Seringueiros do Médio Solimões: fragmentos e memórias de vida e trabalho

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Marinho, José Lino do Nascimento
Data de Publicação: 2013
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/5497619506698689
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAM
Texto Completo: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/2288
Resumo: Este estudo assume o propósito de desvendar o espaço simbólico do seringal enquanto expressão da sociabilidade e representação imaterial do cotidiano vivido, sem deixar de fazer o registro da resistência política dos seringueiros na Amazônia, especificamente daqueles residentes no município de Tefé, no Amazonas. O tema seringal é tomado neste estudo não só como o lugar de exploração econômica, mas e, sobretudo, como o lugar da experiência vivida, das festas, do imaginário, do cenário de pessoas que fazem história neste território das águas. O vivido é percebido por meio das narrações dos sujeitos da pesquisa como o lugar onde se constituiu a experiência individual e coletiva envolvendo as festas, as crenças, as emoções da vida, o trabalho. A nossa intenção consistiu em procurar sabermos de que forma ocorreu a subjetivação do seringueiro em meio às agruras opressivas do seringal. A metodologia da memória é assumida aqui na relação com a experiência vivida no seringal e na cidade de Tefé, tendo em vista o processo de deslocamento geográfico. A trilha metodológica assumiu o aporte das abordagens qualitativas, especialmente no que diz respeito à narrativa, em que o narrador é convidado a falar sobre sua experiência de vida, vivida no seringal amazônico. Dentre os múltiplos aspectos revelados é patente o fato de que os seringueiros sobreviveram às doenças letais como paludismo, febre amarela, tifo, beribéri, enfrentado ataque de onças famintas, cobras venenosas como surucucurana, jararaca, pico de jaca. Ficou claro o fato de que eles deram o sangue para enriquecer o país, produziram riquezas, mas não tiveram acesso a elas, foram abandonados pelo Estado brasileiro. Hoje, pobres, cegos, morando em casebres na periferia da cidade de Tefé. Estes seringueiros já bem doentes, convivem com a triste sina do herói sem recompensa, esquecidos por completo pelo Estado brasileiro, parece estar esperando a morte chegar para saírem de cena. Nenhum dos sete seringueiros ouvidos nesta pesquisa recebe o benefício de aposentadoria como soldado da borracha, sendo esta, uma dívida do Estado brasileiro que precisa ser resgatada com urgência, enquanto estes bravos seringueiros ainda tem vida.
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A nossa intenção consistiu em procurar sabermos de que forma ocorreu a subjetivação do seringueiro em meio às agruras opressivas do seringal. A metodologia da memória é assumida aqui na relação com a experiência vivida no seringal e na cidade de Tefé, tendo em vista o processo de deslocamento geográfico. A trilha metodológica assumiu o aporte das abordagens qualitativas, especialmente no que diz respeito à narrativa, em que o narrador é convidado a falar sobre sua experiência de vida, vivida no seringal amazônico. Dentre os múltiplos aspectos revelados é patente o fato de que os seringueiros sobreviveram às doenças letais como paludismo, febre amarela, tifo, beribéri, enfrentado ataque de onças famintas, cobras venenosas como surucucurana, jararaca, pico de jaca. Ficou claro o fato de que eles deram o sangue para enriquecer o país, produziram riquezas, mas não tiveram acesso a elas, foram abandonados pelo Estado brasileiro. Hoje, pobres, cegos, morando em casebres na periferia da cidade de Tefé. Estes seringueiros já bem doentes, convivem com a triste sina do herói sem recompensa, esquecidos por completo pelo Estado brasileiro, parece estar esperando a morte chegar para saírem de cena. Nenhum dos sete seringueiros ouvidos nesta pesquisa recebe o benefício de aposentadoria como soldado da borracha, sendo esta, uma dívida do Estado brasileiro que precisa ser resgatada com urgência, enquanto estes bravos seringueiros ainda tem vida.This study assumes the proposal to unveil the symbolic space of the forest rubber as an expression of sociability and immaterial representation quotidian living, without abandon the registration of political resistance of rubber tappers in the Amazon, specifically those residing in Tefé, Amazonas. The theme forest rubber is taken in this study not only as a place of economic exploitation, but, and above all, as the place of experience, parties, the imaginary scenario of people who make history this territory of the waters. The living is perceived through the narrations of the subjects as the place where he was the individual and collective experience involving festivals, beliefs, emotions, of the life, work. Our intention was to seek to know how the subjectivity of the tapper occurred amid the oppressive hardships of the forest rubber. The methodology of the memory is assumed here in relation to the forest rubber and experience the city of Teffe, considering the process of geographical displacement. The trail took methodological contribution of qualitative approaches, especially with regard to the narrative, the narrator is invited to talk about their experience of life lived in the Amazonian rubber. Among the many aspects revealed patent is the fact that the rubber tappers survived the deadly diseases like malaria, yellow fever, typhoid, beriberi, faced attack ounces hungry, poisonous snakes as surucucurana, jararaca, peak jackfruit. Elicited the fact that they gave blood to enrich the country produced wealth, but did not have access to them, were abandoned by the Brazilian state. Today, poor, blind, living in shacks on the outskirts of Teffe. These tappers already quite ill, living with the plight of the hero without reward, completely forgotten by the Brazilian state, seems to be waiting for death to come to leave the scene. None of the seven rubber ears in this research receives the retirement benefit as a soldier of the rubber, which is a debt of the Brazilian state that urgently needs to be rescued, while these brave tappers still has life.FAPEAM - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do AmazonasUniversidade Federal do AmazonasInstituto de Ciências Humanas e LetrasBRUFAMPrograma de Pós-graduação em Sociedade e Cultura na AmazôniaTorres, Iraildes CaldasMarinho, José Lino do Nascimentohttp://lattes.cnpq.br/54976195066986892015-04-11T13:41:01Z2015-04-092013-06-25info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfMARINHO, José Lino do Nascimento. Seringueiros do Médio Solimões: fragmentos e memórias de vida e trabalho. 2013. 127 f. 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