Os peixes híbridos e sua fragilidade reprodutiva

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Costa, Raimundo Bezerra da; Universidade Estadual do Ceará /FAVET/UECE
Data de Publicação: 2014
Outros Autores: Carvalho, Maria Audália Marques de; Universidade Estadual do Ceará /FAVET/UECE, Sales, Ronaldo de Oliveira; Universidade Federal do Ceará - UFC, Farias, José Oriane de; Universidade Estadual do Ceará /FAVET/UECE
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista brasileira de higiene e sanidade animal
Texto Completo: http://www.higieneanimal.ufc.br/seer/index.php/higieneanimal/article/view/208
Resumo: Os híbridos se originam a partir de acasalamentos entre grupos populacionais de base genética distinta em uma, ou mais, caraterística hereditária, cuja variabilidade pode contribuir para a ocorrência dos tipos reprodutivos e interação ecológica dos mais diferentes habitats. Por isso, o entendimento dos mecanismos da hibridização torna-se um pré-requisito importante na identificação de mudanças genéticas específicas responsáveis pela caracterização de espécie e redução do fitness desses híbridos. Nesses descendentes híbridos, cujas populações cruzadas são geneticamente divergentes, têm-se evidenciado interações desfavoráveis dos genomas parentais proporcionados pela introgressão (transferência de material genético de uma espécie para outra via hibridização) documentada em animais e, principalmente, numa ampla variedade de plantas. Em peixes essas combinações tem resultado, algumas vezes, numa expressão produtiva vantajosa, como se observa em tilápias, com a obtenção de indivíduos somente do sexo masculino favorecendo manejo e crescimento, enquanto em outros nem tanto, como nos indivíduos ginogenéticos de P. mesopotamicus, que não deixam qualquer descendência F2 híbrida. Quando as espécies progenitoras apresentam números diploides idênticos e os cromossomos são herdados de forma equitativa, esses descendentes híbridos geralmente são férteis. Na maioria destes tipos híbridos ocorre reprodução sexuada, com sua diversidade promovida por meio da recombinação meiótica; numa minoria, de unissexuais, ela é assexuada, sem que na herança da descendência ocorra qualquer modificação pela recombinação. Os genótipos recombinantes resultantes dessa hibridização, sem que sejam submetidos à seleção, tornam-se em média, consequentemente, constituídos de indivíduos menos adaptados que seus pais. Assim, a hibridização, face à sua complexidade, torna-se um fator crucial para se entender os sistemas da heterose e da introgressão, nas espécies progenitoras, bem como da evolução dos híbridos ao longo do tempo.
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