00921807-989Xreponame:Revista Maracanan (Online)instname:Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)instacron:UERJporhttps://www.e-publicacoes.uerj.br/maracanan/article/view/59459/39898Copyright (c) 2021 Revista Maracananinfo:eu-repo/semantics/openAccessBorrego, Maria Aparecida de MenezesSouza, Jean Gomes de2023-01-30T19:52:25Zoai:ojs.www.e-publicacoes.uerj.br:article/59459Revistahttp://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/maracananPUBhttps://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/maracanan/oairevista.maracanan@gmail.com||revista.maracanan@gmail.com2359-00921807-989Xopendoar:2023-01-30T19:52:25Revista Maracanan (Online) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Um comerciante lê livros: negócios e cultura escrita no interior da América portuguesa |
title |
Um comerciante lê livros: negócios e cultura escrita no interior da América portuguesa |
spellingShingle |
Um comerciante lê livros: negócios e cultura escrita no interior da América portuguesa Borrego, Maria Aparecida de Menezes comércio cultura escrita cultura material América portuguesa |
title_short |
Um comerciante lê livros: negócios e cultura escrita no interior da América portuguesa |
title_full |
Um comerciante lê livros: negócios e cultura escrita no interior da América portuguesa |
title_fullStr |
Um comerciante lê livros: negócios e cultura escrita no interior da América portuguesa |
title_full_unstemmed |
Um comerciante lê livros: negócios e cultura escrita no interior da América portuguesa |
title_sort |
Um comerciante lê livros: negócios e cultura escrita no interior da América portuguesa |
author |
Borrego, Maria Aparecida de Menezes |
author_facet |
Borrego, Maria Aparecida de Menezes Souza, Jean Gomes de |
author_role |
author |
author2 |
Souza, Jean Gomes de |
author2_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Borrego, Maria Aparecida de Menezes Souza, Jean Gomes de |
dc.subject.por.fl_str_mv |
comércio cultura escrita cultura material América portuguesa |
topic |
comércio cultura escrita cultura material América portuguesa |
description |
As minas de Cuiabá foram descobertas nas décadas iniciais do século XVIII no oeste da América portuguesa, para além da linha de Tordesilhas, e para lá se dirigiram milhares de colonos e reinóis em busca de enriquecimento. Ao longo dos anos de 1730 e 1740, comerciantes e sertanistas que atuavam na região com negócios, mineração, criação de gado e estabelecimento de sesmarias enviaram demandas de natureza diversa às autoridades locais e metropolitanas a fim de alcançarem vantagens no processo de ocupação do território. Nesse artigo, analisaremos um requerimento encabeçado pelo homem de negócio Luis Rodrigues Vilares, dirigido ao Senado da Câmara da Vila Real do Cuiabá em 1735, com vistas a se obter autorização para o comércio de cavalos com os indígenas Guaykuru para introdução dos animais nas minas de Cuiabá. Os signatários recorreram a ordens régias, bandos, regimentos coloniais, tratados de limites, compêndio de efemérides e obras de autores como padre Simão de Vasconcelos e padre Antônio Vieira para fundamentar sua solicitação. Buscaremos discutir, por um lado, os contextos de produção e circulação do manuscrito e sua trajetória custodial e, por outro, a circulação de livros e ideias nos sertões da América portuguesa, procurando captar as formas de apropriação dos conteúdos das fontes impressas mobilizadas. As demandas dos peticionários evidenciam que o grupo mercantil a que pertenciam bem soube se inserir na organização do Império lusitano, fazendo chegar às instâncias administrativas coloniais e régias o conhecimento de seus interesses em razão do domínio sobre os meandros da cultura escrita. |
publishDate |
2021 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2021-11-17 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion Artigo avaliado pelos pares |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://www.e-publicacoes.uerj.br/maracanan/article/view/59459 10.12957/revmar.2021.59459 |
url |
https://www.e-publicacoes.uerj.br/maracanan/article/view/59459 |
identifier_str_mv |
10.12957/revmar.2021.59459 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
https://www.e-publicacoes.uerj.br/maracanan/article/view/59459/39898 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Copyright (c) 2021 Revista Maracanan info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Copyright (c) 2021 Revista Maracanan |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro |
dc.source.none.fl_str_mv |
Revista Maracanan; n. 28 (2021): Saberes e poderes no universo ibérico: discursos da cultura escrita na modernidade (Séculos XVI-XIX); 141 - 172 2359-0092 1807-989X reponame:Revista Maracanan (Online) instname:Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) instacron:UERJ |
instname_str |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) |
instacron_str |
UERJ |
institution |
UERJ |
reponame_str |
Revista Maracanan (Online) |
collection |
Revista Maracanan (Online) |
repository.name.fl_str_mv |
Revista Maracanan (Online) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) |
repository.mail.fl_str_mv |
revista.maracanan@gmail.com||revista.maracanan@gmail.com |
_version_ |
1789802342743277568 |