Delays in access to care for abortion-related complications: the experience of women in Northeast Brazil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Araújo, Thália Velho Barreto de
Data de Publicação: 2019
Outros Autores: Aquino, Estela M. L. de, Menezes, Greice M. Souza
Tipo de documento: Artigo
Idioma: eng
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/29562
Resumo: Cerca de 18 milhões de abortos são realizados por ano em condições inseguras nos países de renda baixa e média, associados a numerosas consequências negativas para a saúde das mulheres. O tempo despendido pelas mulheres com complicações até chegar aos serviços onde possam receber os cuidados adequados no período pós-aborto podem influenciar o risco de morte e o grau das complicações posteriores. Foram entrevistadas todas as mulheres com 18 anos ou mais internadas devido a complicações do aborto em hospitais públicos em capitais estaduais do Nordeste brasileiro entre agosto e dezembro de 2010, e os prontuários foram analisados (N = 2.804). Quase todas as mulheres (94%) se dirigiram diretamente a um serviço de saúde, principalmente hospitais (76,6%), enquanto as outras seguiram diversos itinerários em busca de atendimento. Uma em cada quatro mulheres percorreu três ou mais hospitais. As mulheres esperavam uma média de dez horas antes de decidir buscar atendimento. 29% relatavam dificuldades no início da busca, inclusive desafios na organização dos cuidados dos filhos, com acompanhantes ou transporte (17%) e medo/estigma (11%). Uma pequena minoria (0,4%) não se deu conta inicialmente da necessidade de cuidados médicos. O tempo mediano para chegar até o serviço de saúde finalmente utilizado foi 36 horas. Mais de uma em cada quatro mulheres relatava dificuldades em conseguir internação hospitalar, inclusive tempo de espera prolongado (15%), atendimento apenas depois que todas as mulheres grávidas estivessem sido atendidas (8,9%) e espera por um leito (7,4%). Quase todas as mulheres (90%) chegavam em boas condições, mas aquelas sujeitas a esperas mais prolongadas mostraram maior probabilidade de complicações (tanto leves quanto graves). No Brasil, onde o acesso ao aborto induzido é restrito, as mulheres enfrentam muitas dificuldades para receber cuidados pós-aborto, o que contribui aos atrasos e impacta a gravidade das complicações pós-aborto.
id UFBA-2_6432e5d1128c58898089d54371066007
oai_identifier_str oai:repositorio.ufba.br:ri/29562
network_acronym_str UFBA-2
network_name_str Repositório Institucional da UFBA
repository_id_str 1932
spelling Araújo, Thália Velho Barreto deAquino, Estela M. L. deMenezes, Greice M. SouzaAraújo, Thália Velho Barreto deAquino, Estela M. L. deMenezes, Greice M. Souza2019-05-17T19:32:08Z2019-05-17T19:32:08Z2019-05-171678-4464http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/29562Cad. Saúde Pública, v.34, n.6, p.1-11, 2018.Cerca de 18 milhões de abortos são realizados por ano em condições inseguras nos países de renda baixa e média, associados a numerosas consequências negativas para a saúde das mulheres. O tempo despendido pelas mulheres com complicações até chegar aos serviços onde possam receber os cuidados adequados no período pós-aborto podem influenciar o risco de morte e o grau das complicações posteriores. Foram entrevistadas todas as mulheres com 18 anos ou mais internadas devido a complicações do aborto em hospitais públicos em capitais estaduais do Nordeste brasileiro entre agosto e dezembro de 2010, e os prontuários foram analisados (N = 2.804). Quase todas as mulheres (94%) se dirigiram diretamente a um serviço de saúde, principalmente hospitais (76,6%), enquanto as outras seguiram diversos itinerários em busca de atendimento. Uma em cada quatro mulheres percorreu três ou mais hospitais. As mulheres esperavam uma média de dez horas antes de decidir buscar atendimento. 