PrÃticas de letramentos e inclusÃo digital na aula de lÃngua portuguesa

• Autor(a) principal: Ana Maria Pereira Lima
• Data de Publicação: 2013
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC
• Texto Completo: http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=11626
• topic: Letramentos; Letramento digital; Tecnologias digitais; RepresentaÃÃes; Literacies; Digital literacy; Digital technologies; Representations; LINGUISTICA

Nesta tese, investigamos prÃticas de letramentos desenvolvidas nas aulas de LÃngua Portuguesa que ocorreram no LaboratÃrio Educativo de InformÃtica (LEI) das escolas pÃblicas de ensino mÃdio da regiÃo jaguaribana do estado do CearÃ, visando a verificar se essas prÃticas podem favorecer o letramento digital e a inclusÃo digital dos alunos, a partir da aplicaÃÃo da proposta dos documentos oficiais acerca da inserÃÃo das tecnologias na escola e da atuaÃÃo dos professores na preparaÃÃo e realizaÃÃo das aulas. Para tanto, desenvolvemos uma pesquisa em duas etapas, sendo a primeira uma pesquisa documental acerca da temÃtica. Nessa etapa analisamos os documentos oficiais: a Lei de Diretrizes e Bases da EducaÃÃo, os ParÃmetros Curriculares Nacionais do Ensino MÃdio e PCN+, matrizes do Exame Nacional do Ensino MÃdio, matrizes do Sistema de AvaliaÃÃo da EducaÃÃo BÃsica e matrizes de referÃncias e metodologias de apoio para o Ensino MÃdio da Secretaria da EducaÃÃo do Estado do CearÃ. Em uma segunda etapa, acompanhamos quatro professores, por meio de entrevistas, questionÃrios e registros de aulas, incluindo as etapas de planejamento e execuÃÃo das atividades com as tecnologias. Investigamos as representaÃÃes acerca das relaÃÃes do trabalho com as tecnologias digitais; com o planejamento das aulas e com o processo de seleÃÃo dos gÃneros textuais trabalhados no LEI; as aulas de leitura e escrita e, a seguir, a realizaÃÃo destas aulas para que verificÃssemos quais letramentos estavam potencialmente presentes e com quais os professores efetivamente trabalharam. Constatamos que o LEI à uma sala de aula diferenciada em que hà uma proposta de integraÃÃo dos saberes linguÃsticos Ãs demandas institucionais e sociais, embora seu uso nÃo efetive plenamente as prÃticas de letramentos demandadas pelo uso dos recursos tecnolÃgicos ali existentes, porque nÃo hÃ, para o ensino da leitura e da escrita, a iniciativa de inserir textos autÃnticos situados em prÃticas sociais pertinentes Ãs culturas locais e/ou globais. Os letramentos literÃrio, multimodal, multimidiÃtico e digital estavam potencialmente presentes, mas as estratÃgias utilizadas pelos professores, na aplicaÃÃo das aulas e na conduta em relaÃÃo aos gÃneros textuais selecionados, nÃo permitiu que tais letramentos se efetivassem em uma proposta maior de inclusÃo digital dos alunos, porque as aÃÃes realizadas pelos professores estavam presas ao modelo de letramento autÃnomo e isso implicou nÃo contemplar a natureza dos letramentos demandados pelo ambiente tecnolÃgico. DaÃ, o livro didÃtico ser o modelo mais seguido para as atividades de leitura que tinham como objetivo a decodificaÃÃo, e as atividades de escrita reduzirem-se a cÃpias de textos coletados da internet, havendo uma subutilizaÃÃo dos recursos multimidiÃticos e multimodais disponÃveis. Quanto aos documentos oficiais, os professores afirmaram conhecer as propostas presente nos PCNs, nas matrizes referenciais e metodologias de apoio da SEDUC e nas matrizes referenciais de provas oficiais (ENEM, SAEB e SPAECE), citando-as em planejamentos e nas entrevistas, mas, quando estavam em momento de execuÃÃo de suas aulas no LEI, prevalecia o conteÃdo das matrizes referenciais da prova do ENEM, que nÃo trabalham isoladamente com os letramentos necessÃrios para a inclusÃo digital, reforÃando nossa conclusÃo de que as prÃticas de letramentos presentes no LEI estavam a serviÃo do modelo autÃnomo de letramento.