Judicialização e subpolítica médica
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2020 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Physis (Online) |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-73312020000100612 |
Resumo: | Resumo O objetivo deste artigo é discutir o fenômeno da judicialização e a subpolítica médica na contemporaneidade. A judicialização é identificada como o envolvimento do Poder Judiciário na esfera política na tutela de interesses individuais, como uma interferência no planejamento das políticas públicas. As decisões judiciais acabariam definindo políticas, à margem do modelo democrático da modernidade industrial. Diversas pesquisas defendem que o Judiciário tende a atender estas demandas, evocadas sob o fundamento da garantia da saúde e vida, abalizadas pelas normas de direito constitucional à saúde e profissionais médicos. Mas a judicialização pode ser também caracterizada como eco de um processo reflexivo da modernidade, no qual direitos fundamentais estabelecidos potencializam uma nova cultura política. Os cidadãos utilizam meios não tradicionais de intervenção e controle público e judicial, buscando defender seus interesses e direitos. O próprio fundamento fático das demandas é construído reflexivamente pelo saber médico, impermeável a formas tradicionais de controle externo. Isto gera uma judicialização pautada pela medicina e favorece a expansão do campo de atuação médica, e do mercado e pesquisa para a indústria médico-hospitalar e farmacêutica. Tanto sociedade como Estado acabam sendo obrigados a recorrer a normas e conhecimentos medicinalmente constituídos e monopolizados, em uma estratégia reflexiva de mercado. |
id |
UERJ-3_37fdbc5cfad3559f26d9c6855d55706a |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:scielo:S0103-73312020000100612 |
network_acronym_str |
UERJ-3 |
network_name_str |
Physis (Online) |
repository_id_str |
|
spelling |
Judicialização e subpolítica médicajudicializaçãomedicalizaçãoindividualização subpolítica médicasociedade de riscoSaúde PúblicaResumo O objetivo deste artigo é discutir o fenômeno da judicialização e a subpolítica médica na contemporaneidade. A judicialização é identificada como o envolvimento do Poder Judiciário na esfera política na tutela de interesses individuais, como uma interferência no planejamento das políticas públicas. As decisões judiciais acabariam definindo políticas, à margem do modelo democrático da modernidade industrial. Diversas pesquisas defendem que o Judiciário tende a atender estas demandas, evocadas sob o fundamento da garantia da saúde e vida, abalizadas pelas normas de direito constitucional à saúde e profissionais médicos. Mas a judicialização pode ser também caracterizada como eco de um processo reflexivo da modernidade, no qual direitos fundamentais estabelecidos potencializam uma nova cultura política. Os cidadãos utilizam meios não tradicionais de intervenção e controle público e judicial, buscando defender seus interesses e direitos. O próprio fundamento fático das demandas é construído reflexivamente pelo saber médico, impermeável a formas tradicionais de controle externo. Isto gera uma judicialização pautada pela medicina e favorece a expansão do campo de atuação médica, e do mercado e pesquisa para a indústria médico-hospitalar e farmacêutica. Tanto sociedade como Estado acabam sendo obrigados a recorrer a normas e conhecimentos medicinalmente constituídos e monopolizados, em uma estratégia reflexiva de mercado.PHYSIS - Revista de Saúde Coletiva2020-01-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-73312020000100612Physis: Revista de Saúde Coletiva v.30 n.1 2020reponame:Physis (Online)instname:Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)instacron:UERJ10.1590/s0103-73312020300115info:eu-repo/semantics/openAccessLeão,Thiago MarquesIanni,Aurea Maria Zöllnerpor2020-09-21T00:00:00Zoai:scielo:S0103-73312020000100612Revistahttp://www.scielo.br/physishttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.php||publicacoes@ims.uerj.br1809-44810103-7331opendoar:2020-09-21T00:00Physis (Online) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Judicialização e subpolítica médica |
title |
Judicialização e subpolítica médica |
spellingShingle |
Judicialização e subpolítica médica Leão,Thiago Marques judicialização medicalização individualização subpolítica médica sociedade de risco Saúde Pública |
title_short |
Judicialização e subpolítica médica |
title_full |
Judicialização e subpolítica médica |
title_fullStr |
Judicialização e subpolítica médica |
title_full_unstemmed |
Judicialização e subpolítica médica |
title_sort |
Judicialização e subpolítica médica |
author |
Leão,Thiago Marques |
author_facet |
Leão,Thiago Marques Ianni,Aurea Maria Zöllner |
author_role |
author |
author2 |
Ianni,Aurea Maria Zöllner |
author2_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Leão,Thiago Marques Ianni,Aurea Maria Zöllner |
dc.subject.por.fl_str_mv |
judicialização medicalização individualização subpolítica médica sociedade de risco Saúde Pública |
topic |
judicialização medicalização individualização subpolítica médica sociedade de risco Saúde Pública |
description |
Resumo O objetivo deste artigo é discutir o fenômeno da judicialização e a subpolítica médica na contemporaneidade. A judicialização é identificada como o envolvimento do Poder Judiciário na esfera política na tutela de interesses individuais, como uma interferência no planejamento das políticas públicas. As decisões judiciais acabariam definindo políticas, à margem do modelo democrático da modernidade industrial. Diversas pesquisas defendem que o Judiciário tende a atender estas demandas, evocadas sob o fundamento da garantia da saúde e vida, abalizadas pelas normas de direito constitucional à saúde e profissionais médicos. Mas a judicialização pode ser também caracterizada como eco de um processo reflexivo da modernidade, no qual direitos fundamentais estabelecidos potencializam uma nova cultura política. Os cidadãos utilizam meios não tradicionais de intervenção e controle público e judicial, buscando defender seus interesses e direitos. O próprio fundamento fático das demandas é construído reflexivamente pelo saber médico, impermeável a formas tradicionais de controle externo. Isto gera uma judicialização pautada pela medicina e favorece a expansão do campo de atuação médica, e do mercado e pesquisa para a indústria médico-hospitalar e farmacêutica. Tanto sociedade como Estado acabam sendo obrigados a recorrer a normas e conhecimentos medicinalmente constituídos e monopolizados, em uma estratégia reflexiva de mercado. |
publishDate |
2020 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2020-01-01 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-73312020000100612 |
url |
http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-73312020000100612 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
10.1590/s0103-73312020300115 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
text/html |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
PHYSIS - Revista de Saúde Coletiva |
publisher.none.fl_str_mv |
PHYSIS - Revista de Saúde Coletiva |
dc.source.none.fl_str_mv |
Physis: Revista de Saúde Coletiva v.30 n.1 2020 reponame:Physis (Online) instname:Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) instacron:UERJ |
instname_str |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) |
instacron_str |
UERJ |
institution |
UERJ |
reponame_str |
Physis (Online) |
collection |
Physis (Online) |
repository.name.fl_str_mv |
Physis (Online) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) |
repository.mail.fl_str_mv |
||publicacoes@ims.uerj.br |
_version_ |
1750309034096852992 |