29% relatavam dificuldades no início da busca, inclusive desafios na organização dos cuidados dos filhos, com acompanhantes ou transporte (17%) e medo/estigma (11%). Uma pequena minoria (0,4%) não se deu conta inicialmente da necessidade de cuidados médicos. O tempo mediano para chegar até o serviço de saúde finalmente utilizado foi 36 horas. Mais de uma em cada quatro mulheres relatava dificuldades em conseguir internação hospitalar, inclusive tempo de espera prolongado (15%), atendimento apenas depois que todas as mulheres grávidas estivessem sido atendidas (8,9%) e espera por um leito (7,4%). Quase todas as mulheres (90%) chegavam em boas condições, mas aquelas sujeitas a esperas mais prolongadas mostraram maior probabilidade de complicações (tanto leves quanto graves). No Brasil, onde o acesso ao aborto induzido é restrito, as mulheres enfrentam muitas dificuldades para receber cuidados pós-aborto, o que contribui aos atrasos e impacta a gravidade das complicações pós-aborto.Submitted by Maria Creuza Silva (mariakreuza@yahoo.com.br) on 2019-05-17T17:34:38Z No. of bitstreams: 1 Artigo 1 Estela Aquino. 2018.pdf: 223718 bytes, checksum: 463deff1fc5ceb57de80723bb3fd73a6 (MD5)Approved for entry into archive by Maria Creuza Silva (mariakreuza@yahoo.com.br) on 2019-05-17T19:32:08Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Artigo 1 Estela Aquino. 2018.pdf: 223718 bytes, checksum: 463deff1fc5ceb57de80723bb3fd73a6 (MD5)Made available in DSpace on 2019-05-17T19:32:08Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Artigo 1 Estela Aquino. 2018.pdf: 223718 bytes, checksum: 463deff1fc5ceb57de80723bb3fd73a6 (MD5)Rio de Janeirohttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0102-311X2018000605013&lng=pt&nrm=iso&tlng=ptreponame:Repositório Institucional da UFBAinstname:Universidade Federal da Bahia (UFBA)instacron:UFBAAbortoAcesso aos Serviços de SaúdeCuidados MédicosAbortionHealth Services AccessibilityMedical CareDelays in access to care for abortion-related complications: the experience of women in Northeast Brazilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleBrasilinfo:eu-repo/semantics/openAccessengORIGINALArtigo 1 Estela Aquino. 2018.pdfArtigo 1 Estela Aquino. 2018.pdfapplication/pdf223718https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/29562/1/Artigo%201%20Estela%20Aquino.%202018.pdf463deff1fc5ceb57de80723bb3fd73a6MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain1383https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/29562/2/license.txt690bb9e0ab0d79c4ae420a800ae539f0MD52TEXTArtigo 1 Estela Aquino. 2018.pdf.txtArtigo 1 Estela Aquino. 2018.pdf.txtExtracted texttext/plain40409https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/29562/3/Artigo%201%20Estela%20Aquino.%202018.pdf.txt9b8c36f75c0aa03269fa587a03017cbaMD53ri/295622022-08-08 13:17:33.532oai:repositorio.ufba.br:ri/29562VGVybW8gZGUgTGljZW4/P2EsIG4/P28gZXhjbHVzaXZvLCBwYXJhIG8gZGVwPz9zaXRvIG5vIFJlcG9zaXQ/P3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGQkEuCgogUGVsbyBwcm9jZXNzbyBkZSBzdWJtaXNzPz9vIGRlIGRvY3VtZW50b3MsIG8gYXV0b3Igb3Ugc2V1IHJlcHJlc2VudGFudGUgbGVnYWwsIGFvIGFjZWl0YXIgCmVzc2UgdGVybW8gZGUgbGljZW4/P2EsIGNvbmNlZGUgYW8gUmVwb3NpdD8/cmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVW5pdmVyc2lkYWRlIEZlZGVyYWwgZGEgQmFoaWEgCm8gZGlyZWl0byBkZSBtYW50ZXIgdW1hIGM/P3BpYSBlbSBzZXUgcmVwb3NpdD8/cmlvIGNvbSBhIGZpbmFsaWRhZGUsIHByaW1laXJhLCBkZSBwcmVzZXJ2YT8/Pz9vLiAKRXNzZXMgdGVybW9zLCBuPz9vIGV4Y2x1c2l2b3MsIG1hbnQ/P20gb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IvY29weXJpZ2h0LCBtYXMgZW50ZW5kZSBvIGRvY3VtZW50byAKY29tbyBwYXJ0ZSBkbyBhY2Vydm8gaW50ZWxlY3R1YWwgZGVzc2EgVW5pdmVyc2lkYWRlLgoKIFBhcmEgb3MgZG9jdW1lbnRvcyBwdWJsaWNhZG9zIGNvbSByZXBhc3NlIGRlIGRpcmVpdG9zIGRlIGRpc3RyaWJ1aT8/Pz9vLCBlc3NlIHRlcm1vIGRlIGxpY2VuPz9hIAplbnRlbmRlIHF1ZToKCiBNYW50ZW5kbyBvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgcmVwYXNzYWRvcyBhIHRlcmNlaXJvcywgZW0gY2FzbyBkZSBwdWJsaWNhPz8/P2VzLCBvIHJlcG9zaXQ/P3Jpbwpwb2RlIHJlc3RyaW5naXIgbyBhY2Vzc28gYW8gdGV4dG8gaW50ZWdyYWwsIG1hcyBsaWJlcmEgYXMgaW5mb3JtYT8/Pz9lcyBzb2JyZSBvIGRvY3VtZW50bwooTWV0YWRhZG9zIGVzY3JpdGl2b3MpLgoKIERlc3RhIGZvcm1hLCBhdGVuZGVuZG8gYW9zIGFuc2Vpb3MgZGVzc2EgdW5pdmVyc2lkYWRlIGVtIG1hbnRlciBzdWEgcHJvZHU/Pz8/byBjaWVudD8/ZmljYSBjb20gCmFzIHJlc3RyaT8/Pz9lcyBpbXBvc3RhcyBwZWxvcyBlZGl0b3JlcyBkZSBwZXJpPz9kaWNvcy4KCiBQYXJhIGFzIHB1YmxpY2E/Pz8/ZXMgc2VtIGluaWNpYXRpdmFzIHF1ZSBzZWd1ZW0gYSBwb2w/P3RpY2EgZGUgQWNlc3NvIEFiZXJ0bywgb3MgZGVwPz9zaXRvcyAKY29tcHVscz8/cmlvcyBuZXNzZSByZXBvc2l0Pz9yaW8gbWFudD8/bSBvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgbWFzIG1hbnQ/P20gYWNlc3NvIGlycmVzdHJpdG8gCmFvIG1ldGFkYWRvcyBlIHRleHRvIGNvbXBsZXRvLiBBc3NpbSwgYSBhY2VpdGE/Pz8/byBkZXNzZSB0ZXJtbyBuPz9vIG5lY2Vzc2l0YSBkZSBjb25zZW50aW1lbnRvCiBwb3IgcGFydGUgZGUgYXV0b3Jlcy9kZXRlbnRvcmVzIGRvcyBkaXJlaXRvcywgcG9yIGVzdGFyZW0gZW0gaW5pY2lhdGl2YXMgZGUgYWNlc3NvIGFiZXJ0by4KRepositório InstitucionalPUBhttp://192.188.11.11:8080/oai/requestopendoar:19322022-08-08T16:17:33Repositório Institucional da UFBA - Universidade Federal da Bahia (UFBA)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Delays in access to care for abortion-related complications: the experience of women in Northeast Brazil
title Delays in access to care for abortion-related complications: the experience of women in Northeast Brazil
spellingShingle Delays in access to care for abortion-related complications: the experience of women in Northeast Brazil
Araújo, Thália Velho Barreto de
Aborto
Acesso aos Serviços de Saúde
Cuidados Médicos
Abortion
Health Services Accessibility
Medical Care
title_short Delays in access to care for abortion-related complications: the experience of women in Northeast Brazil
title_full Delays in access to care for abortion-related complications: the experience of women in Northeast Brazil
title_fullStr Delays in access to care for abortion-related complications: the experience of women in Northeast Brazil
title_full_unstemmed Delays in access to care for abortion-related complications: the experience of women in Northeast Brazil
title_sort Delays in access to care for abortion-related complications: the experience of women in Northeast Brazil
author Araújo, Thália Velho Barreto de
author_facet Araújo, Thália Velho Barreto de
Aquino, Estela M. L. de
Menezes, Greice M. Souza
author_role author
author2 Aquino, Estela M. L. de
Menezes, Greice M. Souza
author2_role author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Araújo, Thália Velho Barreto de
Aquino, Estela M. L. de
Menezes, Greice M. Souza
Araújo, Thália Velho Barreto de
Aquino, Estela M. L. de
Menezes, Greice M. Souza
dc.subject.por.fl_str_mv Aborto
Acesso aos Serviços de Saúde
Cuidados Médicos
Abortion
Health Services Accessibility
Medical Care
topic Aborto
Acesso aos Serviços de Saúde
Cuidados Médicos
Abortion
Health Services Accessibility
Medical Care
description Cerca de 18 milhões de abortos são realizados por ano em condições inseguras nos países de renda baixa e média, associados a numerosas consequências negativas para a saúde das mulheres. O tempo despendido pelas mulheres com complicações até chegar aos serviços onde possam receber os cuidados adequados no período pós-aborto podem influenciar o risco de morte e o grau das complicações posteriores. Foram entrevistadas todas as mulheres com 18 anos ou mais internadas devido a complicações do aborto em hospitais públicos em capitais estaduais do Nordeste brasileiro entre agosto e dezembro de 2010, e os prontuários foram analisados (N = 2.804). Quase todas as mulheres (94%) se dirigiram diretamente a um serviço de saúde, principalmente hospitais (76,6%), enquanto as outras seguiram diversos itinerários em busca de atendimento. Uma em cada quatro mulheres percorreu três ou mais hospitais. As mulheres esperavam uma média de dez horas antes de decidir buscar atendimento. 29% relatavam dificuldades no início da busca, inclusive desafios na organização dos cuidados dos filhos, com acompanhantes ou transporte (17%) e medo/estigma (11%). Uma pequena minoria (0,4%) não se deu conta inicialmente da necessidade de cuidados médicos. O tempo mediano para chegar até o serviço de saúde finalmente utilizado foi 36 horas. Mais de uma em cada quatro mulheres relatava dificuldades em conseguir internação hospitalar, inclusive tempo de espera prolongado (15%), atendimento apenas depois que todas as mulheres grávidas estivessem sido atendidas (8,9%) e espera por um leito (7,4%). Quase todas as mulheres (90%) chegavam em boas condições, mas aquelas sujeitas a esperas mais prolongadas mostraram maior probabilidade de complicações (tanto leves quanto graves). No Brasil, onde o acesso ao aborto induzido é restrito, as mulheres enfrentam muitas dificuldades para receber cuidados pós-aborto, o que contribui aos atrasos e impacta a gravidade das complicações pós-aborto.
publishDate 2019
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-05-17T19:32:08Z
dc.date.available.fl_str_mv 2019-05-17T19:32:08Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2019-05-17
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/29562
dc.identifier.issn.none.fl_str_mv 1678-4464
dc.identifier.number.pt_BR.fl_str_mv Cad. Saúde Pública, v.34, n.6, p.1-11, 2018.
identifier_str_mv 1678-4464
Cad. Saúde Pública, v.34, n.6, p.1-11, 2018.
url http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/29562
dc.language.iso.fl_str_mv eng
language eng
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.source.pt_BR.fl_str_mv http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0102-311X2018000605013&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFBA
instname:Universidade Federal da Bahia (UFBA)
instacron:UFBA
instname_str Universidade Federal da Bahia (UFBA)
instacron_str UFBA
institution UFBA
reponame_str Repositório Institucional da UFBA
collection Repositório Institucional da UFBA
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/29562/1/Artigo%201%20Estela%20Aquino.%202018.pdf
https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/29562/2/license.txt
https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/29562/3/Artigo%201%20Estela%20Aquino.%202018.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 463deff1fc5ceb57de80723bb3fd73a6
690bb9e0ab0d79c4ae420a800ae539f0
9b8c36f75c0aa03269fa587a03017cba
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFBA - Universidade Federal da Bahia (UFBA)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1793970248096940032